Fique do meu lado.

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Melinda.

"É muito cansativo viver como o orgulho e a alegria de alguém. Você tem medo de decepcionar a pessoa, então finge que é forte e competente. Não devemos ser o orgulho e a alegria um do outro."
- Start-Up

No dia seguinte, na escola, vejo Ana toda sorridente conversando com o meu Dylan. Sinto ciúmes, e fico insegura. Ana é linda e ama doramas, ela já assistiu muitos e Dylan parece gostar dela como amigo. Mas eu sentia que ela tinha um interesse amoroso nele. Por isso, eu não gosto "tanto dela".

Me aproximo, a cumprimento, e em seguida, dou as mãos a ele. Ela olha assustada para nós dois. – Vocês dois estão juntos? – perguntou.

Sorrio. – Sim, estamos juntos. Por quê? – pergunto a ela.

Ela faz cara de inocente e apenas inventa algo qualquer. – Nada. Eu só não esperava – ela diz.

- Ele gostou de mim desde a primeira vez que me viu. Não é, amor? – o coloco na conversa, ele fica tímido e seu rosto fica vermelho, uma graça.

- Sim. Muito antes dela me perceber. – ele diz e sorri de um jeito timidamente fofo.

- Eu tirei a sorte grande com você. – falo.

Ana da um sorriso sem graça. – Realmente. O Dylan vale ouro. – ela fala e sorri.

Sinto algo arder dentro de mim, era como se ela estivesse jogando na minha cara que gosta dele e que eu não o mereço. Como ela tinha essa coragem?

- Na verdade, eu tirei a sorte grande por ter conhecido a Melinda. – ele diz para Ana. Por essa eu não esperava. Nunca iria passar por minha mente que ele iria dizer algo assim. Fico boba por dentro e por fora.

- Vocês dois são sortudos então. – ela tenta concertar, fingindo que ama a ideia de que nós dois estamos juntos.

O sinal toca e somos obrigados a nos separar. Infelizmente ele entratara na mesma sala que Ana. Só de imaginar ela perto dele o tempo todo sem a minha presença, me deixa louca de ciúmes por dentro. Mas eu não podia fazer nada quanto a isso. Mas saber que é de mim que ele gosta já é um alívio.

As horas pareciam não andar. No terceiro horário, um aluno de outra turma pede para falar comigo, e me entrega uma carta, e sai correndo. Fico sem entender que carta era aquela. Volto ao meu lugar rapidamente e abro a carta.

Só de vê a primeira letra eu já sabia de quem era. Fico tensa, mas leio mesmo assim.

" Minha adorável princesinha,

Sei que te magoei muito com a minha partida repentina,

Mas eu tive que ir. Não podia deixar minha avó sozinha e doente.

Agora que ela se foi... Não tinha motivos para que eu continuasse a morar

Naquela cidade, longe dos meus amigos e de você.

Foi difícil para mim enquanto eu estava lá, até fiz novas amizades,

Mas ninguém nunca preencheu o lugar que você preenchia.

Eu nunca te esqueci, sempre ansiei pelo dia em que nos reencontrassemos, o dia em que

Você voltaria a ser minha. Eu te amo, Melinda. Sempre amei. Não diga que me esqueceu,

eu não acredito nisso. O que nós dois tínhamos era verdade demais para que você pudesse me

esquecer tão facilmente, e ainda por um asiático... Eu entendo sua raiva, mas não o use mais

para me fazer ciúmes. Agora que voltei, nós dois podemos voltar a ficar juntos. Estarei te esperando no intervalo, naquele nosso lugar.

Eu te amo.

Do seu Eduardo."

Sinto vontade de rasgar a carta quando termino de ler, mas prefiro devolver pessoalmente. Talvez assim ele entenda que eu não o amo mais.

Fiquei muito magoada quando ele foi, mas eu não esperava que ele fosse voltar um dia, e eu me  apaixonei por outro durante esse tempo. Ele teria que entender isso, afinal, nosso relacionamento terminou faz tempo.

Eu só tinha olhos para o Dylan, e isso não era errado.E daí se ele é um asiático? Quem disse que eu preciso namorar um brasileiro? Independentemente da nacionalidade, todos somos seres humanos comuns.

