"Melina está tentando. O que estará tentando? O que há por trás das intenções dela com Renata? Quem leu Rendida sabe melhor do que os outros que Melina não dá atenção a quem não merece. Então... Força na peruca Renatinha!"
Caminhamos lado a lado por uma longa avenida, iluminado por fracas luzes amarelas em postes esparsos. Eu estava tremendo de frio e de medo. Passamos por lugares desertos e aparentemente perigosos. No entanto, me sentia segura já que Melina estava ao meu lado.
A aparência dela é frágil, mas a forma segura como caminhou por aquelas ruas, me levava a pensar que conhecia a quebrada e tinha permissão para caminhar por ali.
— Estamos andando em círculos? — Perguntei quando percebi já ter passado três vezes por um letreiro de luz vermelha.
— Estamos contornando as linhas para desvendar o bairro. Uma alma nua, esconde muitas linhas — ele disse...
... Eu concluo: É louca!
Pegamos outra rua. Chegamos ao limite do bairro e entramos em um quarteirão menos sombrio. Era uma vizinhança tranquila.
Estava perto de amanhecer, quando Melina interrompeu nossa caminhada e apontou para uma casa iluminada no final daquela rua; a maior e mais enfeitada da vizinhança. Ainda com luzes de Natal, Papai Noel na porta e músicas alegres no interior, vivia ali uma família feliz.
Fiquei curiosa e aumentei o passo para chegar mais perto. Seria esse sobrinho um filho de Cassadee?
— Ouve as risadas? — Melina pergunta-me.
Eu abracei o boneco de neve inflável e gangorreei nele tentando parecer desinteressada. Estava mais interessada no caso do sequestro da criança. Melina parece tão tranquila em relação a o futuro da menina no cativeiro. Porquê? E se ela morrer? Será culpa dela e dos investigadores.
— A menina sequestrada está lá dentro? — Perguntei aleatoriamente. — Vamos... — A puxei pela mão.
De repente, a mulher ficou estranha. Melina recuou um passo e ficou parada olhando fixo nos olhos do boneco de neve como se quisesse um abraço.
— É a casa do meu sobrinho. — Ela disse e passou o braço das minhas costas. — A menina não está aqui. Está aqui! - Ela aponta para mim.
Melina me abraça! Fico incomodada. Eu realmente não quero ser tocada por ela. Dei meia volta e tentei entender o que ela quis dizer com "está aqui"... Ela insinua que eu sou a menina?
— Como assim?
Tem muita gente ruim no mundo e quando é assim é porque são "Melinas" da vida. Que azar eu tive de ter essa mulher como cunhada.
— Nada! — Ela responde com o olhar distante.
Isso é estranho. Muito estranho. Fico atordoada. Dou meia volta e ando em direção a um ponto de taxi. Melina me chama de volta. Diz que não quis me assustar. Olho bem nos olhos dela, ela continua andando em minha direção. Frente a frente, aperto minha garganta, sujo meu "ranço" por ela e o cuspo na cara dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Segundas Intenções » AARON - Série Irmãos Cartier « (Vol. 1, 2 E 3)
RomansaLivro 01 - CONCLUÍDO. Livro 02 - CONCLUÍDO. Livro 03 - CONCLÚIDO. ↘⚠↙ Siga meu perfil e adicione a sua biblioteca para não perder nenhuma atualização e seja muito bem vindo por aqui!!! 〰〰〰〰〰〰〰〰〰〰〰〰 ✔HISTÓRIA FICTÍCIA DE MI...