Ao chegar ao meu destino, estacionei o conversível na primeira vaga que encontrei, sorrindo satisfeita ao ver que atraí certa atenção das pessoas ali presentes — acredite, receber atenção é muito bom para vampiros, os chamados seres mais exibicionistas do mundo.
Ao entrar no castelo, vejo Demétri parado em frente ao elevador. Algo me dizia que ele presentiu minha chegada ao que coloquei os pés em Volterra.
Com um aceno de cabeça silencioso, entramos no cubículo de metal e esperamos.
Assim que saímos, ele abre, com muita elegância, as portas do salão.
Nos três tronos sob o pedestal, estão Marcus, Aro e Caius.
O suposto Marcus tem um olhar cansado e ombros extremamente eretos, apesar da postura cansada. Ele parece mais velho que o próprio tempo, se é que algo assim é possível. Caius parece ser mais novo e tem cabelos loiros que chegam quase aos ombros. Seus olhos são de um vermelho maldoso, e eles colocam muito medo, por isso não me atrevi a segurar sua encarada curiosa por muito tempo.
Por último, Aro é o que parece estar estagnado em seus quarenta e poucos anos. Mãos com unhas longas e um longo cabelo preto fazem parte de sua aparência, além do largo sorriso cheio de dentes que me oferece assim que paro em sua frente.
— Senhorita Amelia, suponho. — Apesar de minha falta de palavras, ele continua sorridente ao estender uma de suas mãos para agarrar as minhas. — Me daria a honra?
Ele leria todos os pensamentos que já tive, claro. Na época que Carlisle contava suas histórias sobre os Volturi, eu julguei-as como meros contos recitados com a intenção de acabar com meu tédio.
Se eu soubesse que eram verdade antes, prestar atenção nelas teria me sido muito útil.
Estendi minha não sem hesitar, sentindo seu toque frio ao segurar delicadamente minhas mãos.
Aro manteve os olhos distantes por um segundo, e então exclamou:
— Oh, eu vejo tudo! Pobre criança, trocada por Edward Cullen pela humana Swan. — Apesar das palavras duras que disse, as íris vermelhas continuavam eufóricas. — E o mais importante, sua habilidade.
Essa era a única parte que interessava a ele, sem dúvidas.
— Manipulação da realidade... é esplêndido, bella ragazza! Talvez um dos melhores dons que já coloquei os olhos em todos os meus mil anos.
Alec, que estava parado perto dos tronos, ao lado da pequena menina loira que supus ser Jane, me entregou um sorriso discreto.
Era tão bonito, mas logo se transformou em um franzir de lábios carrancudo quando recebeu uma olhadela interrogativa de Jane.
— Se não está mais com os Cullen, você está completamente sozinha, se me permite dizer. Para onde vai depois daqui, senhorita? — Marcus finalmente tinha seu olhar tedioso direcionado a mim. As orbes de cor sangrenta pareciam saber de alguma coisa que eu não sabia ainda, um brilho conhecedor cruzando sua face. Foi algo que eu perdi, mas se pudesse voltar no tempo, teria me atentado a este detalhe.
Doía admitir, mas ele estava certo; eu, Amélia Lily totalmente sem sobrenome, estava completamente sozinha.
Sem clã, sem companheiro, sem família biológica, sem casa, sem perspectiva, porque tudo o que eu tinha era, de uma forma ou outra, era Edward, ou parte de Edward.
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MERCY 𑁋 EDWARD CULLEN.
Ciencia FicciónEm 1918, quando a gripe espanhola tornou a Terra um inferno, Amelia conheceu Edward. Sendo companheiros de alma, o relacionamento dos dois era aparentemente perfeito, até Bella se mudar para Forks e colocar o amor de Edward a prova. Em uma narrativ...