A CASA MAL ASSOMBRADA

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— Tem certeza que isso é uma boa ideia? Nós ainda podemos voltar.

Estavam todos parados diante de um casarão, parecia mesmo a típica mansão dos filmes de terror tão diferente do resto das ruas cheias de luzes de Velaris. Tinham feito um trabalho incrível com a ambientação, eles tiveram até que caminhar por um corredor escuro formados por árvores de troncos longos e quase sem folhas, tinha até aquela névoa que dava um ar super sinistro ao local. Lá dentro dava para ver as fracamente — por conta da poeira nos vidros das janelas — as luzes das lanternas dos celulares das pessoas que já tinham entrado, mas era só por um breve instante antes delas desaparecerem.

Amren riu e começou a atravessar a distância que faltava para entrar na varanda da casa e perguntou:

— Com medinho, Cassian?

— Sim. O cara falou: — ele fez uma voz estranha, que definitivamente não era a voz do homem com quem tinham pegado os ingessos — "Depois que entrarem a porta vai se fechar, não tem mais volta, espero ver vocês do outro lado", mas que porra, se isso não é um pressagio de morte não sei o que é.

Eles riram e começaram a andar. O que Cass estava falando era o seguinte: o passe para entrarem era uma espécie de cartão o qual eles teriam que colocar no leitor e entrassem a porta se bloquearia para eles, só poderiam sair pela porta que ficava em algum lugar naquela casa. Era meio que um scaperoom de terror. Mas, claro, tudo era supervisionado por câmeras e tudo mais, então se tivessem algum problema, logo seria resolvido.

Gwyn colocou a mão no ombro do amigo e deu uns tapinhas enquanto ele seguia o grupo a contragosto.

— Relaxe, Cass. Não vamos morrer essa noite.

— Ha! É o que sempre dizem nos filmes antes de tudo dar errado, quando estiverem nos seus últimos momentos não digam que eu não avisei.

O grupo todo riu, eles estavam na varanda agora, Amren já estava tirando o ingresso do bolso. E colocou no leitor, todos ficaram calados, até que o clic da fechadura soou e a porta se abriu com um rangido alto.

— Nem fudendo! Não coloco meus pés aí dentro de jeito nenhum. Eu tenho amor a minha vida.

Lucien colocou a mão na boca para não rir, Nestha revirou os olhos e bufou, colocando o próprio ingresso no leitor.

— Cass, pelo amor de Deus, pare de drama. Não estamos entrando numa casa mal assombrada de verdade.

— Isso é o que eles dizem, devem fazer parte de uma seita satânica e todo esse negócio não passa de um disfarce a partir do momento que entrarmos todos vão esquecer que nós existimos e o que sobrar dos nossos corpos vão ser comidos pelos vermes!

Nesse momento Azriel gargalhou alto, todos olharam para ele, não era o tipo de pessoa que saia dando gargalhadas daquele jeito. Ele limpou a garganta.

— Desculpe, mas isso é ridículo.

Rhys concordou.

— Az tem razão, você está viajando.

Cassian cruzou os braços, todo emburrado e certo de que estava com a razão, o olhar de todos iam de uma irmão para o outro enquanto conversavam.

— O que vocês queriam? Nós crescemos ouvindo histórias sobre esse lugar, não se lembram?

O resto deles franziu o cenho, Gwyn perguntou:

— Que histórias?

— Que o lugar era realmente mal assombrado depois que a família que morava aqui morreu — Az respondeu — típica conversa de todo casarão velho e abandonado, agora isso é do governo, era só algo para manter as crianças longe.

𝐷𝑜𝑐𝑒𝑠 𝑒 𝑇𝑟𝑎𝑣𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora