Eles dizem que fica mais fácil na segunda vez. Na segunda vez que você decide se abrir para alguém, na segunda vez que você tem um filho, na segunda vez que você perde alguém — eu não tinha certeza de que acreditava nisso.
Fazia um ano desde que eu tive Edward em meus braços. Um ano desde a última vez em que ele disse que me amava; um ano é tempo demais.
Eu refleti sobre as memórias felizes que tivemos.
A família inteira havia sido para caçar, e me vi sozinha no quarto. O quarto que foi o ápice de nossas noites de amor e de nossas conversas mais profundas.
Minha perna tremia em ansiedade e eu me abracei, pensando sobre as coisas que ele disse.
As coisas que eu disse.
As coisas que ele fez.
Minha cabeça afundou no travesseiro quando me joguei na cama.
— Eu odeio as segundas-feiras.
Havia realmente se passado um ano?
Levantei e olhei ao redor do quarto que costumávamos dividir. Apesar de essa ser a casa onde vivi com Edward por um tempo considerável, eu não havia realmente olhado ao redor desde que voltei.
Claro, haviam cômodos em que eu não entrava, e certas paredes que eu evitava olhar. Meus olhos se fixavam em qualquer lugar, menos nelas. Se eu me concentrasse, ainda conseguiria recitar os poemas que deixávamos espalhados por aí em post-its amarelos.
Estar com Edward era seguro, e de repente já não era mais.
— Você está com Alec agora, e nada disso é culpa sua. — Tentei me convencer.
Houveram três batidas bruscas na porta e senti um frio na boca do estômago. Me perguntei se Edward também se sentia assim.
Se havia sentido minha falta, se ainda me amava, se tinha mudado do que era antes.
Abri a porta e deixei que ele entrasse. Tinha as mãos nos bolsos e os cabelos acobreados caindo nos olhos.
— Oi.
Demorei o estudando. Seu cabelo estava mais curto e ele parecia abatido. Mais frágil e sem vida do que antes. Pigarreei limpando a garganta.
— Oi.
— Posso entrar? — Ele perguntou sem jeito.
Meu coração se apertou com o pensamento de Edward ter que pedir para entrar no meu quarto.
Dei um passo para o lado, permitindo que ele passasse.
— Como você está? — Perguntei.
Ele encolheu os ombros e suspirou.
— Amélia...
— Isso é estranho, não é? — Ri de nervoso, procurando algo para me distrair.
— Você ainda tem aquela caixa com as minhas coisas? — Ele perguntou de repente, coçando a nuca. — Eu meio que tenho um compromisso.
Meu sorriso caiu do rosto.
— Isso é tudo o que você tem a me dizer? — Meus olhos se arregalaram e eu funguei, a voz tentando ser forte.
Edward olhou para mim, completamente derrotado.
— Não quero dizer a coisa errada.
— Você não quer dizer a coisa errada? — Zombei.
— O que você quer que eu diga, Amélia? — Ele esbravejou.
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MERCY 𑁋 EDWARD CULLEN.
Science FictionEm 1918, quando a gripe espanhola tornou a Terra um inferno, Amelia conheceu Edward. Sendo companheiros de alma, o relacionamento dos dois era aparentemente perfeito, até Bella se mudar para Forks e colocar o amor de Edward a prova. Em uma narrativ...