Relações são sobre o quanto de verdade você está disposto a entregar para outra pessoa.
São sobre o quanto você pode ser verdade em um mundo de omissão. Sobre quantas mentiras você estaria disposto a sacrificar por alguém.
Eu me acostumei com a atenção que recebia. Com a banalização do amor, ou com a falta dele.
— Por onde você andava durante a Beatlemania? — Alec me contava histórias alarmantes sobre seus primeiros anos na guarda, mas eu estava cansada de ouvir. Eu também queria falar. Então eu fiz um trocadilho sobre os Beatles, mas ele, velho como é, não entendeu.
Ele revirou os olhos e manteve a postura séria. No rosto esculpido, um lampejo de humor.
— Eu sempre estive aqui, fui transformado para isso. Acho que nenhum de nós escolheria essa vida se pudesse.
Soltei uma risadinha e Alec ergueu as sobrancelhas.
— Acredite, eu conheço alguém que escolheria.
Ele só trocou de assunto e eu o agradeci mentalmente. Não era intencional, mas os Cullen sempre eram mencionados uma hora ou outra em nossas conversas.
Talvez por rotina, talvez por saudade, mas definitivamente, não era essa minha vontade.
Alec era gentil comigo e estava sempre presente quando eu precisava. Na primeira vez que bebi sangue humano no dia em que cheguei em Volterra, — ele tinha razão, os turistas estavam deliciosos — nas missões da alta guarda, sempre de olho em mim. Sempre a um passo de distância.
Já haviam se passado alguns meses desde que eu me juntei aos Volturi, e posso dizer que tomei uma boa decisão.
Eu entendi que não devia ficar esperando alguém mudar de ideia. Entendi o recado: ele foi embora.
De mim.
Dos nossos planos.
De nós.
— Do que está relembrando agora? — Estávamos sentados no jardim e eu estava comentando sobre o quanto sinto falta da convivência com animais. Fiquei perdida em devaneios quando lembrei que uma vez tive um gato: Sr.Charles; ele era preto e branco e adorava brincar com um novelo de lã verde claro.
Animais não chegam perto de vampiros, para minha tristeza.
— Nada demais. Como sabe que eu estava relembrando?
— Você tem essa mania de franzir o nariz quando pensa em uma memória que gosta muito. — Ele deu de ombros como se não fosse nada. — Você gosta mais da sua perna direita do que da esquerda. Você tinha medo quando praticava algum esporte. Um dia te disseram que você tinha medo da bola, então você ficou triste porque não queria que ninguém soubesse.
Ele continou mais um pouco.
— Você gosta do cheiro do pó de café, mesmo que não possa tomar café, e gosta de fechar os olhos e pensar em coisas boas na hora de dormir, mesmo que não possa dormir. Você se perde na própria explicação e acha que os Cullen te colocaram em uma redoma, acha que quebrou o vidro e sobraram só os cacos de quem você era antes, mas eu não acho. Acho que você é ainda mais especial por estar sendo quem quer ser.
Se minha natureza me permitisse chorar, eu teria chorado, porque ninguém nunca prestou atenção em nada disso.
Nem mesmo Edward.
— Como você prestou atenção em todas essas coisas? — Tenho quase certeza de que meus olhos estavam cheios de gratidão.
— Não é difícil gostar de observar você, Amelia. — O som do meu nome nos lábios dele fez algo estranho ao meu corpo. Se meu coração batesse, estaria acelerado.
Então eu o beijei. Com força.
Um coração morto, gelado, podia bater de novo?
Parecia que o meu podia.
♡oii!!
editado 06/10 :)
notas antigas:
quase 2k de visualização!!!! muuuito obrigada gente 🙁🙁
agora vamos falar sobre o fato de que eu preciso de terapia por ter escrito algo tão fofo e tão inalcançável. muito difícil viver um romance no século da putaria :(
referências referências ... as frases do edward sendo usadas pra falar sobre o alec aff hoje tô amargurada
esse capítulo tá cheio de pequenas partes dos textos de "textos cruéis demais para serem lidos rapidamente" então sim alguns textos deles foram minha inspiração
eu vou tentar soltar o próximo capítulo — o tão aguardado reencontro do edward com a amelia — durante essa semana, porque ainda não comecei a escrever pra postar agora.
esse capítulo aqui precisava ser postado para vocês verem a diferença da relação do alec com a amelia — relação esta que está sendo moldada lentamente — para a relação que ela tinha com o edward, a que ela foi submetida ao perceber a ligação de almas.
não era boa porque não era o que eles realmente sentiram, era tudo porque eles estavam predestinados.
até o próximo capítulo! votem e comentem por favor, espero que tenham gostado.
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MERCY 𑁋 EDWARD CULLEN.
Science FictionEm 1918, quando a gripe espanhola tornou a Terra um inferno, Amelia conheceu Edward. Sendo companheiros de alma, o relacionamento dos dois era aparentemente perfeito, até Bella se mudar para Forks e colocar o amor de Edward a prova. Em uma narrativ...