primeiro emprego

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Ainda dói.
Ainda sinto aqui dentro.

Ainda não quero voltar pra casa. Por isso continuo com o meu thur  pelo centro da cidade...

Vejo da janela do ônibus lojas de roupas, móveis e elétrons, bijus, consultórios, dentista entre outros. Vi pessoas de todos os jeitos tamanhos e formas. Vi crianças correndo, pulando, comendo e brincando. Vi duas lojas de calçados com pequenas placas que diziam : contrata-se vendedores, vi uma placa semelhante escrita: precisa-se de secretaria, em um prédio de dois andares distante das lojas e um pouco escondido, com as paredes revestidas de uma espécie de porcelana branca, parecia um consultório, mas não identifiquei do que se tratava pois o ônibus voltou a andar, fazendo com que eu voltasse a prestar atenção na movimentação que havia do lado de fora.

Depois de algumas voltas o ônibus voltou para onde tinha iniciado a viajem, me forçando a descer do meu turismos em Portland.
Decidi descer na última parada, e de la iniciei minha caminhada de volta para casa, 11 quadras depois fico frente a frente com a casa onde mamãe e eu tínhamos planejado fazer muitas coisas.

Abri a porta bem de vagarzinho tentando não chamar atenção, evitando de todos os modos uma falsa explicação de porque cheguei mais cedo da escola.

- Lucas, Tori, Sofia sao vocês? - disse minha tia Hannah que estava sentada próxima a bancada da cozinha com uma pilha de papéis nas mãos.

Droga! - murmurei, após meu plano de passar despercebida ir por água a baixo.

- oi tia sou eu a Tori.

- oh que ótimo querida estava mesmo precisando falar com você- disse ela empurrando a cadeira ao lado dela e insinuando que eu me sentasse.
Sentei-me e olhei para ela tentando decifrar oque ela queria tanto falar comigo.
-seja oque for não importa com tanto que não fale da escola...-pensei comigo mesma

-claro tia pode falar

- bom oque queria falar com você é... espera, por que chegou mais cedo? E não era para o Lucas estar com você?

Falei cedo demais!

- era, é que...ah saimos mais cedo...e...ele...- Lucas e eu sempre pegavamos caminhos diferentes mais com a mesma duração de tempo por isso sempre chegávamos juntos.

Droga. Tenho que pensar em algo já!

-... ele ficou fazendo um trabalho de bio na biblioteca da escola.

- estranho ele não comentou nada comigo .- suspeitou ela .

-ele deve ter esquecido, é que ta tão corrido com tantos trabalhos e deveres...- tentei disfarçar que tudo não passava de uma grande mentira o máximo que pude.

- deve ser isso mesmo.

Eu sei que quando o Lucas chegar vai contar toda verdade pra ela mais até lá prefiro que ela não saiba.

- e então tia oque queria falar comigo? - disse tentando mudar o rumo da conversa.

- sabe Tori, antes do acidente, sua mãe e eu tínhamos combinado de rachar as despesas da casa contas de luz, aluguel e por aí vai.
Você sabe que as contas estão aumentando, e infelizmente sua mãe já não está mas entre nós e mesmo com seu tio Fred ajudando, não tem sido o suficiente...

- onde exatamente a senhora quer chegar tia?-estranhei

- eu realmente não queria ter que chegar a esse ponto mas...

-mas...?-quis saber logo

-mas você vai ter que ajudar a pagar as contas.

- e como a senhora quer que eu faça isso? -  disse já me exaltando

Não era pra ser você!Onde histórias criam vida. Descubra agora