III

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Harry estava entediado.

Um tédio supremo e inflexível o atingiu ao decorrer da semana.

Ele passou três dias praticamente enfurnado em casa, só saindo uma vez por dia, levando Dorcas para passear, o que não era de um todo ruim, já que assim tinha mais chances de conhecer a pequena cidade melhor.

Só queria sair com algum morador do lugar, alguém que já conhecesse a cidade como na palma de sua mão, assim, poderia o mostrar todos os lados escondidos e obscuros.

Harry era uma pessoa que gostava de conhecer todas as faces de algo — ou alguém — e se empenhava com afinco para tal.

Estava lendo em sua cama o final do último livro de Jogos Vorazes, A Esperança, quando ouviu Padfoot chamá-lo:

— Harry! O seu vizinho suspeito está aqui, de novo. Ele perguntou se você está livre para dar uma volta — bradou da entrada da escada, com preguiça de ir até o quarto do afilhado.

— Já estou indo!

Aquilo foi uma surpresa para o garoto. Ele não achava que Draco iria ter vontade de fazer algo com ele, ainda mais depois do modo muito... Sirius, que Pads o recepcionou alguns dias atrás. Mas, aparentemente, o garoto era insistente quando se tratava em algo de sua vontade.

Harry não fazia ideia de que tipo que coisa eles iriam fazer juntos e o porquê dele ter o chamado, então decidiu pegar uma vestimenta simples.

Depois de colocar várias camadas de roupas térmicas, vestiu uma calça jeans larga, acompanhada de uma blusa de rock — roubada de Sirius — e um casaco quadriculado de tonalidade escura. Calçou seu usual All Star surrado com diversas coisas aleatórias desenhadas e foi até o andar de baixo.

Ele precisava de um novo sapato vermelho para colocar em prática a sua ideia de fazer um personalizado com o tema do Homem-Aranha.

Estava tentando se arrumar o mais rápido possível para não deixar o loiro o esperando por tanto tempo, não gostaria de causar essa impressão nele.

Desceu as escadas aos tropeços, recebendo um olhar rígido de Remus, que transparecia "não corra na escada, Harry".

Potter se redimiu com um pedido de desculpas mudo e pousou seu olhar na porta, encarando Padfoot confuso, por elu estar com os braços cruzados falando com Draco.

Harry passou pela porta e cumprimentou o loiro timidamente, tentando conter o riso ao olhar para Six, que parecia que iria matar Malfoy com só uma palavra que ele dissesse.

Pediu licença para Draco e foi até um canto vazio da sala:

— Padrinho, eu sei que você é ciumenta e se preocupa comigo, mas eu preciso conhecer melhor as pessoas daqui e tentar fazer amizades. Eu também tenho um receio de que todas as pessoas são que nem os meus antigos "amigos", mas tenho que começar a me abrir mais — Harry sorriu sentindo o carinho de Six em seu cabelo. Ela sabia fazer os melhor cafunés do mundo.

— Tudo bem, meu amor, eu confio em você. Mas se esse garoto quebrar o seu coração ou fazer qualquer coisa, saiba que eu vou matar esse moleque da forma mais lenta e dolorosa que eu conheço.

— Calma, eu ainda nem o conheço e também nem sei porque ele veio até aqui, mas não estou reclamando — Harry riu do exagero de Pads, voltando em direção a porta.

— Oi — Draco o cumprimentou, não sabendo ao certo o que dizer para iniciar uma conversa.

— Olá, Draco, o que faz aqui? — Potter colocou as duas mãos nos bolsos, mexendo em seus dedos distraidamente.

Mein Deutscher Prinz || drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora