Às feridas podem se curar?

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Xiao avisou ao Sr.Qiren que não estava se sentindo bem, e o mesmo lhe deu uma folga.     Aproveitando essa oportunidade raríssima, Xiao Zhan ligou para seu amigo Jiang Chang, o convidando para ir em sua casa.

Assim que Jiang Cheng chegou à porta do prédio de Xiao Zhan, ele tocou o interfone, sentindo o cansaço do dia, mas também a curiosidade em saber o que seu amigo tinha para contar. Em poucos segundos, Xiao Zhan apareceu para recebê-lo, abrindo a porta com um sorriso um pouco tenso.

Ao cruzar o limiar do apartamento, Jiang Cheng sentiu imediatamente um aroma delicioso invadir seus sentidos, despertando seu apetite.

— Tofu? — ele perguntou, franzindo a testa enquanto olhava ao redor, tentando identificar o cheiro.

Xiao Zhan riu, um som leve e descontraído que ajudava a aliviar a tensão no ambiente.

— Não, é xiaolongbao! — ele respondeu, com um sorriso orgulhoso.

— Ah, melhor ainda! — Jiang Cheng sorriu de volta, esfregando as mãos. — Vamos comer enquanto você me conta tudo. — Ele se aproximou da cozinha, atraído pelo cheiro que já o fazia salivar.

— Sim, vamos — Xiao Zhan concordou, pegando os pratos e conduzindo-o até a varanda.

Na varanda, sob a luz suave das lâmpadas da cidade, eles se sentaram frente a frente. Havia uma tranquilidade no ar, mas também uma antecipação, quase palpável, que parecia envolver os dois. Xiao Zhan começou a falar, contando os detalhes do que aconteceu entre ele e Yibo, cada palavra carregada de frustração e arrependimento.

Jiang Cheng o escutava com atenção, absorvendo cada palavra, cada pausa hesitante e suspiro que escapava de Xiao Zhan. Ele sabia que o amigo estava perdido em meio aos próprios sentimentos, dividido entre a dor e o desejo. Quando Xiao Zhan finalmente terminou de falar, Jiang Cheng se inclinou ligeiramente para frente, com uma expressão séria, mas compreensiva.

— Em primeiro lugar — começou ele, com um tom calmo e firme —, eu agradeço por se abrir comigo e confiar no que eu tenho a dizer. Agora, espero que você aceite o que eu penso sobre tudo isso.

Xiao Zhan assentiu silenciosamente, encorajando-o a continuar.

— Você cometeu um erro ao julgá-lo, ao acusá-lo sem provas, — Jiang Cheng disse, sua voz dura, mas não severa. — Mas eu reconheço que você percebeu isso e tentou corrigir. Só que algumas palavras, Xiao Zhan… — Ele pausou, escolhendo bem as palavras. — Algumas palavras são difíceis de esquecer.

Xiao Zhan abaixou o olhar, as mãos apertadas no colo enquanto o peso da verdade o atingia em cheio.

— Ele também errou, e espero que ele reconheça isso, assim como você. — Pontuou o mesmo, e continuou— O problema é que você foi se desculpar na hora errada, e no momento errado — Jiang Cheng continuou, a voz mais suave agora. — Tanto você quanto ele, ainda estavam fragilizados.

Xiao Zhan balançou a cabeça, tentando conter as emoções que surgiam à superfície.

— Eu sei… — murmurou, com a voz baixa e embargada. — Mas eu não quero ficar nesse impasse. Eu sinto falta dele, Cheng… do toque dele, da voz, do jeito como ele me olhava. — Ele respirou fundo, como se aquelas palavras fossem difíceis de dizer em voz alta.

— Então, o que está esperando? — Jiang Cheng perguntou, claramente confuso. — Se sente tanta falta assim, vá atrás dele.

Xiao Zhan desviou o olhar, soltando um suspiro profundo.

— Talvez eu esteja esperando ele vir até mim… — murmurou, mais para si mesmo do que para o amigo.

Jiang Cheng ergueu uma sobrancelha, olhando para ele com uma expressão de ceticismo.

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⏰ Última atualização: Nov 12 ⏰

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