Capítulo 11 - Mentiras falíveis

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A primeira pessoa que Edissa viu quando abriu os olhos foi Rishon

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A primeira pessoa que Edissa viu quando abriu os olhos foi Rishon. O jovem estava sentado na poltrona com sua postura totalmente deselegante para um membro da Nobreza: coluna desalinhada, uma das pernas repousava sobre o braço da poltrona e a cabeça caía sobre o ombro esquerdo dele. Dormia de uma maneira sôfrega, como se tivesse varado a noite velando alguém: coisa que ele não fizera, mas que a garota confusa com os fatos de ontem e por vê-lo diante dela, achava que fora para o príncipe de Jubal que pedira socorro.
Aproveitador como era, viu quando Asser conversava com Asa, achou que o momento era perfeito para usar de artimanhas e envolver Estrella em suas atitudes "bondosas". Os sentidos dele eram apuradíssimos, como os de um animal.
Ouviu a movimentação sutil dela sobre a cama. Ajeitou a postura, com uma compaixão bem convincente, olhar penoso e sonoridade macia, indagou:

— Querida, acordou? Como se sente? Passei a noite preocupado com você!

— Ahn... um pouco tonta — Edissa abria e fechava os olhos de maneira lenta, tentando se acostumar com a claridade. Quando se deu conta de onde estava, urgentemente, procurou por respostas. — Como cheguei até aqui?

— Eu vi quando passou mal, corri para lhe ajudar, já que o príncipe negou seu pedido!

Edi coçou a cabeça, lembrava vagamente de ver Asser e Xaim próximo a ela, o resto dos acontecimentos eram confusos demais. Seu coração ficou um pouco entristecido pela recusa do príncipe, mas logo tratou de "escantear" esse sentimento.

— Passou a noite aqui? — indagou Edi.

— Sim, minha — parou ele antes que saísse da sua boca o apelido que a garota detestava.
E trouxe à tona uma das suas ideias que achava geniosa para seu plano de sedução, conquistar a garota pela amizade, era infalível:

— Amiga!

— Amiga? — ela arqueou a sobrancelha desconfiada, desde quando eles eram amigos? Ela tentou ser, mas ele colocou tudo a perder.

— Edi, sei o quanto te machuquei, não irei pressionar seu coração com meu amor, quero ser somente seu amigo, um bem presente, um que nunca te negará socorro...

— Só amigo? — insistiu ela, não só com um mais com vários pés atrás. Aprendeu bem direitinho como Rishon era. — Tem certeza?

Levantou-se ele, aproximando lentamente, sentou na beirada da cama e tocou no ombro da garota:

— Somente amigo!

A veemência de sua segurança, conquistou um retalho da colcha da certeza dela. Estendeu ele a mão que foi apertada por uma garota bondosa demais. Ela usando de misericórdia devolveu o gesto esperando que realmente o príncipe de Jubal aprendesse a lição. Duas vezes Rishon fora em auxílio dela, achando que estava em dívida com o jovem, aceitou ser:

— Amigos!

Ela apontou o dedo indicador na altura do tórax dele e complementou:

— Terá mais uma chance, tão cristalina como a água é a minha vontade: meu coração não será seu!

Estrella: A Garota Estrangeira - Livro 1 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora