As portas do elevador se fecharam, e a imagem do jovem persistia em sua mente. Havia algo naquele rosto doce, naquele sorriso inocente, que o deixava inquieto de uma forma que ele não conseguia entender. Era como se, ao olhar para Xiao Zhan, uma força invisível o puxasse, desafiando sua razão e o controle que sempre tivera sobre seus sentimentos. A pequena pinta sob os lábios de Xiao Zhan era um detalhe simples, mas nela, Yibo encontrou uma sensualidade irresistível, que despertou nele pensamentos que sabia serem perigosos.
Respirou fundo, reprimindo o desejo que crescia com uma intensidade incomum. “Preciso me recompor,” pensou, em um esforço para não deixar seus impulsos dominarem seu bom senso. Contudo, aquela conexão inexplicável o perseguia, e Yibo sentia, pela primeira vez em muito tempo, uma curiosidade que o desarmava.
Assim que as portas do elevador se abriram, ele caminhou até o escritório de seu pai, decidindo enterrar esses pensamentos. Abriu a porta e encarou Qiren, que o observava com uma expressão de desdém.
— Pelo jeito, já conheceu o novato — disse Qiren, o tom carregado de desprezo.
Yibo sustentou o olhar frio, deixando claro que não daria abertura para invasões em sua vida pessoal.
— A minha vida não lhe diz respeito, pai. Se eu o conheci ou não, isso é problema meu — respondeu com firmeza, deixando transparecer sua irritação.
— Eu só quero o melhor para você. Mas você só se interessa por quem não presta — retrucou Qiren, suas palavras impregnadas de desprezo.
Yibo sentiu a raiva borbulhar. A implicância de seu pai o incomodava, especialmente porque ele sabia que Qiren nunca entenderia a intensidade daquele breve encontro.
— Como se você soubesse quem presta ou não — rebateu, os olhos carregados de rancor.
Qiren, irritado, elevou o tom:
— Wang Yibo, é melhor você pensar duas vezes antes de me tratar dessa forma.
Yibo riu, sarcástico, não recuando.
— Se não, o senhor fará o quê?
O pai lançou-lhe um olhar calculado, satisfeito ao perceber que conseguia desestabilizá-lo:
— Eu tirarei aquele ser deplorável daqui, se for necessário. Pelo currículo dele, ele precisa desse emprego.
Yibo respirou fundo, sentindo a frustração apertar em seu peito. Ele sabia que seu pai não hesitaria em destruir a vida de Xiao Zhan apenas para reafirmar seu poder. Então, por um momento, Yibo ponderou.
— Tudo bem. Eu não chego perto dele — respondeu com a expressão impassível, guardando para si os pensamentos que fervilhavam.
Qiren sorriu, satisfeito, voltando a assinar os papéis em sua mesa.
— Como andam as finanças? — perguntou casualmente, mudando de assunto como se nada tivesse ocorrido.
Yibo recobrou a compostura e respondeu no mesmo tom ríspido de antes:
— As finanças estão em ordem.
— Que ótimo. Sei que esse restaurante está em boas mãos. Você sempre foi muito responsável — disse Qiren, lançando-lhe um raro olhar de aprovação.
Yibo sabia que, para seu pai, ele jamais poderia errar ou manchar o nome da família. Desde pequeno, Qiren o cobrava para que se tornasse um exemplo impecável dos Wangs, e Yibo, mesmo relutante, seguiu essa cartilha com disciplina. Mas agora, ao lembrar de Xiao Zhan, sentia que essa perfeição forçada era sufocante.
— Gostou da nova arrumação dos salões? — perguntou Qiren, com um sorriso de satisfação.
Yibo apenas murmurou um “sim,” já cansado da conversa.
Ao se virar para sair, parou por um segundo, sem olhar diretamente para o pai, mas deixando claro sua determinação.
— O senhor nunca mais se atreva a me ameaçar...
Com isso, Yibo fechou a porta, deixando Qiren para trás, surpreso.
Yibo sabia que essa conexão inexplicável que sentira por Xiao Zhan não poderia ser apagada por ameaças ou ordens. Era um desejo que o movia, uma força que o empurrava para algo desconhecido — e ele estava disposto a seguir esse impulso, custasse o que custasse.
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Volteiiii, estou atualizando para vocês!!!
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O filho do Patrão
FanfictionWang Yibo é um homem reservado e enigmático, com segredos que ele esconde até de si mesmo. Filho de um homem amargo e severo, dono do tradicional restaurante Wangs, ele trabalha de forma rígida, mantendo sempre uma postura fria e distante. Quando Xi...