Vinte e Nove | Siga o Mestre

1.7K 161 17
                                    

"Melina está tentando. O que estará tentando? O que há por trás das intenções dela com Renata? Quem leu Rendida sabe melhor do que os outros que Melina não dá atenção a quem não merece. Então... Força na peruca Renatinha!"

Caminhamos lado a lado por uma longa avenida, iluminado por fracas luzes amarelas em postes esparsos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Caminhamos lado a lado por uma longa avenida, iluminado por fracas luzes amarelas em postes esparsos. Eu estava tremendo de frio e de medo. Passamos por lugares desertos e aparentemente perigosos. No entanto, me sentia segura já que Melina estava ao meu lado.

A aparência dela é frágil, mas a forma segura como caminhou por aquelas ruas, me levava a pensar que conhecia a quebrada e tinha permissão para caminhar por ali.

— Estamos andando em círculos? — Perguntei quando percebi já ter passado três vezes por um letreiro de luz vermelha.

— Estamos contornando as linhas para desvendar o bairro. Uma alma nua, esconde muitas linhas — ele disse...

... Eu concluo: É louca!

Pegamos outra rua. Chegamos ao limite do bairro e entramos em um quarteirão menos sombrio. Era uma vizinhança tranquila.

Estava perto de amanhecer, quando Melina interrompeu nossa caminhada e apontou para uma casa iluminada no final daquela rua; a maior e mais enfeitada da vizinhança. Ainda com luzes de Natal, Papai Noel na porta e músicas alegres no interior, vivia ali uma família feliz.


Fiquei curiosa e aumentei o passo para chegar mais perto. Seria esse sobrinho um filho de Cassadee?

— Ouve as risadas? — Melina pergunta-me.

Eu abracei o boneco de neve inflável e gangorreei nele tentando parecer desinteressada. Estava mais interessada no caso do sequestro da criança. Melina parece tão tranquila em relação a o futuro da menina no cativeiro. Porquê? E se ela morrer? Será culpa dela e dos investigadores.

— A menina sequestrada está lá dentro? — Perguntei aleatoriamente. — Vamos... — A puxei pela mão.

De repente, a mulher ficou estranha. Melina recuou um passo e ficou parada olhando fixo nos olhos do boneco de neve como se quisesse um abraço.

— É a casa do meu sobrinho. — Ela disse e passou o braço das minhas costas. — A menina não está aqui. Está aqui! - Ela aponta para mim.

Melina me abraça! Fico incomodada. Eu realmente não quero ser tocada por ela. Dei meia volta e tentei entender o que ela quis dizer com "está aqui"... Ela insinua que eu sou a menina? 

— Como assim?

Tem muita gente ruim no mundo e quando é assim  é porque são "Melinas" da vida. Que azar eu tive de ter essa mulher como cunhada.

— Nada! — Ela responde com o olhar distante.

Isso é estranho. Muito estranho. Fico atordoada. Dou meia volta e ando em direção a um ponto de taxi. Melina me chama de volta. Diz que não quis me assustar. Olho bem nos olhos dela, ela continua andando em minha direção. Frente a frente, aperto minha garganta, sujo meu "ranço" por ela e o cuspo na cara dela.

Segundas Intenções » AARON - Série Irmãos Cartier « (Vol. 1, 2 E 3) Onde histórias criam vida. Descubra agora