Às batidas de seu coração.

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A caminho da escola encontro Lexi, minha amiga de infância, da qual agradeço aos céus por ter, ela é simplesmente a melhor pessoa que conheço, forte independente, corajosa, tenho nela todas minhas confidências. Nos conhecemos no sexto ano do fundamental, mas não éramos tão próximas naquela época, mas agora no primeiro ano do ensino médio ela é tudo pra mim naquela escola.

- Oii fofa - Digo indo em sua direção.
- Oi. - Sinto sua preocupação, e me pergunto por que ela está assim.

Caminhamos alguns passos, e não resisto a pergunta.

- O que aconteceu?
- Hum, nada, por que?
- Você tá estranha.
- Tive uma briga com o meu pai. - Imediatamente sinto um calafrio, o que aquele cara fez com ela.
- Ele chegou em casa bêbado, falando muita merda pra mim. - Diz ela.
- Ele não te machucou, certo? -
- Não, se ele fizesse isso eu o denunciaria pela segunda vez, sabe o que isso significa. - Reflito sobre o que ela disse, ele seria preso, o pai de Lexi é uma bêbado, já chegou em casa bêbado outras vezes.
- O que ele disse?
- Me xingou pois acha que foi culpa minha a mãe ter morrido, mais uma paranóia dele. - A mãe de Lexi morreu a três anos, de hemorragia, dando a luz ao irmão mais novo de Lexi.
- Esse cara é louco.
- Eu sei.
Me sinto mal por não poder fazer nada, então faço a única coisa que está ao meu alcance.
- Quer ir lá em casa depois da escola? - Ela reluta por um segundo.
- Não posso, o Mateus precisa de mim.
- Tá bem. - Entendo o que ela está sentindo, sente a responsabilidade de cuidar de seu irmão. De não deixa-lo a mercê de seu pai.
- Mas você pode fazer o seu brigadeiro maravilhoso e aparecer lá em casa amanhã. - Ela diz sorridente.
Começo a sorrir também, e aceno afirmativamente com a cabeça.

Seguimos falando sobre trivialidades e besteiras.

Ao chegar na escola, começo a olhar ao redor, procurando por um par de olhos azuis e cabelos escuros muito fartos. E o vejo me observando, sinto meu coração disparar e minhas pernas vacilarem, estamos nos fitando, e sinto uma imensa vontade de estar sozinha com ele.
Apesar do meu coração querer ir até ele, sigo em frente e entro na minha sala.

Teu olhar nubladoOnde histórias criam vida. Descubra agora