hurt me once

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Quando conheci Edward, descobri o que era o amor.

Não o que eu pensava que ele deveria ser, mas o que o amor poderia ser. Algo que eu nunca tivera antes.

Seu amor não foi como os grandes gestos de alguns filmes de Hollywood. Foi construído em pequenos momentos; coisas inesperadas que me deixaram cambaleando, perguntando-me como sobrevivi sem ele por tanto tempo.

Amar Edward Cullen foi uma emoção dolorosa e consumidora que deixou traços efervecentes em nossas almas.

Eu vivi por aqueles momentos, coisas para quais eu nunca me importei antes dele.

Pela maneira que ele parecia mais manhoso pela manhã mesmo que não pudesse dormir, o jeito que ele ouvia atentamente minhas aventuras de quando era humana e sua mania de pegar minha mão sempre que se sentava ao meu lado.

Cada uma dessas coisas foi como uma poção instantânea que me fez ver que eu o verdadeiramente amava.

Tudo parecia perigosamente perfeito, mas foi sutil e dolorosamente óbvio o fato de que ele já não se interessava mais tanto em mexer no meu cabelo como antes e vivia perdido em seus próprios assuntos.

Havia um grande espaço entre nós. Não houveram mais beijos de bom dia ou surpresas românticas.

Nenhum de nós abordou o assunto, talvez esperando que a lacuna fosse preenchida e tudo voltasse ao normal. Ou talvez eu não tenha tocado no assunto porque achava que o confronto seria pior do que a dor entorpecente que eu sentia todos os dias.

Não importava o quanto eu tentasse, Edward continuava se afastando. Ele foi gentil. Não parecia estar ciente do quanto doía, do quanto me magoou.

Mas ele o fez.

Quando ele sumia depois das 21:00, eu não precisava me esforçar para saber que ele estava com ela, velando o sono dela.

Ela era todo um compilado das coisas que ele mais gostava — e almejava, — a humana doce e seu pecado mais profundo, sua cantora de sangue.

A resposta de tudo o que eu me questionava era simples: Isabella Swan. Ela tinha Edward na palma da mão, mesmo que não soubesse ou não tivesse essa intenção.

Eles tinham um ao outro como parceiro de laboratório. Eu sabia que ele tentava manter uma relação próxima com ela, e eu honestamemte não me incomodava.

Eu nunca soube de fato o quão próximos eles eram até a festa que Alice organizou.

Parecia tudo tranquilo, Edward sorria, Emmett contava uma piada e a casa estava cheia de música e risos.

Se eu tivesse piscado, não teria percebido.

Foi discreto; uma mão no cotovelo, a guiando até nossa coleção de discos. O leve toque suave em seus olhos que ele costumava direcionar a mim.

Eu senti meu mundo girar, a dor que eu senti não era um solavanco na estrada: era uma encruzilhada. Eu me desculpei dizendo a todos que estava com um mal estar e me retirei para o meu quarto.

Puxei uma pequena caixa de debaixo da cama; estava cheia de cartas e fotos do decorrer das décadas.

Haviam fotos nossas em um baile clandestino nos anos 20. Não éramos os mais certinhos naquela época, mas aquela noite foi mágica.

Me senti voltando para aquele tempo tão mais fácil, o som do jazz inebriando minhas veias, o balançar do corpo dele contra o meu. Seu cheiro mentolado inundando meus sentidos; Aquele era o lugar onde eu me sentia em casa. Segura.

Passei o que pareceram horas lendo algumas das nossas cartas antigas que trocávamos quando estávamos separados. Ele se dirigia a mim tão docemente, me chamando de Amy, tocando meu coração com toda sua delicadeza.

Edward entrou no quarto com um sorriso bobo no rosto que logo desapareceu quando olhou para mim.

— Amelia, você está bem? — Ele se sentou ao meu lado e colocou uma de suas mãos nas minhas costas.

— Oh, claro, está tudo bem. Estava relembrando algumas coisas antigas, só isso.

Levantei da cama e me dirigi à penteadeira, olhando Edward pelo espelho.

— Você a ama? — Ele pareceu confuso por um momento. — Bella.

— O que? Claro que não, de onde você tirou isso? Eu te amo, Amelia, você sabe.

— Mas você está apaixonado por mim?

Ele continuou em silêncio, estoico.

— Porque se você não estiver, Edward, preciso que me diga, porque eu estou apaixonada por você e temo que sempre estarei. Não podemos ficar longe um do outro, então preciso que você pelo menos me diga, você a ama?

Silêncio.

— Você não me deve nada além da verdade, por favor, não adie o inevitável. Se você for quebrar meu coração, o quebre rapidamente, porque nada pode ser pior do que a dor que eu estou sentindo agora.

Me virei para ele.

— Deus, Amelia, eu te amo tanto. Você me ensinou que eu também mereço ser amado. Eu sempre vou te amar. Quero que saiba que não aconteceu nada entre nós; Eu jamais faria isso com você.

"o que você fez foi pior" — se ele usou seu dom e ouviu o que eu pensei, não disse nada.

— Serei grato a você por toda a eternidade.

Eu sorri tristemente.

— Espero que ela te faça feliz.

Por último, ele se levantou e saiu.

Mais tarde, quando eu me encontrei sozinha pela primeira vez em um século, pensei sobre algo de que eu tinha certeza — sabia disso na boca do estômago, no cerne de meus ossos, sabia disso de minha cabeça à sola dos pés, sabia no fundo de meu peito — era que o amor pode dar às pessoas o poder de despedaçar você.

oiii

editado 06/10 :)

notas antigas:

eu tava muito ansiosa pra postar esse capítulo, terminei ele fazem alguns minutos inclusive. acho que agora dá pra notar que minha ansiedade é quem controla o cronograma de postagens 🥴

ESCLARECENDO ALGUMAS COISAS: a amelia é realmente dependente do edward, o amadurecimento e a descrição dos sentimentos dela são alguns dos pontos principais da fanfic.

> os acontecimentos da saga NÃO serão narrados cronologicamente, meu estilo de escrita não é assim, eu prefiro capítulos sem muito diálogo e sim sobre exposição dos pensamentos dos personagens, por isso, quando alguma data ou acontecimento estiver diferente dos livros ou dos filmes, não é erro, é proposital.

enfim, se você gostou, me deixe saber <3 vejo vocês no próximo capítulo (que será postado assim que eu terminar de escrever.)

MERCY 𑁋 EDWARD CULLEN.Onde histórias criam vida. Descubra agora