Fim de tarde nublado.

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Luidi está sentando em uma cadeira na mesa da minha casa. Estou andando de um lado para o outro tentando explicar a importância da concordância, e do uso de vírgulas. Começo a explicar novamente.
- Dependendo da ideia que você estiver passando, o uso da vírgula pode ser excencial. - Digo em voz alta um pouco estressada.
- Tá bem, eu só não sei onde pôr. - Ele me olha por baixo e eu o olho pensando como deve estar cansado de ouvir minhas voz falando sobre coisas chatas que ele mesmo pediu para eu explicar.
- Quer saber, vamos fazer outras coisa. - Ele me olha confuso.
- Como assim? - Eu caminho em direção ao meu quarto. Vejo que ele não está me seguindo e dou um passo pra trás, falando.
- Você não vai vir?
Ele se levanta prontamente e vem atrás de mim.
Quando ele entra no quarto estou sentada na minha cadeira giratória, da qual comprei com muito esforço, como quase tudo dentro do quarto.
Ele analisa o seu entorno admirado com a minha falta de organização. Por incrível que pareça não me importo, eu não arrumei meu quarto para esperar por ele, pois sabia que não iria chamar ele pra lá, porém eu tive um súbito pensamento malicioso com relação a ele, talvez eu pudesse descarregar meu sentimos em beijos lentos e dolorosos com uma pessoa que não gosta de mim e só está aqui por pura necessidade.
Em voz alta digo.
- Eu preciso da sua ajuda pra decidir em qual local vou fazer minha apresentação, e você poderia levar o material de som e tals, vou pegar emprestado da minha colega de aula. - Ele me olha com o brilho em seus olhos renovado.
- Seria incrível, mas eu nunca ouvi você cantar antes, por que você nunca cantou na escola?
- Eu tenho vergonha, eu passo pela escola todos os dias, vejo as mesmas pessoas todos os dias e não me sinto confortável pra cantar para alguém que pode me dizer que não sou tão boa. Pelo menos cantando pra desconhecidos não terei julgamento nenhum a minha espera no dia seguinte.
Ele me olha com as sobrancelhas arqueadas.
- Por que você se importa tanto com o que os outros pensam sobre você. - Ele pergunta, chegando mais próximo de mim. Olho para ele com uma cara de ironia.
- Todo mundo é assim, e eu sou como todo mundo. - Digo simples.
- Não é não. - Ele diz mais próximo do que nunca.
Eu me levando aos tropeços e vou em direção a estante de livros.
- Vamos voltar pros estudos. - Digo duvidando dessas palavras.
Pego um livro e fico em frente a estante, mostro o livro pra ele que vem em minha direção, ele pega o livro e lê a sinopse, vejo seu semblante concentrado, cílios grandes, sombrancelha grossa, lábios finos e com leves rachaduras, seus cachos caindo por cima dos olhos, sinto vontade de pôr seu cabelo pra trás pra mergulhar naquele céu nublado, que são seus olhos. Ele me pega olhando pra ele, e me lança um olhar arrebatador, ao mesmo tempo que olha além de mim.
- Eu conheço esse livro. - Ele diz esticando a mão até a parte atrás meu pescoço, ele apoia sua mão na prateleira e fica me olhando, provocante.
- Game of thrones. - Digo num sussurro.
- Eu não sou tão burro quanto você pensava certo? - Ele leva sua outra mão até o outro lado do meu pescoço, e encosta sua perna na minha coxa e seu peito no meu.
- Eu nunca achei que você fosse burro. - Digo.
Não aguento mais, vou em direção a sua boca dando o um beijo, ele força minha boca a abrir. Ele me beija lentamente, explorando cada canto da minha língua. Ao mesmo tempo que baixa sua mão passando pela lateral do meu peito, depois minha barriga parando no meu quadril, ele dá uma leve apertada o que me dá muita vontade de arrancar suas roupas.
Eu empurro ele até a cama e subo em seu colo, ele dá um leve gemido e eu me satisfaço, sua boca tem gosto de menta e açúcar queimado, dois sabores que não combinam mas devo dizer são viciantes. Ele entrelaça suas mãos ao redor da minha cintura procurando cada vez mais contato, e levo minha mão até seu cabelo e acaricio de leve, ao mesmo tempo que lambo seu pescoço o deixando molhado, dou uma leve mordiscada e é o suficiente para ele me pegar no colo e me por na cama subindo em cima de mim. Ele começa a chupar meu pescoço acariciando de leve meu seio esquerdo.
Até que ele para, subitamente, dizendo.
- Eu quero muito fazer isso mas nós não podemos, somos muito jovens e eu quero conhecer você melhor. - Olho pra ele lembrando que ele está completamente certo, por um segundo nada mais importava, havia somente ele. Até que a realidade chama e a magia acaba.

Teu olhar nubladoOnde histórias criam vida. Descubra agora