Não compareci à terapia.•
Eu sabia que ela não estava chorando por Cassio, eu sabia que suas lágrimas pesadas e os soluços que cortavam meu coração eram por causa das palavras do desgraçado Thomaz Rizzi. Eu nunca odiei alguém como odiava aquele homem. Um homem feito, Capo, que descontou sua raiva numa garota. Se ele soubesse o que ele ja havia passado… Não. Ele não sentiria compaixão. Ele usaria isso para machuca-la ainda mais.
— Você está segura. — Disse-lhe baixinho. — Tudo bem, querida. Estou aqui.
— Eu não… Não quero merecer… As coisas ruins… — Alessa chorou efusivamente e eu a apertei mais em meus braços. Eu queria tanto matar aquele desgraçado com a porra das minhas mãos que era quase impossível me conter.
— Você não merece. Você só merece coisas boas. Você é maravilhosa. — Porque eu não conseguia dizer nada que pudesse faze-la se acalmar? Porque eu só tinha palavras genéricas de consolo? — Aquele filho da puta do caralho é um bastardo sádico que sente prazer em machucar pessoas inocentes. Ele é um fodido pedaço de merda e se você quiser que eu enfie uma bala na cabeça dele, eu vou lá e faço.
Bom, isso parecia menos genético.
— Não. — Alessa se afastou num rompante. — Não, isso não. Ninguém vai morrer.
— Ele merece. — Rosnei. Tudo que eu queria era matar o desgraçado com minhas próprias mãos. Quem ele pensava que era para magoar Alessa daquela forma? Para insinuar mesmo sem querer que ela merecia a violência que sofreu?
— Nino… Ele não é um homem qualquer. Ele é o Capo. — Alessa disse muito mais calma, havia medo em seus olhos. Medo de mim? — Ele só disse isso porque estava irritado por eu ter magoado Carina. Ele é um homem bom.
Ela o estava defendendo? Porque?
— Nino… Prometa que não irá mata-lo.
Medo e apreensão se uniam em seus olhos cor de mar. Ela estava com medo de mim. Medo de que eu não fosse capaz de me controlar. Lentamente suavizei minha expressão. Eu não queria que Alessa pensasse isso de mim, mesmo que fosse quase difícil aplacar o desejo assassino.
— Eu prometo.
Quando sua expressão amedrontada caiu em alívio, eu me perguntei se Alessa seria capaz de, um dia, lidar com minha escuridão.
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•No dia seguinte, todos se reuniram na sala de jantar dos Vacchiano para um almoço de domingo em família. Eu só havia seguido Nico para aquela maldita reunião familiar porque queria saber detalhes da investigação da morte de Cassio, mas quando me sentei a mesa e vi Thomaz ao lado de Carina e seus belos filhos, meu sangue ferveu. Ele estava ali, almoçando com sua bela familia feliz enquanto Alessa não tinha coragem de sair do quarto porque se sentia humilhada e machucada. Tirei o celular do bolso, pouco me importando com as regras de etiqueta à mesa, e mandei uma mensagem para ela.
EU: Você poderia descer? Já quero me matar com a faca de mesa.
ALESSA: Aguente firme. Amo você.
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INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.
RomantikINQUEBRÁVEL: Aquele que não pode ser quebrado, que não pode ser partido. Nino Parisi e Alessa Vacchiano tinham uma coisa em comum: haviam sido machucados pelas pessoas que deviam protegê-los. Duas almas destruídas, dois seres humanos lutando todos...