Feitos um para o outro

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Pov Sabina

Alguns dias se passaram, tentei evitar ao máximo ver Pepe, sai com alguns amigos e aproveitei a casa com minha família. Confesso que não estava sendo fácil manter ele longe, mesmo eu não querendo que ele se afastasse eu sei que o desejo fala mais alto e que do jeito que estamos iríamos nos agarrar segundos depois de nos cumprimentamos. Eu só precisava criar coragem e falar com a minha mãe pra saber o que ela pensava.

Estava no meu quarto sozinha, lendo um livro que Luna me indicou, muito bom por sinal. Quando meu celular toca, me estiquei pra pegá-lo e atender a ligação.

- sim? - uma voz feminina resmungou alguma coisa - quem está falando?

- sou eu! - a pessoa diz

- eu..quem? - ainda não reconhecia e a pessoa resmungou de novo - sina!!! - sorrio aliviada

Sina: não reconhece nem a minha voz mais? - ela solta uma risada e eu também - que saudade..

- perdão, ando com a cabeça nas nuvens - rio e fecho meu livro deixando a página marcada - eu também.. - suspiro - estava precisando conversar com alguém que soubesse de tudo

Sina: eu sei - suspira

- sabe? - questiono

Sina: Pepe ligou pro Noah e ele me contou - levanto-me da cama um tanto quanto puta da cara com o Pepe -  Acalma-se Sabina! não vim defender ninguém, só vim te entender - ela diz

- porque ele comenta essas coisas com o Urrea? - rolo os olhos e me atiro na cama  - você quer saber mesmo? - ela resmunga um sim - Sina é muito complicado.. - respiro fundo - eu quero ele, e quero muito - dou uma pausa - mas eu tenho tanto medo das coisas não darem certo e de né decepcionar novamente com isso - falo com a voz arrastada - e as coisas estão indo tão rápidas - mexo nas minhas mãos - que eu não sei se estou pronta pra isso.. - suspiro - o que você pensa?

Sina: vou ser bem sincera com você - ela suspira - eu entendo que você tem todos os seus medos e inseguranças porque viveu algo horrível no passado - ela diz - mas você não pode pensar que todos os relacionamentos que entrar vão ser ruins e abusivos - comenta - você conhece o Pepe mais que qualquer um, e você sabe o quanto ele te ama também, ele jamais te machucaria por querer - suspira - a vida é tão curta pra você viver com esse medo - ela diz - se eu fosse você viveria, e tenho certeza que se o relacionamento não der certo, Pepe vai continuar sendo seu amigo - assim termina.

Fiquei pensando sobre o que Sina disse, de fato talvez eu estivesse muito precipitada em pensar que eu seria vítima novamente nos meus relacionamentos, ainda mais com o Pepe sendo o protagonista junto a mim.
Conversamos mais um pouco, Sina me contou de como andavam as coisas em Los Angeles, e eu contei da aqui. Tomei um banho logo depois e vesti uma camisa velha do Pepe que ele deixou aqui, fui pra sala fazer companhia pra minha mãe que tinha ficado em casa.

Eu olhava minha mãe, pensava, buscava forças pra contar a ela tudo o que sofri, mas o medo falava mais alto, eu sentia pessoas me observando a todo instante, mesmo não sendo verdade. Pedimos tacos, comemos vendo televisão.

Ale: desde que você sentou nesse sofá está me olhando - ela diz - quer me contar alguma coisa? - ela sabia, puta merda, ela sempre sabe.

- na verdade sim..- digo fitando o chão,e ela resmunga - só que eu preciso que você seja forte e não chore mãe - olho pra ela que já franziu a testa preocupada

Ale: Filha, conta pra mim.. - ela se sentou ao meu lado - é sobre o que?

-  sabe o Bailey, meu ex? - ela confirma com a cabeça - vocês sempre falaram que ele não parecia ser uma boa pessoa pra mim, e eu sempre vi isso como o fato de vocês não aceitarem que eu cresci - sinto minha voz trêmula - mas ele era bom mãe.. ele era tão bom que eu quase o pedi em casamento - suspiro - ele estava preso em um personagem, mas logo saiu - respiro já com os olhos marejados - Mas tudo foi ficando ruim..quando ele se envolveu com um povo errado - suspiro - começou a voltar pra casa com drogas, alcoolizado, agressivo e as vezes igual uma criança - limpo meu nariz - ele começou a ser agressivo comigo, me forçando a foder com ele mesmo eu não querendo. me dizia coisas baixas, me xingava, me batia, e até me estuprou.. - meus olhos se lotam de lágrimas, eu não tinha mais forças pra tentar terminar com o depoimento. Aquilo já era o suficiente pra minha mãe entender o que aconteceu. Senti seus braços ao redor de meu corpo, me acalmando, também senti seu choro descompensado caírem, me doía ver minha mãe desse jeito por minha causa.

Dear Best Friend - PebinaOnde histórias criam vida. Descubra agora