Capítulo 3

19 5 2
                                    

SAMANTHA

Victória me mostra cada cômodo do apartamento, sempre me explicando como o senhor William gosta de que seja executado o serviço. Nada complicado, no geral, limpeza e organizar o que estiver fora do lugar. Meus horários serão quando o meu chefe não estiver em casa, e serei avisada por Victória sempre que ele sair para que eu possa entrar, e devo terminar as tarefas do dia sempre antes de ele chegar.

Não vou negar que acho muito estranho, mas cada doido com a sua mania. No momento, eu preciso trabalhar, se não vou encontrar meu chefe pela sua própria casa, isso não é o mais importante para mim, o que realmente me importa é o salário no fim da semana.

Chego para o meu primeiro dia e vou fazendo as tarefas descritas na planilha para o dia em questão, higiene e organização do hall de entrada, salas de estar e de TV, e os quartos de hospedes, três ao todo. Em um dos quartos em questão, eu encontro brincos que devem valer pelo menos a casa em que alugo meu quarto hoje. Os coloco em um saquinho, junto com moedas e dinheiro que também encontro no decorrer da limpeza, todos devidamente colocados em um saco plástico transparente que deixarei em cima da mesa de centro com um bilhete dizendo que os encontrei.

Assim que termino, meu celular toca, e é Victória me avisando que eu saia rapidamente do apartamento, pois nosso chefe, senhor William, acabou de sair da Prioritt, então, pego minhas coisas e saio. Dou uma volta no Central Park e vou para casa.

No dia seguinte, eu devo organizar e limpar a suíte master, o closet, a biblioteca e o escritório. Todos os quartos são suítes, mas apenas um é master.

Começo pela biblioteca, depois o escritório, e tudo que eu vou encontrando nesses lugares, vai para um saquinho transparente. Vou fazendo meu serviço com rapidez, mas sempre atenta aos detalhes e cuidando para que tudo fique perfeito, mas eu não estava preparada para o que veio a seguir.

Na minha mente, o meu chefe fora desenhado como um velho ranzinza no fim da vida, cansado de lidar com a humanidade e disposto a evitá-la o máximo. Grande engano! Se aquele na foto da escrivaninha for ele, eu dou graças a Deus por não o encontrar. O cara é um deus grego, com uma namorada, ou seja, lá o que for a mulher na foto, que é tão linda quanto ele.

Paro de encarar aquela foto e sigo com o cronograma, sendo novamente avisada por Victória que eu deveria sair imediatamente do apartamento, e faço como ordenado, pois já havia terminado as tarefas daquele dia. No fim, tudo parece uma grande engrenagem de uma máquina, cada detalhe daquela planilha fora pensado para casar certinho com os horários do senhor William.

Sigo novamente para a fonte no parque naquele fim de tarde, vejo as pessoas passeando, outras correndo, crianças brincando, a vida acontecendo, e respiro fundo, feliz por estar conseguindo. Logo em seguida, sigo para meu quarto alugado em um lugar qualquer de New Jersey. 

Senhor WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora