O contraponto.

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Me sinto estranha e triste, minha intuição dizia que uma hora isso iria acontecer, pelo menos ele foi sincero, eu entendo os problemas pelos quais ele passa, são horríveis e pelo jeito que ele fala posso sentir um pouco de sua dor diária, talvez ele seja mais feliz sozinho em outro lugar. Meu peito dói enquanto volto para a aula, estou caminhando e olhando para baixo, minha cabeça dói um pouco e talvez esteja começando a ter uma crise. Lexi chega por trás e diz.
- O que aconteceu, ele falou com você? - Ela pergunta.
- Sim, ele não quer mais nada, acabou tudo entre nós. - Sinto uma lágrima escorrer e Lexi enrosca seus braços no meu pescoço, me puxando para um abraço apertado que quase me faz esquecer de minhas tristezas.
- Você vaia ficar bem. - Diz ela.
Eu assinto com a cabeça e nos soltamos.
Voltamos a caminhar.
- Você vai encontrar outra pessoa, e se não encontrar lembre-se de que eu sempre vou estar aqui, pra fazer companhia pra você. - Ela me olha com um sorriso, os olhos quase fechados, ao mesmo tempo em que entrelaça nossos ante braços.
Mais tarde quando estou voltando pra casa ouvindo sweater weather em um luping infinito, penso que talvez seria divertido ocupar minha cabeça com outras coisas. Decido que vou fazer uma apresentação na rua, onde exatamente, eu não sei, em algum lugar que vá gente que possa gostar da minha voz, do meu violão dos meus acordes e arpejos, seria bom conseguir um dinheiro com isso, afinal eu passo muito tempo estudando violão e cantando.
Quando chego em casa avisto minha mãe lendo um livro da mesa da cozinha, fico feliz por vê-la.
- Oi filha. - Ela diz, me dando um sorriso.
- Oi mãe. - Me aproximo dela e lhe dou um beijo demorado.
- Tudo bem? - Ela pergunta percebendo minha inquietação.
Minha mãe sabia que estava ficando com Max, então decidi que abriria meu coração.
- O Max disse que não vai mais ficar comigo. - Digo, sucinta.
Ela me olha com compaixão.
- Ah meu Deus. - Ela diz, com surpresa.
- Ele nunca quis relacionamento sério. - Digo.
- Sim, entendo. - Diz ela.
Ela me dá um abraço, me sinto aliviada.
- Você vai encontrar alguém, e se não encontrar, lembre-se, você não precisa de ninguém, olhe para sua mãe. - Ela diz tranquila.
- Eu nunca precisei de homem pra criar você. - Isso é plena verdade, minha mãe sempre cuidou de tudo sozinha.
- Sim. - Digo, indo para meu quarto. Ela não me impede, se fossem circunstâncias normais ela teria o feito. Mas ela entende que preciso de um tempo sozinha. Olho pela janela, procurando alívio nas belas paisagens, não deu certo.
Quando encosto minha cabeça no travesseiro sinto o peso inteiro do dia de hoje. Adormeço com soluços e um travesseiro encharcado.

Teu olhar nubladoOnde histórias criam vida. Descubra agora