𝐷𝑜𝑐𝑒𝑠 𝑒 𝑇𝑟𝑎𝑣𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎𝑠

"QUE ISSO?"

No dia seguinte após aquela reunião "extremamente importante e urgente" com Mor, Gwyn estava deitada com um livro nas mãos, no sofá do apartamento que estava dividindo com Az, até o ano anterior ela morava com as meninas a três quadras dali e ele e os irmãos dividiam aquele, só que como no fim do ano passado Rhys e Feyre decidiram ficar juntos no loft que ela morava e Mor tinha pedido a Emes para ir morar com ela, eles pensaram: Por que não cada casal um ficar com seu cantinho? Com certeza era mais prático e evitava certas situações.

Então, há quase um ano era assim, Cass e Nes no apartamento que elas dividiam, ela e Az no apartamento que antes era dos três irmãos, Emes e Mor no apartamento dela, que agora era delas, e Fey e Rhys no loft deles. Tinha sido um bom acordo. Elas ainda trocavam de vez em quando, nas noites das Valquírias por exemplo, Nestha expulsava Cassian e Feyre aproveitava para fazer o mesmo com Rhys e sair com Mor, então voltavam a dinâmica de antes, mesmo que só por uma noite.

Ela olhou para tela do celular, já eram mais 19:00 e Azriel ainda não tinha chegado, não que estivesse tarde ou algo do tipo, só que normalmente ele chegava antes das seis e sempre dizia quando ia se atrasar. E ela estava com fome, com muita fome e era um completo desastre na cozinha, então ou compravam comida ou Az cozinhava. Sim, além de tudo, ele ainda cozinhava e muito bem, da última vez que ele e Emerie se juntaram ela quase não tinha conseguido se levantar da mesa.

Az fazia milagre com as mãos. E não só na cozinha.

Gwyn voltou sua atenção para o volume em suas mãos, estava relendo Vergonha pela quarta vez e nunca deixaria de adorar aquele livro. Estava na parte em que Jackson quebrava o celular do idiota que chama Grace de "vadia da igreja", o único defeito daquela cena era que ele tinha quebrado o celular e não a cara do homem.

Tinha acabado de ler a icônica frase: "Que o meu príncipe encantado seja a fera para o resto do mundo" quando a porta se abriu.

Azriel olhou para a capa do livro com o mesmo olhar de julgamento de sempre, não importava quantas vezes dissesse a ele que tinha uma história incrível e que não deveria julgar sem ler, mas verdade seja dita, ela não ajudava a melhorar o olhar dele sobre o assunto, já que a cada oportunidade que tinha falava como Jackson Emery era um Deus e não pararia, porque, primeiro: era verdade; segundo: adorava ver Azriel tentar disfarçar o revirar de olhos e ficar meio emburrado.

— Não me olhe assim.

— Não sei do que está falando — ele disse, jogando as chaves na mesinha de centro.

Ela só teve tempo de fechar o livro e o colocar na banquinha ao lado do sofá antes que a boca dele estivesse na sua, um toque leve primeiro mas só levou dois segundos para o beijo ficasse mais exigente, a língua dele deslizando por seus lábios daquele jeito que fazia seus joelhos cederem.

Não importava quantas vezes o beijasse, a sensação sempre era a mesma.

Como não era besta nem nada, o puxou mais para perto, fazendo com que Az acabasse ficando em cima dela, uma das mãos dele foi parar na sua coxa, enquanto a outra foi para seus cabelos. Uma das mãos dela estava no ombro dele e a outra foi para as costas.

Azriel tirou a boca da sua apenas para mordiscar e beijar a linha da sua mandíbula, descendo para o pescoço. Gwyn mordeu o lábio inferior, contendo um gemido quando ele tocou aquele ponto sensível bem abaixo da orelha, quando a mão dele apertou sua coxa e o polegar começou a acariciar a parte interna. Ela queria que a mão dele subisse só mais um pouco, mas sabia que ele gostava de brincar e não tinha problema, também gostava.

E o queria sem camisa também, então deslizou as mãos por baixo da bainha e Az não protestou nem por um segundo, pelo contrário se levantou e a tirou de uma vez, jogando a peça de roupa na poltrona. Um sorriso convencido no rosto enquanto ela o devorava com os olhos, as tatuagens que se espalhavam pelo peitoral, cravículas e desciam pelos ombros e todos aqueles músculos. Deus, como era grata pelo treinamento dele.