Capítulo 3 - Um raio de sol

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Duas semanas depois, nos jardins, Asser e Aislah brincavam com suas pipas, correndo felizes pareciam duas crianças

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Duas semanas depois, nos jardins, Asser e Aislah brincavam com suas pipas, correndo felizes pareciam duas crianças. Eles conservavam a mesma alegria e união da época infantil. Sentiam-se livres longe do Palácio, porque dentro dele eram tratados como prisioneiros da Coroa. Os dois tinham que seguir uma vida regida pelas regras do pai, o rei Xaim era um déspota, nunca demonstrou afeto ou preocupação com os sentimentos dos filhos.

O príncipe não se curvava aos mandos e desmandos autoritários do seu progenitor, seguia o caminho da verdade, não comia do banquete que o pai oferecia aos deuses dele, seu único Deus era, o Eu sou. Aislah tinha pavor do pai, sentia que obedecer ao rei quando iria contra os preceitos de Deus, a fazia se consumir em tristeza e rancor. Ela devia total obediência, reverência e adoração exclusivamente ao Senhor. A garota olhava admirada para seu irmão mais velho, a diferença de idade era apenas de quatro anos. Asser nutria um sentimento de gratidão a Deus, por ele ter dado a Aislah como sua irmã. Altamente protetor, ele cuidava dela, fazia o papel que deveria ser do seu pai.

- Irmão, o que me dará de presente? - questionou a princesa, seus cabelos cacheados dançavam no ar.

- O que quer ganhar, meu raio de sol? - perguntou ele, amarrando o barbante da pipa no galho de uma árvore.

- Um vestido - abriu ela os braços, esquecendo que segurava o barbante, ele escorregou por entre seus dedos quando ela afrouxou sua mão. - Minha pipa, Asser! O presente do vovô!

Lamentou ela, seu irmão trouxera da última viagem que fez ao reino de Sizã. E ela guardara com muito cuidado para o dia de hoje. Ter um momento de lazer com seu irmão era a hora mais aguardada por ela, Asser se virava como podia para ter um tempo de qualidade com sua irmã caçula.

- Vovô faz outra! - tranquilizou o irmão, os pais da sua mãe eram o rei e rainha de Sizã, um reino cristão de difícil acesso pelo mar, poucos sabiam como chegar, não era fácil, precisava ser um dotado de muita inteligência e esperteza para ler perfeitamente a carta marítima. O mar era traiçoeiro.

- E meu presente? - repetiu a princesa, segurando na cintura.

A princesa idealizava um vestido que conseguisse tirar o fôlego dela de tão lindo que fosse, sua festa de dezoito anos era ansiosamente aguardada. Há meses que organizava com sua mãe uma cerimônia impecavelmente detalhada, só faltava o vestido.

- Outro vestido? - retrucou Asser, sem entender os motivos que levavam uma garota a ter tantas roupas se não usava nem metade delas.

- Um vestido para minha festa, não quero da loja da tia Katrini, são sempre os mesmos enfadonhos estilos - disse a garota, fazendo biquinho.

- Não entendo de moda, onde vou encontrar? - perguntou ele, tentando lembrar se já entrou em alguma loja do Reino sozinho. As poucas lojas eram sempre em companhia da irmã e como ela já avisara que não queria os vestidos das lojas de Katrini, não saberia onde ir.

Estrella: A Garota Estrangeira - Livro 1 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora