Capítulo 23 Os campos floridos do amor

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Era um belo domingo de inverno, o branco e cinza eram as cores que predominavam insistentemente na natureza

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Era um belo domingo de inverno, o branco e cinza eram as cores que predominavam insistentemente na natureza. Dos céus nublados precipitavam cristais de gelo formando um véu de tirar o fôlego. Havia beleza na neve, era só saber a maneira certa de aproveitar o clima, a hora adequada de apreciar o frio e senti-lo sobre o corpo.

Há um lado bom em um dia quente, como também em um dia frio. Há memórias cálidas e gélidas no verão, como também há memórias quentes e frias no inverno. No calor ou no frio, há como construir laços memoráveis.

No reino de Haviláh havia um pequeno grupo que colecionavam lembranças, muitas delas glaciais, mas as cheias de quenturas superabudavam em suas vidas. O Clã da Irmandade, nome escolhido e dedicado à amizade de cinco garotas, brincava de arremessar bolas de neve. Ana acabara de acertar Edissa nas costas. Joana aproveitou a desatenção de Aislah ao tirar neve dos cabelos e mirou duas bolas nas pernas dela, fazendo a princesa cair na camada fofa de neve pelo susto que tomara. Enquanto Jô gargalhava divertida sentiu seu ombro receber um leve impacto, Mia jogara duas bolas, uma que acabara de ter êxito e a outra que batera na árvore.

Esferas brancas sobrevoavam os ares, a guerra de bola de neve estava empolgante, no jardim da rainha a canção do riso preenchia o lugar. Samira olhava a cena com tanta felicidade, e nostalgia. Muitas lembranças lampejavam seus pensamentos, seus olhos refletiram a dor de uma saudade. Uma falta, a DELE.

Ele, o único que ela amava. Da juventude à morte, Samira carregaria essa escolha nobre e pura: para sempre te amarei.

Uma singular decisão feita anos atrás, que Sam transportava durante décadas em seu coração. O amor ainda estava vivo, mesmo o dele morto. Se foi. Partiu. Levou o meu coração, tornando-me incapaz de amar outro, congelou ela as memórias. Eram duras demais para serem reavivadas, porque quando voltasse à realidade da sua vida, teria que contentar-se com a sombra de um casamento de mentiras.

Sam então, inalou o ar frio, e expeliu um forte vapor condensado. Concentrou-se em admirar as cinco garotas fortes, que poderiam desistir de viver, mas lutavam bravamente pela vida. Com suas dores, elas tornavam-se cada vez mais fortes. Com seus ganhos, aprendiam a dividir a felicidade. Com o apoio mútuo, sobreviviam aos dias maus firmados em uma rocha inabalável, intransponível: Jesus.

Amigo é abrigo, um esconderijo nos dias ruins, lugar que oferece resguardo e amparo. É uma companhia confiável e agradável nos dias bons. A rainha Samira já tivera um amigo assim há muito tempo atrás, dessa vez deixou as lembranças a levarem de volta ao passado, quando a infância era feliz e sem exigências naturais da vida adulta.

(...)

— Dom, para! Desisto, você venceu! — a garotinha estava encolhida sobre a camada fofa de gelo no jardim do Palácio de Sizã, recebendo uma chuva de bolas de neve nas costas.

Estrella: A Garota Estrangeira - Livro 1 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora