35. NINO.

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DOIS ANOS ATRÁS. 
Alerta de gatilho: esse capítulos contém cenas detalhadas violência, não recomendadas para menores de 16 anos.





Deixar Alessa em seu quarto, sozinha, custou muito de mim, mas eu tinha algo para resolver. Alguém para matar da forma mais criativa que eu pudesse imaginar. Me chamavam de gênio no passado, mas eles não conheciam o homem que eu era agora. O homem que passava dias imaginando novas formas de tortura, que passava horas estudando sobre o sistema nervoso do ser humano. O homem que testava em si mesmo muitas das coisas que aprendia. 

Leonard seria o primeiro a descobrir esse lado. Leonardo veria o real motivo pelo qual as pessoas deveriam me chamar de gênio. 



Depois de amarrar o animal numa cadeira de ferro pesada, eu inseri em seu braço uma intravenosa conectada a uma bolsa de sangue com uma boa quantidade de adrenalina. O sangue não o deixaria morrer cedo demais e a adrenalina o faria permanecer acordado. Princípios básicos da tortura. Leonard permaneceu calado enquanto me observava; ele era um soldado da Camorra, orgulhoso e forte, ele não imploraria. Não agora. Ao invés de levá-lo para o porão de tortura no subsolo da boate mais famosa da Camorra, eu o arrastei até um galpão abandonado bem longe de qualquer civilização. O porão teria tido efeito sobre mim, invocado memórias do passado, memórias que hoje deveriam ficar fora da minha mente. Aquilo não era sobre mim, era sobre Alessa. Aquela garota inocente que carregaria marcas do dia de hoje até o fim de sua vida. Eu sabia bem como era a sensação. Peguei a tesoura de jardinagem que eu havia deixado sobre a manta repleta de instrumentos que tirei da boate e me voltei para Leonard. Seus olhos castanhos estavam fixos em mim, sua boca torcida numa linha dura. Eu apreciava o esforço. Ele estava tentando ser forte, mas eu o quebraria. No final daquela noite, ele estaria de joelhos, implorando pela morte. A mão de uma pessoa era uma engenharia interessante, algo curioso de ser estudado. A falange distal era a ponta do dedo que se encaixava com a falange média, o meio do dedo, a falange média era completada pelo metacarpo, aquele que conecta o dedo por inteiro à palma. Cada uma dessas dobras permitiam o funcionamento perfeito dos dedos e cada um desses ossos eram acompanhados por músculos, nervos e tendões extremamente sensíveis. Eu me surpreendia todos os dias com a genialidade do corpo humano, como cada um dos membros se interligavam até formar um sistema perfeito. Sem aviso prévio ou ameaças, eu segurei a mão direita de Leonard e usei a tesoura de jardinagem para cortar a ponta de seu dedo mindinho, separando a falange distal da falange média. O sangue verteu de imediato, mas Leonard não gritou. Eu sorri amplamente. Se ele gritasse só com isso, ele morreria cedo demais. Cortei a segunda dobra do seu dedo, me deliciando com o tremor que percorreu seu corpo. Quando cortei a terceira dobra, arrancando o dedo de sua mão, Leonard gemeu de dor. Bom, muito bom. 

— Não comece a se desesperar agora, você ainda tem nove dedos. — Eu disse com um sorriso enorme, amando ver o sangue pingar no chão conforme repetia o mesmo processo, cortando os ossos, os tendões, os nervos e os músculos com uma satisfação doentia. O cheiro de sangue me deixava fodidamente feliz. 

Quando terminei de cortar todos seus dedos, dividindo cada um deles em três partes, Leonard estava pálido, suado, mas ainda não havia gritado. Não havia implorado. Apliquei outra dose de adrenalina no acesso da intravenosa e troquei a bolsa de sangue que já havia acabado. Eu não queria que ele perdesse toda a diversão se desmaiasse. 

— Agora que eu cortei todos os dedos que você usou para toca-la, vamos para o próximo nível. — Avisei sorridente, encarando os cotocos sangrentos que suas mãos se tornaram. 

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Onde histórias criam vida. Descubra agora