AMOR & PERDIÇÃO

Cap.15

Eu nunca cheguei a ter um relacionamento sério.

Talvez pelo simples fato dos garotos não me levarem a sério, o mais próximo disso que eu já cheguei foi quando eu tinha 15 anos, eu saia com ele algumas vezes mas como ele queria ter... como posso dizer, relações sexuais antes mesmo de ter algo comigo, ele pulou fora na primeira chance que teve.

Não que eu pense que precisa namorar para transar, mas mesmo assim deixei as minhas intenções bem claras, mas não foi o suficiente.

Pelo visto eu não fui o suficiente.

Eu gostava muito dele, estava quase caindo nas garras manipuladoras dele.

Mas aquilo não me abalou muito, nunca tive uma dificuldade enorme de esquecer alguém, para mim é bem claro na verdade.

Talvez eu fique uma semana parecendo que estou com TPM ou mais cabisbaixa, mas não sofro.

Nunca sofri, e parece que nem vou.

Depois de Noah aparecer com a ideia do emprego, e eu prontamente aceitar, eu respondi a mensagem de Nina falando que eu iria ir com ela mesmo eu não sabendo exatamente onde seria esse lugar misterioso.

Ela passou na minha casa à noite, e me deu uma carona.

Ela estacionou bem à frente de um barzinho, simples mas aconchegante, passando pela entrada no lado esquerdo estava o bar e mais à frente a pista de dança.

A luz estava fraca, conseguíamos enxergar o mínimo, o som não tão alto ainda dava para ter um conversa boa ali.

Tinhas algumas pessoas, nada muito lotado mas todos bem vestidos.

Estava com um ar sensual e casual ao mesmo tempo.

— Como eu não sabia desse lugar? - Digo um pouco impressionada com o ambiente.

— Encontrei a alguns meses, e sempre quando quero fazer algo e sei que ninguém vai me encontrar, esse é o lugar certo. - Ela diz dando uma piscadela para mim.

— Seu segredo está a salvo comigo.

— Agora é o nosso lugar especial. Vem! Quero te mostrar uma coisa. - Ela diz cruzando o braço com o meu me puxando para o bar.

Nos sentamos em banquinhos um ao lado do outro.

— Não vive sem mim não é? - O bartender que se aproximava falou para a minha amiga ao meu lado, enquanto preparava um drink, pelo visto eles se conheciam bem.

Ele era alto, a barba bem feita e usava uma blusa social azul, que destacava seu cabelo bem loiro.

— Estava com saudades de você, bebê. Você sabe que não consigo ficar muito tempo longe. - Ela disse em tom provocativo.

Ele entregou a bebida pra mulher que estava no outro lado do balcão lançando uns olhares bem predativos para ele que não pareceu se importar muito, talvez esteja acostumado com isso mas logo  voltou e se inclinou sobre o balcão para ficar mais perto da minha amiga, que agora estava com um sorriso bobo no rosto.

Eu não queria acabar com o encanto deles, então fiquei com a dúvida se falava alguma coisa ou deixava os dois ali.

Mas como se Nina lembrasse que não estava sozinha logo se recompôs e olhou para mim.

— Esse é o Zayn, Zayn essa é a...

— Manuzita! - O Zayn interrompeu falando como se me conhecesse já a muito tempo.

— Eu posso ter falado de você algumas vezes. - Nina se apressou em dizer, como se minha cara estivesse muito confusa no momento, e claramente eu estava mesmo.

— Você não sabe o quanto! Finalmente é bom te conhecer. - Ele diz educadamente e estende a mão por cima da bancada.

— Prazer em te conhecer Zayn, acho que me lembro de ouvir uma coisa sim, sobre um homem perfeito e que tinha umas mãos que... - Quanto mais eu falava mais vermelha ficava a cara da Nina que me interrompeu, felizmente, para ela.

Depois que nós nos conhecemos na boate alguns dias atras, a gente se falava todos os dias, e muitas delas por telefone, ela era uma boa amiga e eu com certeza estava me divertindo com ela.

— Ah, acho que n-não devo ter falado isso tão explicitamente, mas a-algo do tipo, talvez, eu não lembro. - Ela falava tão rapidamente, que eu e Zayn soltamos uma gargalhada com o seu nervosismo.

— Não lembro desse nervosismo todo ontem de madrugada. - Ele falou mais baixo agora, mas eu consegui ouvir.

— Então... dois shots por favor. - Nina pediu e Zayn deu um beijinho na bochecha dela.

Depois que eu e ela viramos aquele líquido transparente rápido demais, sentia o líquido queimar ainda na minha garganta.

Me certifiquei depois que ele havia ido servir outra pessoa para falar:

— Desembucha. - Ela se virou no banquinho se ajeitando melhor para poder ficar de frente para mim.

— Eu conheci ele a primeira vez que eu vim para cá, a alguns meses atrás, não conhecia ninguém, nunca tinha ouvido falar desse lugar, e todos que vem aqui geralmente se conhecem ou veem frequentemente, então ele me apresentou a algumas pessoas. - Ela suspirou, e virou a cabeça para observar o rapaz mas então continuo. — Dormimos algumas vezes juntos, mas nos vemos pouco fora daqui. - Agora o seu olhar era triste, mas logo se recompôs e sorriu virando-se para mim.

— Você gosta dele? - Eu perguntei calma, não queria ser muito invasiva.

— É complicado, ele sempre foi tão bom para mim... eu só... - Ela pausa e suspira, focando em algo atrás de mim. — Só queria que as coisas fossem diferentes. - Ela termina de falar e parece que não vai mais falar nada, se vira para mim, e com um sorriso e fala novamente. — Mais um shot?

— Mais um shot. - Confirmo e então ela pede mais um para o Zayn.

(...)

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