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Oque era pra ser malema um dia se tornou 4. As coisas do meu álbum estão mais complicadas do que eu imaginava e aceitei o feat que é com ninguém mais ninguém menos que, DJONGA!.
Vamos gravar assim que eu voltar pro RJ lá que ele mora lá também e eu vou voltar amanhã de manhã.
Nesses 4 dias eu não tive notícia nenhuma do Geizon, nem mensagem, nenhum Storys postado, nenhum status do whatsapp ou sequer um tweetsinho. Me senti completamente deslocada por não saber de nada dele nesses dias.
E eu estou ficando louca já atrás desse filho da puta! Ele não retornou minhas mensagens, nem sequer minhas ligações. Então eu resolvi a partir de agora parar. Parei de mandar qualquer mensagem ou ligar. Ele tem mais um dia e meio pra vir atrás de mim, porque se eu por os pés no RJ vai ser apenas pra arrancar os preciosos testículos dele.

Ana: então eu vou ter que refazer essa parte toda?

Malake: sim, não tá batendo nem com o beat e nem com o resto da música.

Ana: te entrego hoje a tarde. Eu terminei minha parte da música com o djonga, ele tinha me mandado um rascunho da parte dele e eu fiz a minha encima disso, quer dar uma olhada?- ele concordou jogando uma pasta que estava na sua mão de lado e pegou o papel estendido.

Segundos de tortura enquanto ele lia cada pedacinho que construí. Isso me custou a noite acordada e reparações em filmes, séries e em mim mesma pra construir cada palavra que agora está ali.
Encarei ele pra procurar alguma expressão em seu rosto e tudo que encontrei foi um sorriso torto.

Malake: tá perfeito Ana. - sorri orgulhosa.

Ana: perfeito! Agora se me permite- fiz uma reverência dramática- almoço!

Fui me saindo dali e peguei minha bolsa já pegando meu celular, nenhuma notificação. Bom, tinha mas não de quem eu desejava.
Atravessei a rua entrando em um restaurante que nesses 4 dias só comi aqui. O cheiro já me invadiu assim que atravessei a calçada e o garçom de sempre me acolheu com um sorriso no rosto.

Ana: o tradicional brasileiro Bruno, por favor.

Bruno: com suco de uva certo?- disse anotando com um sorriso de quem conhecia a cliente. Concordei.

E de fato conhecia mesmo, no segundo dia que comi aqui ele veio conversar comigo. Me contou metade da sua vida e assim que descobriu que eu sou "famosa" tirou uma foto comigo e me marcou no Instagram e repostei. Ele é absurdamente lindo porém gay. E não conhecia a carreira do meu ex, Geizon. Ele não fazia ideia da existência dele e fiquei feliz por não ser conhecida como "a namorada do índio gatão", quando me chamam assim me faz se sentir como se eu fosse uma sombra. Algo que eu também só reparei agora que me incomodava, estranho.
Bruno entrou no restaurante e eu peguei meu celular pra responder as mensagens do Pedro.

Pedro: Maria saiu da cadeia e tá jurada de morte por alguém que não sabemos quem.

Parei. Tudo rodou e minha visão ficou embaçada. Como aquela vaca tinha saído? Ela pegou uns 3 anos de cadeia. O que aquela mulher tinha feito pra estar jurada de morte por alguém ?
Maria saiu da cadeia.
Depois de quase ter me matado ela estava solta. Solta. Pronta pra me procurar e terminar o serviço. Pronta pra me desmaiar na porrada de novo.
Bruno voltou com meu suco e seu sorriso morreu assim que viu minha cara.

Bruno: o que aconteceu?

Ana: acho que vai me ver mais vezes do que eu prometi.- dei um sorriso forçado pra ele e tomei meu suco, meu almoço já não me interessava mais.

Destinados > FINALIZADA<Onde histórias criam vida. Descubra agora