Assim que o sinal toca, saio apressada para o lugar em que ele havia dito na carta, eu queria deixar as coisas bem claras a ele o quanto antes. Era um lugar da escola um pouco mais afastado, fui até lá, com a carta nas mãos.

Quando cheguei, ele já estava me esperando. – Eu sabia que você iria vir. – ele diz, sorridente.

- Não se engane. Eu vim por um motivo.

Ele se aproxima de mim e pega a carta da minha mão. – Gostou? Escrevi com todo o meu coração. – ele diz.

- Quero que saiba de algo. Toma, essa carta não né pertence. Eu não a quero. Jogue fora.

- Por que diz isso? – ele estranha, pegando a carta da minha mão.

- Sinto muito pela sua avó... Espero que esteja bem agora. Mas... Sobre nós dois. Não existe mais nós dois. Eu não te amo mais, desculpa. Estou apaixonada pelo Dylan, de verdade. Só tenho olhos para ele. Eu te esqueci, Eduardo. Demorou, mas eu te superei. Espero que faça o mesmo e encontre alguém que te faça feliz. Assim como eu encontrei. – falo, e já vou saindo. Mas sou puxada pelo pulso, ele me segura forte pela cintura e não me solta.

- Me larga, por favor. Não vai adiantar fazer isso, eu não gosto mais de você assim. – falo, e tento me soltar.

- Por favor, para de mentir. Não tem como você ver me esquecido por causa dele.

- O que? O que tem eu gostar dele? O que te faz achar que você é melhor que ele? – grito, e o empurro forte, mas ele não me larga, continua me prendendo contra sua cintura.

- O que nós dois tivemos é algo que você nunca vai ter com ele. Você sabe que nos amamos ardentemente... Não sente saudades dos nossos momentos íntimos? – ele diz, e começa a beijar meu pescoço.

- Me larga, Eduardo! Para com isso! Eu não quero mais você e nem me lembrar do quanto fui tola por me deixar levar por você! – grito.

- Você nunca vai sentir essas coisas com ele. – ele diz, e em seguida me beija. Tento me desvencilhar dele, gritar, qualquer coisa para que ele parasse de tentar me beijar, mas ele é mais forte e prende meu rosto ao dele com força.

Começo a chorar desesperada. Ele imediatamente se afasta de mim e me pede perdão.

– Desculpa, eu achei que você fosse parar de lutar contra, caso eu te beijasse. Perdão. Não tenha medo, não vou fazer nada.

- Você não devia ter feito isso! Eu te odeio! Nunca mais se aproxima de mim! – grito e saio correndo para longe dali.

Quando volto, todos já estão no intervalo, Dylan já devia estar preocupado comigo, mas como encará-lo depois do que aconteceu? Eduardo havia me beijado, e eu estava me sentindo suja, como se eu tivesse traído o Dylan.

Entro dentro do banheiro e começo a chorar. Eu só não esperava que eu estivesse dentro do banheiro masculino. Havia entrado no errado sem perceber, e só percebo isso, porque vejo Dylan de pé, olhando para mim.

Eu estava sentada em um canto chorando, e ele de pé, me olhando assustado. – Melinda... Por que está chorando? – ele pergunta, e se aproxima de mim, me levantando do chão com cuidado.

Choro ainda mais e o abraço forte. Ele me leva para dentro de uma cabine individual para que nenhum outro menino que entrasse ali me visse.

Fico chorando em seus braços, eu não conseguia falar naquele momento, apenas chorar.Ele me acolhe no abraço e tenha me reconfortar, até que eu estivesse pronta para contar o que havia acontecido.

- Chore o quanto quiser, mas quando sentir que é a hora, pode me contar tudo. Estarei ao seu lado. – ele diz. Sinto que não o mereço, ele era tão bonzinho e fofo. O que pensaria de mim ao descobrir que minutos antes, eu estava sendo beijada na força pelo meu ex ... Ele ficaria com raiva?Pensaria que eu o provoquei? Ou confiaria cem por cento em mim?

Não era minha culpa, mas eu me sentia culpada.

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