Contrato de paz

2 - Partida

Vila Oculta da Areia

Sabaku no Gaara

Estava pensando em que equipe mandar para uma missão Rank C, uma escolta de alguns civis por um lugar que poderia ter ladrões, quando escuto batidas na porta.

— Entre. — assim que do a ordem, escuto passos se aproximando. — Pode começar.

— Gaara, pare um pouco e escute o que tenho a dizer. — Kankuro consegue minha atenção, costuma usar esse tom de seriedade quando o assunto é sério.

Que não sejam mais problemas com a Névoa.

— Continue, por favor. — estendo a mão mostrando a cadeira.

Recusa minha oferta, preferindo ficar em pé, o que me faz desconfiar, só toma essa postura quando precisa comunicar algo que sabe que poderá me irritar.

— Como sabe, teve uma reunião com os anciões e eles tomaram uma decisão bem, digamos, radical, a outra aldeia já foi notificada. — olha dentro dos meus olhos.

— Sobre? — sei que ocorreu a reunião, porém não fui notificado do assunto.

— Para selar a paz, você deve se casar com uma jovem da Vila da Névoa… — pego o copo que estava com água jogando no chão, o barulho do vidro quebrando assustou ele, que andou alguns passos para trás.

— Me casar? Ficou louco? — levanto e a areia já começa a me rodear, sentindo o ódio subir pelo meu corpo. — Tenho uma vila para organizar, exames para preparar, missões a distribuir e você acha que é só casar? Acha mesmo que com o meu passado essa menina não ia preferir a morte? — começo a respirar bem devagar, descontar nele não vai adiantar nada.

— Gaara, caso recuse, entraremos em guerra. A Folha não se envolveria, é aliada das duas nações, mas a Névoa pode recrutar nukenins, afinal na guerra tudo é permitido. — mantém a voz tranquila, levantar seu tom só iria piorar a situação. — Ninguém disse que você precisa amar ela ou ter filhos, basta uma boa convivência.

— Não! — faço a areia recuar, machucar meu irmão mais velho nunca foi alternativa.

— Gaara, ela está deixando a aldeia que nasceu, talvez nunca tenha saído de lá, sua mãe que agora provavelmente ficará sozinha em casa, seu pai morreu na guerra e ainda existe resistência com quem tem kekkei genkai como ela, mesmo a Mizukage tentando mudar isso, mas sabemos que anos de rejeição não vão mudar em poucos dias ou anos. — olha para o teto. — Pelo que sei, seu sensei é do mesmo clã do Kisame, da Akatsuki, mas é como um pai para ela. Você conhece todos aqui, Luana não. Então quem estaria em maior desvantagem? — vem e sem pensar me envolve em seus braços. — Você mudou tanto e eu me orgulho de você, então por favor, pela paz.

— Não posso escolher? — devolvo o abraço, questionando baixinho.

— Infelizmente não. Sua dor é tão ou mais importante que a dela, mas você terá o seu trabalho e vila como refúgio, peço que não ameace e tente cuidar dessa menina, ela será a carta de segurança de muitos civis e militares. — se afasta. — Por favor Gaara, pela vida do nosso povo.

— Eu... — sou interrompido por ele, só meu irmão teria essa audácia.

— Se estourar uma guerra, Temari teria que abandonar sua família e a Folha, para liderar algum pelotão daqui. Skikadai poderia perder sua mãe, a gente sabe, melhor do que ninguém a dor que isso vai causar naquela criança. — passa a mão em meus cabelos. — Shikamaru já perdeu seu sensei, imagina o psicológico dele se perder a mulher amada?

— Quanto tempo até eles chegarem? — não tenho como rebater seus argumentos, então me rendo.

— Um mês e meio ou dois. — peço que saia e assim faz.

Nunca pensei em casar, no passado não tive um bom exemplo. Um sorriso escapa ao lembrar do casamento da Temari com o Shikamaru.

Será que pode dar certo?

Teorias não vão me ajudar, pego papéis já sabendo que equipe escolher para aquela missão.

Vila Oculta da Névoa

Dois meses depois

Todos os preparativos já tinham sido feitos, incluindo as vestimentas que achei muito linda, a Vila da Folha foi comunicada e o Hokage avisou que uma equipe iria de escolta com a gente.

Nunca vi minha amiga chorar tanto, me fez prometer que nunca iria abandona-la e sempre que possível viria visitar ela. Disse que faria o possível, ser a esposa do Kazekage não me daria o luxo de sair sempre que quisesse.

Sabaku no Gaara, Kazekage da Areia, o que devo esperar de você?

Outras vilas poderiam me fazer de refém para atingi-lo ou conseguir benefícios.

Por sorte minha mãe conseguiu autorização para seguir viagem com a gente, só terá ela da minha família, fora meu time e o sensei.

Estão ajustando a roupa pela última vez. Ficar parada me deixa ansiosa, gosto muito de estar em movimento.

— Por que choras futura esposa do Kazekage? — Thiago faz piada sentado em uma cadeira observando sua kunai.

— Isso, me zoa bastante, eu tenho dezoito anos. Poderia ser uma ninja de elite aqui. — mostro o vestido. — Lá, já não sei.

— Temari casou e se mudou para a Folha, lá é ninja. Você pode fazer o mesmo. — guarda a arma no estojo em sua perna.

— Ela casou com o conselheiro e não com o Hokage! — levanto as mãos.

Só o sensei sabe a verdade, mas nunca imaginei que se realizaria desse jeito.

— Não surta. — juro que se tivesse um kunai, lançaria em sua direção.

— Grande conselho, como conselheiro você é um bom ninja. — rio quando ele me da língua.

— Terminei os ajustes. — a costureira finalmente anuncia, saio indo me trocar, sentindo um enorme alívio ao vestir a roupa ninja.

— Agora podemos ir. Mizukage quer falar com a gente. — aceno me despedindo das meninas que estão cuidando das coisas.

Saímos entre as árvores, essa liberdade não tem preço, o vento nos cabelos bagunçados, o canto dos pássaros dando as boas vindas, meu lar.

Minutos se passaram e já estamos dentro da sala da Mizukage.

— Time 4, Luana e Daiane vocês não vão entrar em combate, por termos que levar roupas e outras coisas, será escoltada pela equipe da Folha. Caso comece uma luta, Daiane evacue com Luana rapidamente.
Lucas e Natanael, junto a anbu da Névoa vão me escoltar, por não termos de uma boa relação diplomática com a Vila do Rio, vamos receber reforços da Areia caso necessário. — explica enquanto desenha para ilustrar melhor sua tática.

— Quem vai ser a escolta da Folha? — Thiago não pergunta por nada, deve estar planejando uma fuga.

— O Shoudaine disse que vai preparar, não temos tempo de aguardar resposta.

— Hashirama Senju? — sinto a garganta secar, um frio se apodera do meu corpo só de pronunciar seu nome.

Esse homem é temido por nações, conhecido como Deus do mundo ninja e seu irmão Tobirama Senju, não fica atrás, conhecido como ninja criador de jutsus.

— O Deus do mundo ninja? — Daiane está tão chocada quanto eu.

— Sim, algum problema? — cruza os braços.

— Nenhum.

— Então vamos.

Os últimos preparativos foram feitos, então partimos em direção a Vila da Folha.

Que tudo ocorra bem.

Oi, acham que confusões estão por vim?

Não deixem de comentar e até o próximo capítulo.