Capítulo sem título 37

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SAMANTHA

Estou tão entretida com as planilhas de gastos que não percebo que alguém entra na sala, só percebo quando o visitante pigarreia para chamar minha atenção.

– Desculpa, posso ajudar? – Pergunto sem saber de quem se trata a pessoa a minha frente.

– Pode sim, eu vim conhecer pessoalmente alguns funcionários que foram contratados, e você era a única que eu não havia conhecido. – Ele estende a mão e se apresenta. – Edgard Milford.

– Muito prazer em conhecê-lo senhor Milford. – Digo estendendo a mão em sua direção.

– Soube pela sua chefe que está fazendo um ótimo trabalho. – Ele diz olhando em meus olhos, e isso me causou uma certa inquietação.

– Eu agradeço.

– Continue com o bom trabalho, nós costumamos valorizar funcionários que trabalham com eficiência. – Ele se levanta e segue para porta e me deseja um bom dia.

Já vi que sou péssima para julgar os meus chefes, se bem que ele não é meu chefe, é apenas o dono desse hotel, e segundo a minha chefe que é quem comanda tudo por aqui, apesar de ele estar sempre atento a tudo que acontece nesse hotel, não é ele que o administra, ela não entrou em detalhes, mas parece que ele tirou um tempo sabático, viaja pelo mundo e vez ou outra aparece para saber de perto como andam seus negócios. Senhor Milford é um homem, muito bonito, cabelos escuros olhos acinzentados, rosto bem desenhado e proporcional, não é do tipo musculoso, diria que tem um corpo comum, pude perceber que é alto, e tem mãos grandes. Porque parei para pensar em tantos detalhes? Carência com certeza! Deixo meus pensamentos de lado e volto a trabalhar.

No horário do meu almoço sigo para um restaurante aqui próximo, sento-me em uma mesa no fundo, a cena que se segue a minha frente é a seguinte: Noah entra acompanhado de Emily eles conversam, estão em uma mesa mais afastada da minha, por isso não consigo ouvir o teor da conversa, ela coloca suas mãos sobre as dele que estão sobre a mesa, ela ergue o corpo e o beija, um beijo rápido, ele retira as mãos de cima da mesa e olha ao redor do restaurante é nesse momento que nossos olhos se encontram.

Eu estou tão chocada que nem percebo que já estou chorando. Noah tenta vir em minha direção, mas a tal Emily o segura, vou em direção a saída, caminho de volta ao meu trabalho que não fica longe daqui, aos prantos e de coração quebrado.

Estou tão atordoada que não percebo que minha chefe e o dono do hotel estão no saguão do hotel.

– Está tudo bem? Ouço o senhor Milford perguntar.

– Desculpe senhor eu, estou bem sim... eu...eu.... – Caio no choro novamente. Sinto-o tocar meu ombro e fazer uma espécie de carinho, eu recobro a consciência e tento me acalmar. – Sério muito obrigada, mas não precisa se preocupar, eu vou voltar a trabalhar. – Falo secando o rosto. Ele ainda me olha com atenção.

– Essa é sua hora de almoço, a senhorita almoçou?

– Não... eu...

– Certo, façamos assim venha comigo almoçaremos juntos, aqui mesmo no restaurante do hotel, e se for algo em que eu possa ajudá-la...

– Não há nada que possa fazer senhor... – Não o deixo terminar.

– Vamos lá. – Ele não deixa espaço para questionamento.

Estamos atravessando o saguão do hotel quando ouço meu nome na voz que ainda mexe comigo.

– Noah, esse é meu ambiente de trabalho! E você não me deve explicações! – Senhor Milford acompanha meio afastado.

– Eu não estou com ela...é complicado...

– Nós não temos mais nada um com o outro, siga a sua vida que....

– Ela está seguindo a dela – Senhor Milford completa o que eu iria dizer enquanto segura minha mão.

Senhor WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora