um quase beijo

499 34 12
                                    

Pov Sabina

Alguns dias se passaram, confesso que estava a cada dia mais difícil de ficar sozinha,e ter que me cuidar sozinha. A noite do meu pesadelo, tive que passar sozinha já que Pepe não estava em casa. Eu tive que aprender que Pepe não estaria todo o tempo disponível pra mim, que ele tinha a vida dele,e eu a minha, e as vezes tínhamos as nossas vidas juntas.

Esses dias chamei a Sina aqui pra casa, ela sabia por cima do que eu passava,e sempre queria que defender daquele monstro,mas eu não deixava. Eu sabia que teria fortes consequências se denunciasse Bailey,e eu realmente não queria pagar pra ver, quais eram eles. Até que teve um dia que Sina me fez ir pra escola, a base de remédios contra dor, e muitos casacos e maquiagem pra cobrir os machucados e afins.

Assim que entrei pela porta da sala, Pepe sentava no fundo, anotando alguma coisa, cabisbaixo. Eu senti uma dor tão forte de não poder dizer o que estava acontecendo comigo,que provavelmente também machucaria muito ele. Sendo assim voltei pra realidade,com o chamado da professora Joana, de filosofia.

Joana: Bom dia Sabina,bom te ver! — ela sorri, fazendo todos que não tinham me visto, me ver,sendo assim Pepe levantou pra olhar pra mim.

— Obrigada — assenti,e me dirigi a uma mesa longe dos meus conhecidos. Olhava pro Pepe o tempo todo, mal sabia ele que eu só estava tentando o proteger,que jamais faria algo pra machucar ele, jamais me afastaria se não fosse necessário.

Assim que a aula acabou, ele saiu rápido,e corri atrás dele o pegando pelo braço.

— González? — soltei ele assim que se vira — Como você está? — o observo, os olhos a cada dia mais lindos e claros,seus lábios estavam sequinhos mas vermelhos,e sua pele sempre sequinha e lisinha. Quando me peguei acariciando seu rosto

Pepe: Você sumiu — saio dos meus devaneios, tirando a mão do rosto dele — Não atendeu minhas chamadas, não abriu a porta..— ele diz me olhando, realmente afetado

— Pepe,eu..— não sabia o que dizer, não pensei em uma mentira pra inventar — É pro seu bem. — deixo por assim,e o mesmo sai. Já esperava por isso.

Então fui almoçar, sozinha até que Josh chega na mesa comigo,me dando um leve susto, por sua voz ser semelhante a de Bailey.

Josh: Hey formiga — senta de frente pra mim, no refeitório da escola — Estava doente? — reviro os olhos — Que desânimo

— Josh, eu tô cansada de mais pra perguntas — misturo minha batata frita no molho — O que quer?

Josh: Ah desculpe..— ele olha pro meu prato — Queria saber onde está Bailey? Faz dias que ele não aparece,precisamos dele pra treinar!

No momento que Josh pronuncia Bailey, tudo fica lento,meus olhos ficam pesados,me lembrando vagamente do que ele e os caras fizeram comigo. Meu corpo se arrepiou,e então o olho — Espero que Bailey esteja morto! — deixo por assim e depois saio dali,indo pra rua.

Sentada embaixo de uma árvore, olhando a frente da escola cheia de gente empolgada pro tal jogo do time da escola. E eu somente queria uma companhia,uma boa companhia. Não demorou muito pra mim ir atrás do Pepe no treino da manhã,mas sou surpreendida com Bailey por lá. Ele não me viu,creio que ninguém tenha me visto.

Bailey vestia o uniforme da escola, com os ombros de fora,marcas de unhas,ou melhor minhas unhas, o lábio levemente cortado, e um dos olhos roxos.  Provavelmente apanhou de algum cara. Bem feito. Ele parecia não dar bola para aquilo tudo, mas eu sim. Eu me importava, porque por mais que essas marcas físicas fossem embora,os meus pensamentos e inseguranças sempre vão ficar comigo. Decidi sair do ginásio,e ir pra casa,e durante o caminho vim pensando em que não vi Pepe no treino,e que provavelmente ele se ocupou fazendo algo.

Assim que abro a porta da minha casa,me choco com Pepe lá dentro. Ele estava sentado no sofá,a casa estava toda orgazinada, diferente dos outros dias que passei em cativeiro. O sofá estava lotado de porcarias, e na tv passava Lazy Town, o nosso desenho favorito de infância. Meu coração se estabelizou, tirei o capuz e fechei a porta e olhei pra ele, eu realmente não sabia o que estava sentindo,era muita coisa boa. Finalmente depois de dias, apenas uma simples surpresa fez tudo melhorar,e eu realmente não tinha palavras pra agradecer.

— Pepe eu..— passo as minhas mãos no rosto,ainda incrédula. o mesmo abre um sorrisinho de canto, vindo até mim,me abraçar — Eu te amo! — falo assim que sinto-me estar no meio dos seus braços

Pepe: Não precisa me dizer nada..— ele me abraça forte,como se estivesse me protegendo das coisas ruins, como se ele soubesse que eu não estava bem. Depois de um tempo em pé abraçando o mesmo,fomos ao sofá. Eu não sabia o que dizer,ou se agradecia,se ele estava bravo comigo, então permaneci quieta. — Como você está? — já sentado no sofá me pergunta

— Nada bem — falo cabisbaixa — Mas é coisa minha, não quero que se envolva — olho pra ele que parecia forçadamente, concordar — Vou ficar bem..— seguro a mão dele que estava fria e trêmula,e também machuca. Meu coração se aperta. Se Pepe descobriu o que Bailey fez, e se aqueles machucados fossem dele eu estava completamente sem chão. — O que aconteceu com sua mãe,Pepe? — pergunto mudando completamente minha expressão

Pepe: Eu briguei. — nesse momento, meu coração palpitou forte, descompensado, jurei que ia ter um ataque cardíaco e morrer ali mesmo.

— Com quem? — passo a mão pelos machucados da mão dele,e depois fito uns cortes próximos ao lábio — Pepe,você brigou com quem?

Pepe: Com o Harry — meu coração deu uma desacelerada, ao saber que não foi Bailey,mas minha mente ao mesmo tempo pensou que Harry poderia também ter abusado de mim, sendo ele melhor amigo de Bailey,e o Pepe descobrir — Já perdi a paciência com esses caras..— volto a criar mil e uma paranóias — Desculpa mas seu namorado é um idiota — ufa.

Somente assenti, não queria sberty motivos,ele não sabendo do que aconteceu, estava suficiente pra mim. Levantei e peguei uma caixinha de primeiros socorros,e desci até a sala de volta. Pus uma pomada em meus dedos passando delicadamente nos cortes da mão dele. Depois limpei um pouco de sangue que insistia em sair do corte da boca dele,e me aproximei pra tratá-lo.

Não tinha me dado conta da proximidade em que estávamos,de que se eu me abaixasse um pouco,nossos lábios se encontrariam pela primeira vez. Não medi as consequências, só sabia que não deveria o fazer,mas queria. Queria muito. Sai dos devaneios, limpando a garganta,e assim completando:

— Terminei! — saio rápido de perto, e guardo as coisas de volta,e depois volto.

Pov Pepe

Por que não me beija? Essa é a pergunta que eu mais queria entender. Não sei o que a impede de fazer isso,na verdade eu sei,mas não quero acreditar. Eu sei que esse relacionamento não vem a fazendo bem, e eu só queria que ela soubesse,que tudo vai ficar bem. Ela não me diz o que acontece e isso me frusta,mas eu não posso simplesmente cutucar a ferida,se ela não me conta é por que não quer ou não pode.  E isso me deixa magoado e irritado as vezes, porque eu deveria entender, deveria entender que não somos apenas melhores amigos,e que agora mais do que nunca não podemos contar coisas um pro outro, não podemos nos dar ao luxo de falar mal do Bailey pelas costas, por mais que no fundo quiséssemos. Não posso dar minha camisa pra ela no final dos jogos, não posso dedicar a ela um gol. Não posso chama-lá de vida,ou de apelidos carinhosos. Infelizmente Sabina não é mais minha, nunca foi. Mas não posso me dar ao luxo de prender ela comigo pra sempre, temos uma vida a seguir, e se ela escolheu o Bailey, não há nada que vá fazer ela mudar essa idéia.

      ________________________________

eu sou muito boazinha pra ter liberado dois capítulos em dois dias, me agradeçam votando e marcando bastante 🥰

me sigam no Instagram @trustpebina

Dear Best Friend - PebinaOnde histórias criam vida. Descubra agora