AMOR & PERDIÇÃO

Cap.8

Eu não sei o que acabou de acontecer agora, e não sei exatamente o porque fiz aquilo, ele me deixa fora de si com o seu ar autoritário, dizendo o que bem entende pois ele não me conhece.

Fico parada no meio da pista por alguns instantes me recuperando e tomando coragem para voltar a mesa em que estamos, quando penso que agora vai, olho para o lado e vejo Nik beijando uma garota a poucos metros de mim.

Nossa, ele realmente não perde tempo né? Esses garotos acham que é assim, chamam uma mulher para sair e não se aguentam por um minuto!

Mas por que eu também estou assim? Que droga! Eu fiz a mesma coisa com o menino, eu não tenho muita credibilidade para julgar ele agora.

Voltando para a mesa menos animada que antes, o fogo que tinha surgido em mim apagou.

— Voltei. -Digo já me sentando na mesa.

— Demorou hein, onde você estava? -Betty me pergunta com um tom desconfiado em sua voz.

E no mesmo instante olho em direção a Bruno que esta fingindo estar curioso também com a pergunta.

— Estava bebendo, como eu disse. -Digo sem dar muitos detalhes.

Betty e Noah parecem estar se divertindo muito, com vários papinhos e algumas mãos bobas que eu tento não olhar muito mas qualquer um daqui iria perceber.

— Nós vamos dançar. Quer ir também? -Betty pergunta e eu balanço a cabeça negando e ela logo sai com Noah.

Fico mexendo em meu celular enquanto Bruno e seus amigos parecem me ignorar por completo, estou entediada e só quero ir para casa.

— Eaii gata! -Nik diz se sentando ao meu lado.

— Oi. -Digo forçando um sorriso.

— Quer dançar? -Pergunta colocando a mão em minha coxa.

Eu estou realmente cansada, quero ir embora, sair desse monte de gente. Porque eu resolvi vir aqui? Porque que não recusei o pedido de Nik na primeira chance que tive? E porque diabos esse garoto está com a mão na minha coxa quase me tocando?

— Olha me desculpa Nik, eu não quero estar aqui.

— Tudo bem então, vamos para a minha casa. -Diz colocando a mão em seu bolso pegando sua chave.

— Não, você não entendeu! Eu não quero estar aqui e não com você. Eu não sei nem porque eu decidi vir aqui para começo de conversa, eu sinto muito. -Digo levantando o meu tom de voz já irritada.

Não sei o que aconteceu que eu troquei de humor assim, mas pensa comigo, eu estou aqui com um cara que eu não gosto, minha melhor amiga está se divertindo com seu namorado e não eu não culpo ela, pelo menos alguém aqui está se divertindo e Bruno e seus amigos estão me ignorando por completo.

— Eu sabia que você seria esse tipo de garota mimada. -Ele diz cuspindo as palavras em minha cara.

— O que? -Digo indignada.

— Sua vagabun.. -Antes mesmo de ele conseguir terminar, minha mão voa em direção ao seu rosto, fazendo com que todos ao redor nos olhe assustados.

Mais precisamente, olham para mim. Alguns até com olhares de julgamento mas todos assustados.

Não perco muito tempo e saio correndo de perto daquele lugar, indo em direção a saída do pub nos fundos.

Abro a porta e finalmente sinto a brisa bater em meu rosto, e dentro de alguns minutos recupero o fôlego que tinha perdido igual a minha mão uns instantes atrás. Minha mão está ardendo, nem imagino o rosto de Nik então.

Aquele garoto era realmente duas caras, força a barra e quando alguém diz "não" parece não entender, fico abismada com esse tipo de gente.

Pego o meu celular já procurando algum Uber para sair daqui mas infelizmente a sorte não está comigo e nem o sinal, quando ouço a porta se abrir atrás de mim.

— O que você quer agora? -Digo já sabendo quem está aqui e reviro os olhos.

— Vim ver como você esta. -Diz Bruno se aproximando.

— Você está me perseguindo? Que jogo doentio é esse que você está jogando? -Pergunto me virando de frente para ele.

— Que porra deu em você? Eu só vim aqui pra ver como você esta!!

— Não preciso que você venha aqui, ou em qualquer outro lugar! Não preciso que você diga com quem eu deveria sair ou não.

— Eu estava te avisando caralho e eu estava certo não estava? -Ele diz sério e com um tom frio e por alguns instantes percebo que estamos gritando.

Não falo nada, não consigo falar mais nada. Com seus olhos me encarando, aqueles olhos profundos com uma cor tão suave que eu poderia facilmente me perder dentro deles, cada vez que ele me olha eu perco totalmente a direção, eu sei que ele estava certo, e eu estava fazendo tudo isso por birra, e eu nem sei o porque.

— Eu já vou indo. -Digo, tentando ligar para Isaac pra ver se ele me busca.

— Eu te levo!

— Ah, não precisa. Vou chamar o Isaac.

— Isaac? Eu acho que ele não vai atender agora, deve estar com o namoradinho boqueteiro dele. -Diz parecendo não se importar com as palavras rudes que saem da sua boca.

— Bruno!!!! Olha a boca!!  -Digo ainda não acreditando em suas palavras.

— O que? Mas todo mundo sabe! -Ele diz entre sorrisos.

— Eu não... -Tento dizer mas Bruno me interrompe.

— Vamos?  -Ele diz impaciente, mais afirmando do que perguntando.

Dou uma olhada na tela do meu telefone e nada ainda, eu olho pra ele de novo e como se ele já soubesse da minha resposta da um sorriso convencido. 

Entro em seu belo carro preto fosco, enquanto Bruno tira o carro do estacionamento, esse carro é muito bonito, e tem um cheirinho de carro novo, parecendo até o carro do Batman e começo a rir sozinha com esses pensamentos.

— Qual o motivo das risadinhas? -Ele pergunta levantando uma sobrancelha.

— Seu carro. Parece do Batman. -Falo tranquilamente sem perceber que pareço ridícula falando desse jeito.

— Uma pena, o meu carro é bem mais legal do que o dele. -Ele diz rindo já sobre o meu comentário.

Pensando bem, menos de uma hora atrás eu estava brigando com Nik, e a menos de dez minutos eu estava discutindo com Bruno e agora eu estou dentro do carro dele tendo uma conversa normal e vendo ele sorrir das bobagens que eu digo.

E até que eu gosto disso.