Destinados > FINALIZADA<

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                               Agnes

Xamã: e o que vamos fazer? Não sei se me importo mais, não depois de....- ele engasgou com as próprias palavras e preferiu não terminar, o trauma daquele dia ainda o perseguia.

Ret: vamos fazer exatamente o que a Ana Bella pediu pra fazermos. Nada. Ela só queria saber quem tinha ameaçado a Maria e porque. E eu descobri.

Agnes: Pedro tá no comando da favela agora, ele tem uns caras com ele. Ele vai matar a mulher que amou e criou a gente Geizon.

Eu esperava um Geizon preocupado, desorientado. Mas tudo que eu encontro nele nessa última semana é um grande nada. Ele não ligava pra nada mais.

Ret: não me envolvo com brigas de favela ou nada desses comandos. Então deixa que eles se resolvam, agora já tá fora do meu alcance.

Olhei incrédula pra ele e sentei no sofá, minhas pernas já tremiam demais pra ficar em pé.

Da pra acreditar que a Maria que praticamente me criou tá jurada de morte por espancar mulher de bandido alto na cadeia? Maria com certeza endoidou de vez.

                                 Ana

Meu deus. Ela literalmente é louca.
Como que ela pensou que sairia ilesa dessa? Que a polícia não seria facilmente corrompida pra soltar ela e ela ser torturada e morta na mão de bandido?
Eu não sei o que sentir quanto a isso. Se sinto dó, raiva ou sei lá o que eu deveria sentir quanto a essa mulher.

Ana: falta muito pra eu poder ir ?

Malak: mais duas gravações e paramos, tá faltando algo Ana, tu tá de boa?

  Concordei dando um meio sorriso pra ele e voltei pra frente do microfone. Respirei fundo e assim que ele deu sinal eu comecei a cantar minha nova música.

...

Malak: não vai sair. Tua passagem pra daqui duas horas tá paga- olhei pra ele em choque quando ele me entregou a passagem- resolve o que você tem que resolver no rj, e vem pra cá de novo.

Eu não deveria aceitar, o melhor pra mim é ficar aqui mas... Como vou deixar o Geizon lá assim? Eu não posso. Mas e o risco de vida que corro voltando pra aquela casa? Ah foda-se Ana Bella você aguenta!
Peguei a passagem.

Ana: obrigada, de verdade mesmo obrigada!- abracei ele e entrei no carro dele.

Até minhas malas já estavam no carro, ele sabia que eu não iria recusar a passagem.
Então, aqui vou eu RJ.