Contemplação

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LIZ ON

Era surreal pra mim saber que Namjoon não só havia esbarrado em mim tantas vezes, mas também tinha meu livro como seu favorito. Quando ele me estendeu a mão, confesso que minhas pernas estremeceram, tinha que me controlar.  Assim que a seguro somos interrompidos por Hanna.

- Desculpe atrapalhar, mas vou ter que roubar a Liz um pouquinho. -Diz ela me puxando pelo braço.

- Pra que? – Pergunto sem entender.

- Bom, vou te levar pra se arrumar para o jantar, oras. – Diz ela séria e complementa. – Não achou que ia no evento assim né? Amiga você está linda, porém te quero deslumbrante.

- Nam,  eu já volto... acho.- Digo já tropeçando nos meus próprios pés. Olho de relance e vejo suas covinhas aparecerem quando ele ri da situação.
Hanna me arrasta literalmente para uma sala isolada  enquanto tagarela sem parar.

- Eu não acredito  que é  mesmo Kim Namjoon que está aqui. – Diz eufórica.

- Ah isso me lembra que preciso devolver o celular dele. - Comento distraída

- Espera, então eu falei com ele.... não creio... – Diz ela passada.

- Como assim falou com ele?

- Hoje mais cedo. Liguei pra saber de você e foi ele quem atendeu. Vai, coloca esse vestido aqui. – Diz ela me estendendo a linda peça. Me visto e na sequência Hanna ja está arrumando meu cabelo e maquiagem.

- Chega Hanna.  Não acha que isso já é  exagero? – Protesto porém acabo cedendo apenas para acabar logo.

NAMOJOON ON

Não queria deixar ela ir porém é  necessário. Vejo ela tropeçar e isso me faz rir, ela me faz rir.  Sento em minha mesa a aguardando  ansioso. Os minutos se arrastam, mais parecem horas e então a vejo entrar, perco a fala. Hanna estava certa, Liz estava linda antes, porém agora está deslumbrante  em um lindo vestido azul, cabelos soltos e levemente ondulados, aqueles olhos negros realçados com a maquiagem milimetricamente feita. Ela exalava beleza. Vejo muitos ali a observarem e alguns, bom, era nítido o desejo nos olhos de alguns deles, porém ela olha só para mim e sorri. Isso foi o suficiente  pra fazer meu coração acelerar como nunca. Quando dou por mim já tinha ido ao seu encontro.

 Quando dou por mim já tinha ido ao seu encontro

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- Deslumbrante. – Foi só oque consegui dizer.

- Obrigada Nam. Está me deixando acanhada. – Ela diz e consigo ver suas bochechas ficarem vermelhas.

- Me da a honra de sentar comigo?  - Pergunto tímido.

- Claro! – Ela diz segurando em minha mão.
Nos sentamos e fico fascinado com ela, com sua personalidade.

- Acho que devo ter devolver isso. – Ela diz me dando o celular.

- Ah aqui está o seu.

- Desculpa pela confusão. Acredito que desastres são a minha especialidade. – Diz rindo.

- Não te julgo, Deus da destruição lembra?! – Respondo a fazendo rir docemente.

Ficamos ali e nem vi o tempo passar. Hora ou outra somos interrompidos por pessoas que exigiam sua atenção e em vez de ficar irritada, ela sorria cordialmente. O evento já estava  no fim, quando a convido para ir ao jardim. Ela prontamente aceita e lá seguimos nós.

- Você gosta delas né? – Ela pergunta apontando para as plantas sorrindo.

- Sim e muito.

- Eu sou péssima com flores, mais eu as amo. Minha mãe por outro lado era incrível, tudo que ela tocava crescia lindamente. Queria ter esse dom.

- Sua mãe parece ter sido uma mulher maravilhosa. - Digo já me lembrando da dolorosa passagem do livro. A vejo entristecer e decido mudar de assunto.

- Eu realmente amo cultivar, mas como você já deve imaginar, não tenho o tempo que gostaria de ter. Mais tento fazer meu melhor com o que tenho. – Digo enquanto ela me observa com aqueles olhos tão marcantes.

- Bom, desde que lancei o livro, também não tenho tido muito tempo. Mesmo sendo de forma anônima no começo, ainda assim tinham coisas relacionadas a ele que exigiam minha atenção.

- A propósito, por que escondeu sua identidade? – Pergunto curioso.

- Palco e atenção nunca foram muito a minha praia sabe?! Estar sob as luzes não me agrada, porém visto o assunto do livro, achei necessário dar um rosto a milhares de vozes que já passaram por algo semelhante. – Mais uma vez a vejo ficar triste.“Idiota” penso comigo, você  é um idiota por tocar novamente  no assunto”. Porém ela me surpreende.

- Não se sinta assim, conversar sobre me faz bem. A tristeza que você vê em min é  apenas um mero detalhe que me acompanha, porém já não machuca mais como antes. Por tanto podemos falar livremente sobre o assunto se você quiser e estiver curioso.

- Como sabia....

- Quando você passa anos temendo o mundo, você aprende a ler cada detalhe das pessoas.  Assim sempre estará um passo a frente delas.- Aquilo me deixou ainda mais impressionado e consigo apenas sorrir feito bobo. Nos aproximamos tanto que acabo por perceber que havia um pouco de terra em sua testa, provavelmente  da floreira na qual ela estava mexendo enquanto falávamos. Prontamente ergo a mão e limpo o local, Liz se encolhe momentânea porém logo em seguida percebo que aceita minha aproximação. Meu toque que antes era singelo, agora se transformara em carinho em seu rosto, estávamos tão próximos que sinto sua respiração se alterar junto com a minha. Apenas um pensamento em minha mente, preciso desesperadamente daqueles lábios, provar deles.

- Ah Liz aí está vo... Aí perdão não queria incomodar. – Diz Hannna ao nos encontrar naquela situação. Liz me olha mais uma vez e eu entendo perfeitamente  o que ela quis dizer,  “calma”... "eu também desejo”.

- Tudo bem Hanna, já íamos entrar.- Diz ela corada.

-  Sei. Bom, só vim dizer que o evento acabou e o carro está te esperando.

- Eu a levo. – Acabei por dizer sem pensar muito. – Meu motorista está me esperando mesmo e se você me permitir, eu gostaria de ter o prazer de leva- lá em casa. – Não era típico de mim fazer  isso, porém eu queria prolongar cada segundo ao lado dela.

- Eu aceito. – Diz Liz depois de ser encorajada com olhares por Hanna.  Assim fomos em direção ao carro que já nos esperava. Abro a porta para ela e a ajudo a entrar, dou a volta e passo o endereço ao motorista. Finalmente  me sento ao seu lado, seu perfume suave estava me deixando embriagado, mais eu sabia que tinha que me controlar.
O caminho foi agradável e falamos sobre coisas cotidianas. Assim que chegamos  faço questão de abrir a porta pra ela e a acompanhar até a entra do pequeno prédio no qual morava. O inesperado então acontece, acabo por tropeçar no último degrau e ao ser projetado pra frente meu corpo vai de encontro ao dela a prensando contra a porta de vidro, sinto meu coração se descontrolar juntamente com o dela. Liz então mais uma vez me surpreende  ao unir nossos lábios com delicadeza. Eu fui arremessado nas nuvens.

𝐴 𝑣𝑜𝑧 𝑑𝑜 𝑆𝑖𝑙𝑒𝑛𝑐𝑖𝑜  (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora