Teu olhar nublado

Encontro meu mar nos teus olhos.

Saímos da escola juntos, caminhado, olho de canto para ele, o sentindo meio atrapalhado.
- Está tudo bem? - Pergunto.
- Tá sim. - Me garante.
- Na verdade eu queria te perguntar se você quer ir lá em casa hoje. - Sinto minha perna balançar, mas sigo caminhando, ele nunca havia me feito esse convite.
- Sim, seria legal, preciso enviar uma mensagem pra minha mãe avisando. - Talvez seja minha cabeça, mas o sinto mais aliviado com minha resposta.
- Seus pais não se importam? - Pergunto.
- Não, eles são de boa com isso. - Diz.
- Que bom. -
Continuamos caminhando, e ele começa a brincar com o meu brinco, uma argolinha preta simples, enquanto acaricia meu ombro exposto.
O céu está lindo aquela hora, um degradê, do rosa para o laranja para o azul, ele me pega apreciando a vista e para um segundo, dizendo.
- Vamos parar um pouquinho, pra observar essa vista.
- Você leu a minha mente Max.
Nos sentamos no chão, ele se apoiou em uma árvore e eu me apoiei em seu peito. Ele acariciou minha coxa levemente, mas quando me percebeu o olhando parou.
- Por que você parou? - Pergunto com um leve tom zangado.
- Eu não sabia se você estava confortável, ou se queria que eu parasse.
- Eu gosto de todos os seus toques. - Digo, me erguendo e sentando em seu colo, apoio minha mão em seu peito ainda o olhando.
Ele começa a me beijar suavemente, depois começamos a nos beijar desesperadamente, como se estivéssemos sedentos por aquilo, ele põe sua mão embaixo do meu moleton, acariciando minhas costas, minha barriga, ao mesmo que nossas línguas se chocam e exploram uma a outra.
Ele encosta sua testa contra a minha, e eu o olho nos olhos, aqueles olhos, ao mesmo tempo que me dão inspiração, me deixam tão confusa, com relação aos meus sentimentos.
- Precisamos ir. - Ele sussurra.
Nos levantamos limpando a grama presa em nossas roupas.
Seguimos em direção a sua casa e meu coração começa a acelerar novamente, com a perspectiva de estar completamente sozinha com ele.