Cap.4

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— Já voltamos. -Diz Betty saindo do carro com o Noah, Bruno que estava dirigindo.

Eu entro em casa e pego a minha toalha, carregador do celular, camiseta, shorts e meu biquíni preto simples.

Mandei uma mensagem para a minha mãe e ela concordou, ela não estava em casa, estava com o Arthur no parque.

Quando voltei para o carro, Betty e Noah ainda não tinham chegado. Sentei no banco de trás, para evitar o contato com Bruno mas parece que não adiantou.

— Pode parar? -Digo, enquanto ele me olhava pelo retrovisor do carro.

— Com o que? -Diz ainda me encarando. Reviro os olhos.

— Não se faz, é desconfortável.

— Eu te deixo desconfortável? -Ele pergunta. Não digo nada, Betty e Noah entram no carro.

— Podemos ir agora! -Noah diz. Enquanto isso, Bruno não me olhou mais durante o caminho.

Chegamos na casa deles, era linda! Tudo muito bem limpinho, e eles moram sozinhos por incrível que pareça.

— Vamos nos trocar. -Betty diz, e Noah nos mostra o banheiro.

— Estou com vergonha de ir pra lá assim. -Digo olhando para baixo.

— Mas você está de biquíni. -Ela diz olhando pra mim.

— Por isso mesmo. -Eu não tenho tanto problema com o meu corpo, mas tinha inseguranças como qualquer um.

— Vamos se divertir, dane-se os garotos!! Se você mostrar que está com vergonha, vão notar. Se quiser pode pegar uma camiseta. -Ela diz, até que parece fazer sentido.

— Não precisa, obrigada.

— Vamos? -Ela diz e eu concordo.

Chegando na piscina, coloco as minhas coisas atrás da cadeira e me sento nela. Os meninos colocaram uma música na caixa de som, estava bom, todos entraram na água.

— Você não vai vir? -Ela pergunta.

— Depois.

— Eu sei o que "depois" significa. Vem logo se não eu peço pros meninos te jogarem na piscina.

— Você não faria isso! -É claro que ela faria isso, é minha melhor amiga.

— Quer pagar pra ver? -Os meninos estavam lá, botando pilha.

— Tá bom, tá bom!

Levanto da cadeira e pulo rápido na piscina, a água estava muito boa, não posso negar.

— A água está boa? -Nik pergunta.

— Sim. -Tento não olhar muito pra ele mesmo sendo difícil porque ele é um gato.

— Me desculpa. Eu fui um completo idiota com você hoje mais cedo, eu não sou assim, não sou bom com garotas, então eu acho que só estava tentando te impressionar. -Diz Nik, me olhando fixamente nos olhos, e então continua: — Mas eu queria muito mesmo sair com você.

— Pode ser. -Digo, até que não é tão ruim assim, não pode ser.

— Ah, que bom! Depois eu pego o seu número então. -Diz e sorri de lado. Olho para o lado e vejo Bruno me encarando. Era só o que me faltava.

Saio da piscina, preciso carregar o meu celular caso a minha mãe me ligue. Pego a toalha e começo a me secar.

— Você já vai? -Pergunta Noah.

— Não, só vou colocar o meu celular pra carregar. -Digo e já seca, vou indo para dentro da casa procurar uma tomada.

Já fui na cozinha e na sala e não tem nenhuma tomada disponível. Vou para o segundo andar, quando eu estou no corredor escuto passos de alguém atrás de mim, então me viro e acabo ficando cara a cara com Bruno.

— O que você está fazendo aqui? -Pergunto enquanto ele me olhava sério.

— Estou na minha casa. -Ele diz e solta um leve sorrisinho.

— Tá, então me mostra onde tem uma tomada livre na sua casa.

— Vem cá. -Ele diz, e eu o sigo para dentro de um dos quartos.

— Do lado da cama tem uma. -Ele aponta.

— Obrigada. -Digo agradecendo, e finalmente coloco o celular para carregar.

— É seu? -Pergunto.

— O que? -Ele diz confuso.

— O quarto, é seu?

— Sim. -Ele diz, o quarto é grande, as paredes são cinzas e tem uma varanda. Ele tem uma cama de casal imensa, deve ser aqui que ele trás as mulheres. Credo Manuela!!!!

— Você não pode sair com ele. -Ele diz me encarando.

— Com quem? Nik?

— Sim, não pode sair com ele. -Eu começo a rir mas ele parece estar falando sério, então eu paro.

— Como assim? Você não pode estar falando sério! Você não manda em mim.

— É um aviso. Ele não se importa, ele só quer foder com você e não vai nem te ligar. Não é isso que você quer? Que ele ligue? -Ele diz ainda muito sério.

— E você se importa? Eu acho que não. Eu vou sair com ele sim, não preciso fazer essas coisas com ele. -Digo, ele revira os olhos e então caminha até mim, fazendo eu ficar cara a cara  com ele novamente.

— Faz o que você quiser, mas não se finja de inocente. -Ele diz e então eu saio do quarto deixando ele ali e o meu celular carregando. Volto lá pra baixo e sento na cadeira onde eu já estava.

— O que foi amiga? -Betty pergunta, saindo da piscina mas logo olha quem vem atrás de mim.
— O que aconteceu Manu? -Ela pergunta de novo.

— Nada. Fica tranquila. -Digo.

E o resto do dia foi assim, sentada na cadeira vendo todo mundo se divertindo. Marquei um encontro com Nik e Bruno ficou me olhando como de costume.

****

Chegando em casa, vou direto tomar meu banho, coloco meu pijama e vou até minha mochila e percebo que esqueci o meu celular na casa de Bruno. Droga!!

Não posso fazer nada agora, amanhã eu pego. Desço as escadas e vou até a cozinha, esquento a comida que a minha mãe deixou no microondas, pego a comida e vou pra sala assistir alguma coisa.

Enquanto eu assisto uma série aleatória e termino de comer a minha comida, a campainha toca.

— O que você está fazendo aqui? -Pergunto.

— Você esqueceu as suas coisas. -Diz Bruno, me entregando o celular e o carregador.

— Ah, Obrigad... -Ele me interrompe.

— Desculpa, por ter falado aquilo. -Diz.

— As pessoas dizem o que não querem e depois me pedem desculpa? Fala sério. Já não basta o Nik!

— Você vai sair mesmo com ele?

— Sim. -Digo e ele bufa.

— Só não diga que não avisei. -Ele diz e sai, sem que eu pudesse responder.

Fecho a porta e olho pra baixo, e lembro que estou de pijama, meu deus, que horror Manuela!!

...

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