Capítulo sem título 46

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SAMANTHA

Acordo com o som do quem me parece alguém passando mal, procuro ao redor e não vejo Edgard, saio da tenda a sua procura, e o vejo agachado um pouco mais distante da tenda, sigo em sua direção, percebo que ele está muito pálido, volto correndo na tenda e pego água e vou novamente até ele.

– Não precisa ficar aqui volte para a tenda. – Ele fala de forma ríspida e isso me pega de surpresa ele nunca havia me tratado assim, mas relevo deve ser por conta do mal-estar.

– Não vou te deixar sozinho! – Vou molhando minhas mãos e passando em sua nuca e testa e molho também seus pulsos. – Deve ter sido algo que comemos. – Digo tentando dispersar o sentimento estranho em meu peito.

– Já estou bem melhor obrigada. – Ele diz indo em direção a barraca, eu o sigo.

– Você não prefere ir ao médico?

– Não, nada de médicos! – Ele diz enfático.

Ele junta suas coisas, faz uma ligação e não demora, logo há um carro a nossa espera. Ficamos em um silêncio total, algo mudou eu só não sei o que de fato aconteceu. No hotel finalmente ele decide quebrar o silêncio apenas para me informar que vamos voltar para casa. Acho essa história muito estranha pois havia ainda alguns lugares por onde iriamos passar.

– Você não quer me dizer o que está acontecendo? Quem sabe eu possa te ajudar. – Ele sorri, mas seu sorriso não chega aos seus olhos, nem sequer formam as covinhas que tanto amo, apenas nega com a cabeça. Em respeito ao seu espaço arrumo minhas coisas sem questionar nada mais.

Depois que voltamos eu não vi mais Edgard, faz uma semana, já tentei ligar e até fui ao seu apartamento, e nada dele, hoje acordei decidida a saber o que está acontecendo, nem que para isso eu perca meu emprego, sigo para o trabalho na esperança de que minha chefe me tire dessa escuridão.

Em frente aporta de seu escritório respiro fundo para tomar coragem antes de bater, é quando ouço a voz dele.

– É o melhor que posso fazer, ela vai ficar bem. – Ele diz.

– Porque você complica tanto? Você decidiu que queria viver isso! – Ouço a voz da minha chefe.

– Não posso contar a ela, estou sentimentalmente envolvido! – Ele parece alterado.

Em um rompante abro a porta de uma só vez, sei que posso perder meu emprego, e pela forma que a minha chefe me olha é bem provável que eu já o tenha perdido, mas agora não é isso que me preocupa.

– O que você não pode me contar Edgard? – Noto seu rosto abatido, e uma tristeza que antes não havia em seus olhos.

– O que havia entre nós acabou. – Ele diz isso enquanto passa por mim indo em direção a porta.


Senhor WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora