LIVRO 03 | Capítulo 25 - Era uma vez em Paris

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O que eu faço com tudo que ouvi de Luna?

Sun minha filha! Minha de verdade. Estou em lágrimas. Eu tenho uma filha. Ela é tão pequena; um adorável "desastre" da natureza rsrs.

Posso ter entendido errado, mas ela não tem DNA definido. É como se fosse uma criança sem herança sanguínea. Então como será quando a pequena entender? Se ela precisar de doação de sangue, órgãos, medula... Caraco! Ela é uma criança foda, muito especial.

Ela tem meus genes e Jissoo a gerou. É uma mistura louca. Pobre baby... Pobre eu... Pbre Jissoo?

Ahhhhhhh! Me tornei quem eu mais temia: Uma mulher arrependida. Julguei Jissoo sem conhece-la. O que será de nós três?

Sun é uma criança tão inteligente, esperta, amorosa, não vou deixar que estes problemas causados por adultos afetem sua essência doce e inocente.

Em algum momento Sun se sentirá diferente das outras crianças... O que é normal, já que algumas crianças são más, porém, se minha menina desenvolver traumas como vou ajudar ela?

Meu Deus! Então ser mãe é isso? É tentar prever o futuro e sofrer com antecedência.

Jissoo também é mãe dela. Devo dividir minhas angustias e frustrações com ela ao invés de iniciar uma guerra pela guarda de Sun. Não serei este tipo de pessoa. Irei evitar conflitos que possam prejudicar a segurança física e a saúde mental da pequena.

Não posso mais brigar com a mulher que trouxe Sun ao mundo. Devo ser grata, selar a paz, pedir desculpa e propor um combinado para não confundir os "miolinhos" da nossa menina.

ÓH! Quando adquiri tamanha consciência? Eu não tinha isto dentro de mim, mas está aqui. A Renata de 20 e poucos anos empurraria Jissoo na frente de um ônibus. Ela nunca cogitaria a possibilidade de dividir a guarda de sua filha com uma estranha... Nem mesmo uma madrasta eu teria aceitado!

Uau! O que operaram no meu cérebro?

Eu amadureci? Ora essa, que ideia escrota. Nem rugas tenho, então não adquiri besteira de amadurecimento algum... Talvez o que tenha me mudado foi a Sun, pois não quero magoá-la nunca. Jamais, em hipótese alguma posso contar com a ideia dela me odiar no futuro porque agi de cabeça quente prejudicando de alguma forma a mulher que a colocou no mundo.

Lembro-me de rir tanto com Luna Gabriele da condição do Riquinho... Ele foi um bebê por encomenda como dizia ela, com duas mães — a que gerou e a que o encomendou. E agora acontece algo semelhante comigo.

Ah se alguém rir da Sun, eu sou capaz de explodir de raiva. O que Riquinho deve ter passado... Poxa, Luna é cruel. Ele não gostava da brincadeira, mesmo assim era este o tópico preferido dela em cada sessão de humilhação parental.

E Aaron? Como ele irá lidar com tudo isto? Tenho medo até de pensar. Só espero que ele fique ao meu lado e que juntos possamos superar todas estas adversidades.

Meu amor deve estar muito triste. Meu coração dói só de imaginar que neste momento ele não deve querer me ver. Vou dar-lhe um tempo, pois na cabeça dele agora só passa a minha imagem pintada como uma "monstra" psicopata.

Pela forma que Luna contou, eu devo mesmo ter uma parcela de culpa e fui covarde aceitando que apagassem minhas memórias. Pensando bem, fui bem louca, já que não é algo que eu pediria ou aceitaria facilmente. Então começo a questionar se pedi mesmo por isto... Se não tinha algo grave que descobri e precisou ser apagado. Não era mais fácil terem me matado? Porque me manteriam viva? Oxe! Talvez eu esteja começando a entender o que aconteceu comigo de verdade.

Segundas Intenções » AARON - Série Irmãos Cartier « (Vol. 1, 2 E 3) Onde histórias criam vida. Descubra agora