Eu mal podia acreditar que estava desembarcando no aeroporto de Las Vegas. Como eu era a única viajante, meu pai permitiu que eu viajasse pelos meios convencionais, sem um jato particular. O aeroporto era caótico, cheio de pessoas correndo de um lado para o outro, crianças chorando e pais desesperados correndo atrás, mas ainda assim era uma normalidade muito bem vinda. Eu queria viver naquele mundo, queria viajar com várias pessoas desconhecidas e transitar pela multidão. Mesmo em meio há várias pessoas, consegui pegar minha mala na esteira sem muita dificuldade.— Cara, eu sempre quis uma mala dessas. — A garota ao meu lado exclamou quando peguei a Louis Vuitton grande pela qual eu era apaixonada. Alessia havia me dado-a no último natal porque meu pai se recusava a comprar uma mala de dez mil dólares.
— Eu ganhei de natal. — Respondi para a morena com sardas parecidas com as minhas. Seus lábios cheios se curvaram num sorriso envergonhado.
— Desculpe, eu falo demais quando fico empolgada. — Ela riu, os olhos verdes se tornando estreitos. — Sou Lissa.
— Prazer, Alessa. — Cumprimentei com um sorriso. Lissa rapidamente pegou sua bagagem. — Você sabe para onde eu sigo? Nunca estive aqui.
— Se você seguir reto e descer as escadas rolantes, vai sair no saguão de entrada. Aí é só passar pelos portões. — Ela indicou a escada. — Eu estou indo para lá, podemos ir juntas.
— Claro. Será ótimo! — Eu sorri de verdade. Era legal conversar com pessoas de fora da máfia. — Você mora aqui?
— Sim, desde que nasci. — Lissa disse antes de me olhar novamente de uma forma estranha. — Você se parece muito com alguém que eu conheço. A mulher do… Hum… Chefe do meu pai é a sua cara. Vocês poderiam ser gêmeas.
Eu ri, não pude evitar. De fora da máfia, é o caralho.
— O “chefe” do seu pai se chama Nico Parisi?
Lissa arqueou as sobrancelhas em espanto e até mesmo tropeçou na escada rolante.
— Você o conhece?
— Sou a irmã gêmea da esposa dele. Os dois provavelmente estão me esperando no saguão.
— Caralho! Que coincidência! — A garota murmurou parecendo ainda mais animada. — Você é… Ah, céus! Sempre que eu tento ter uma amiga de fora isso acontece.
Ri alto. Podia ser mais parecido com minha situação?
— Eu pensei a mesma coisa!
— Podemos trocar números? — Lissa perguntou quando chegamos ao saguão. Eu não via Alessia e Nico em lugar algum.
— Claro! — Seria ótimo ter alguém em Las Vegas para sair já que eu havia conseguido convencer meu pai a me deixar passar o verão com minha irmã. Assim que trocamos telefones, eu avistei minha gêmea entrar no saguão, praticamente correndo na frente de Nico. — Ali está ela!
Esqueci de tudo conforme corria em direção a Alessia e assim que ela me avistou, começou a correr também. Nós duas colidimos em um abraço apertado enquanto giravamos pelo saguão. Algumas pessoas estavam olhando, mas eu não me importava. Eu havia passado meses sem vê-la.

VOCÊ ESTÁ LENDO
INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.
RomanceINQUEBRÁVEL: Aquele que não pode ser quebrado, que não pode ser partido. Nino Parisi e Alessa Vacchiano tinham uma coisa em comum: haviam sido machucados pelas pessoas que deviam protegê-los. Duas almas destruídas, dois seres humanos lutando todos...