9 - Exame de graduação

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Sabaku no Luana

Alguns meses já tinham se passado desde a surpresa que meu marido fez, nossa convivência era bem tranquila, alguns beijos e mãos dadas, não me sentia confortável para seguir adiante e ele como um homem compreensivo, respeitava meu tempo.

As missões eram simples demais até que finalmente consegui missões de Rank C e meu sensei disse que poderia me deixar liderar a equipe como chunnin.

Foi a melhor loucura que tinha presenciado, se eu achava Thiago um chato, Guilherme era insuportável, sempre com um por que, me fazendo revirar os olhos várias vezes. Mas enfim tinha chegado o dia da prova jonnin. Os anciões reclamaram muito, porém meu marido deu a palavra final, dizendo que se era minha vontade, que assim fosse feito.

O medo de falhar estava me consumindo e para piorar, meu rival seria o antigo sensei do meu marido. Já tinha ouvido falar das suas habilidades, o nervosismo fazia com que estralasse os dedos e só percebi isso quando uma mão segurou a minha.

— Respire devagar, você vai conseguir. — ao olhar para ele, um sorriso discreto está estampado em seu rosto.

— Não seria mais lógico torcer pelo seu sensei? — ajustei novamente o estojo na perna.

— Você é minha família, assim como ele também é. Porém, que marido seria se não apoiasse minha esposa? — ajeita o chapéu de kazekage.

— Atenção a todos. — um ninja andou alguns passos a frente, fazendo todo o local ficar em absoluto silêncio. — No exame jonnin, o chunnin terá que lutar com o sensei escolhido para avançar na graduação. Um passo a frente Baki e Luana. 

Desço do palanque em que estava, me pondo a sua frente. Seu olhar demonstra desafio e acho que um pouco de desgosto que faço questão de ignorar, Temari é meu exemplo nessa aldeia e na minha, era minha mãe e sensei, então não existe possibilidade de falhas.

— A luta só acaba quando um dos dois se render ou um de vocês estiver sem condições de prosseguir na batalha. — levanta uma mão. — Comecem! 

A luta foi sem piedade, suas habilidades com kunais me surpreenderam, um tempo se passou e me defendia com algumas agulhas, os dois já estavam bem feridos, enquanto estava no chão, respirando ofegante, usei a kekkei genkai de gelo, para prende-lo e impedir o prosseguimento da luta, vencendo porque ele ficou incapacitado.

Os gritos de incentivo, aplausos e algumas expressões de surpresa foram as últimas coisas que vi e ouvi antes do cansaço me obrigar a dormir.

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Ao abrir os olhos, a luz me incomodava, fechei eles novamente enquanto ouvia duas vozes, uma era claramente do Gaara e a outra demorei mais a identificar, mas era do Kankuro. 

— Ela vai ficar bem! — fecha as mãos em punhos.

— Os anbus médicos disseram que ela foi muito machucada, você devia ter evitado isso! — seu tom é de acusação.

— Ela não é meu objeto ou animal de estimação, Luana pediu para lutar, a vontade dela nunca foi ficar cuidando da casa. — mantém a calma, não sei como. — Ninguém merece ficar preso, isso destrói qualquer um.

— Ga… Gaara. — tento sentar e ele corre para onde estou.

— Você foi bem teimosa. — impede que levante e eu aponto levemente a jara de água. Ele põe um pouco em um copo junto com um canudo, com cuidado levanta minha cabeça e tomo tudo, aliviada pelo líquido descer me refrescando por dentro. — Mas Luana, tenho orgulho de você. Nova ninja de elite. 

— Obrigada! — sinto dores em todos os lugares que as kunais atingiram. — Gaara? — quando olha, puxo seu corpo para baixo, envolvendo meus braços em torno do seu pescoço. — Eu te amo.

Pode ser cedo demais, mas ele demonstrou isso em inúmeras atitudes desde que cheguei, diferente dele, preciso por em palavras o que estava preso dentro de mim.

