0.10

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  A reunião ficou silenciosa o restante da tarde, e ela acabou as seis pois era o horário do jantar. E sobre a cama macia e aconchegante, o enlace dos meus braços ao redor do travesseiro do tamanho do meu corpo me parece bom, izuku sumiu durante a tarde e disse que jantaria no escritório.

"Toc tok"

Ouça a porta ser batida levemente e bem breve, como se a pessoa do lado de fora não quisesse bater. Respiro fundo.

— senhor katsuki-sama? O senhor está aí?..— a voz era de Natália, a senhorita que ajuda a cozinhar: a governanta.— me desculpe, mais o jovem mestre toumura o espera no andar de baixo, assim como os demais. Ele exige sua presença.

Me levanto e abro a porta, apesar de já estar aberta, e me deparo com uma moça wafiu, de cabelos curtos amarelos e olhos verdes.

— não se preocupe, não demoraria a descer de qualquer jeito...

Ando percebendo estar menos falante desde que cheguei,  talvez seja o ar que essa família exala.

Ela ri e pega um livro no bolso da frente de seu avental, sorrindo.

— página cento e três, abra nessa página depois do jantar, o senhor izuku que o enviou...— ela reverência e sai, não me deixando perguntar onde era a sala de jantar, mais dou de ombros.

Ando até meu guarda roupas e ouço novamente a porta ser batida, e dessa vez, brevemente e em alto bom som.

Vou até lá já imaginando ser a moça de cabelos curtos amarelos e olhos verdes, mas me deparo com um cara alto de talvez 1,87, ele tem cabelos pretos e olhos vermelhos mortos, seu sorriso se faz presente em seu rosto tanto quanto o pequeno corte na parte direita, no cantinho do lábio superior juntamente com uma pinta no lado esquerdo.  Eu acho que já o vi em algum lugar......

De repente um flash se passa na minha mente e eu, não faço reação alguma, fingindo nunca o ter visto.

"- um se chama tenko e o outro toumura, e são filhos da mesma mãe e não do mesmo pai...."

Lembro vagamente da fala de denki, no capítulo 005. Com nenhuma paciência eu abro a porta, ou o resto que não estava aberto, e o deixo entrar.

— o que deseja no meu quarto a essa hora, senhor?...— me faço Maria desentendida e ele ri, se sentando no sofá ao lado da minha mala.

O vejo cruzar as pernas elegantemente e pegar um cigarro, e o balançar no alto. Me sento na poltrona ao lado dele.

—tenko, tenko shimura............você fuma?...quer?...— nego e ele procura por um isqueiro, como alguém provavelmente viciado ou com um hobby um tanto incerto. Não o achando e eu aqui, notando seu desconforto e desespero, vou ao armário e pego de lá o meu isqueiro metálico, que ganhei em Las Vegas quando tinha apenas quinze anos, minha irmã toga me deu.— pensei que não fumava...que danadinho.

Sua risada era bem diferente, rouca e arrastada, quase que atraente. Tão pouco chegaria aos pés da risada de izuku. Ele vestia um terno só com a parte de baixo, tendo apenas a blusa social azul marinho com quatro botões abertos.

Percebo tirar despercebidamente os sapatos sociais pretos de seus pés e ficar só com as meias cinzas, ele pega por fim o isqueiro da minha mão, após dois minutos nos encarando, e acende o seu cigarro.

Entre o céu glamoroso e o inferno tentador Onde histórias criam vida. Descubra agora