Se afasta, chocado, sem saber o que falar, ainda preso em meu abraço.

Kankuro já tinha saído. 

— Ama uma arma? — passa as mãos em seus cabelos.

— O que conversamos no jantar? — inclino um pouco a cabeça, como uma leve censura.

— Desculpe? — sorrio pela sua tentativa de concertar isso.

— Amo o homem que está na minha frente, Gaara, a pessoa que não desistiu dos seus sonhos. O homem que não me tratou mal, me fez sentir o amor e está aqui comigo. Eu tenho tanto orgulho de você. — faço carinho em seus cabelos, puxando-o para alguns selinhos.

— Eu também te amo, cuidou e cuida tão bem de mim, posso ser mal humorado às vezes, mas nunca vou te abandonar. — retribui os beijos. 

Foi o melhor momento, tempos depois finalmente passamos a viver como marido e esposa. 

Algumas semanas depois 

Hoje é o dia que irei conhecer a equipe que serei sensei. Bato palmas tentando controlar minha animação, minha bandana é da Névoa, já que não me graduei gennin na Areia e mesmo se pudesse trocar, nunca faria isso. O amor que tenho a minha vila nunca permitiria.

Eles já devem estar na sala da academia me esperando, só entrei aqui uma vez, abordo uma equipe que ia sair com seu sensei e eles me explicam como chegar no lugar. Antes de abrir a porta, respiro fundo, ponho a mão na maçaneta entrando, tinham umas doze crianças, quatro equipes.

O alívio que domina meu corpo é imenso por saber que não deixei eles por último.

— Bom dia. Time 3, Rodrigo, Willian e Dora me acompanhem por favor. 

— Sim. — eles se levantam e sem perguntas me acompanham até o lado de fora, onde sentamos na grama.

— Vou me apresentar e em seguida peço que façam o mesmo para que possamos nos conhecer. — Rodrigo, que tem cabelos castanhos levanta a mão.

— Pode perguntar. 

— A esposa do Kazekage será nossa sensei? — recebe um tapa da jovem de cabelos roxos.

— Não seja indelicado! — cruza os braços.

— Só questionei. — passa a mão onde levou a pancada e sorrio.

— Respondendo sua pergunta, sim. Sou Luana do Deserto, vim da Vila Oculta da Névoa, tenho dezenove anos e minha comida favorita é purê de batata. — ajeito o cabelo enquanto espero a próxima apresentação.

— Sou Dora, nascida na Areia, pretendo um dia integrar a Anbu e ser reconhecida pela minha família. — deita, pelo visto alguém está com sono.

Reconhecimento da família, provavelmente não são a favor de kunoichis, ou ninjas femininas. 

Só lamento, faço questão de ajuda-la a alcançar seus objetivos.

— Rodrigo, também da Areia, assim como a sensei quero ser um Jonnin de elite e sair em missões Rank S um dia. — sorri.

— Sou Willian e minha meta é ser o futuro Kazekage! — aponta para o prédio que meu marido está. — Também nasci aqui.

— Sonhos altos e é disso que gosto, não apressem o processo a ponto de cair, mas não tenham medo de seguir em frente. — cutuco Dora para que abra os olhos. — Amanhã vamos iniciar as missões, por hoje, vão descansar e Dora, vá dormir. Não virem a noite acordados.

Nós despedimos e eu vou para casa e sinceramente espero que ele volte para almoçar, esse era nosso acordo, ao menos duas de três refeições temos que fazer juntos e uma vez a cada duas semanas sair para algum lugar.

O casamento é como uma planta que necessita de manutenção diária e atenção constante.


Oi, "não virem a noite", a hipocrisia da autora que terminou o capítulo as 04:18 né?

Estamos entrando na reta final da fic, não tem como prolongar muito com a classificação que não permite diversos assuntos, porém outras vão vim.

Até o próximo capítulo. 

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