Sofisma || Jikook

Covardia

Boa noite!

ATENÇÃO: Aviso de conteúdo de violência.

Se for alguém muito sensível a este tipo de conteúdo e suscetível de gatilhos, por favor, não leia este capítulo. Os acontecimentos serão mencionados em capítulos posteriores, então não estará perdendo informações.

Quero deixar claro que não sou conivente com os acontecimentos aqui narrados. Portanto, o intuito aqui não é romantizar nem influenciar práticas agressivas, mesmo porque podem também ser configuradas como crime. Não pratiquem!

É isso, tenham uma boa leitura! ❤️

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No fundo Jimin não estava nada arrependido do que havia feito. Na verdade, estava muito orgulhoso de si mesmo.

Não havia se separado; não via necessidade nisso.

Não foi a primeira vez que o Lee o humilhava daquela forma, mas foi a primeira vez que reagiu ao invés de sentar e chorar. Foi um grande passo e estava sim orgulhoso.

Taemin constantemente cobrava de si que fosse um alguém grandioso que pudesse lhe oferecer o mundo, mas o reprimia a todo momento.

Seu senso de justiça pesava julgando não ser certo ter gasto tanto dinheiro do marido quando tinha o seu próprio, mas ainda achou ser o mais apropriado. Depois de tanto ouvir do Lee que só lhe dava prejuízo a troco de nada sem que este reconhecesse as próprias limitações que impunha, Jimin achou justo fazer valer cada palavra desta vez.

E valeu a pena totalmente.

Valeu por poder aproveitar um dia completo ao lado do melhor amigo como a tantos anos não faziam longe das grades psicológicas que o Lee impunha; valeu por se sentir tão livre novamente e enxergar que ainda estava vivo. A sensação de depois de tantos anos, ter algum controle sobre sua própria vida novamente - mesmo que por apenas um dia -.

Depois de ter de se desfazer do abraço confortável de um Jungkook insistente a fim de dar espaço para os melhores amigos, Jimin saiu para jantar fora com Taehyung, sendo o que faltava para que o rapaz se sentisse completo.

Mas a sensação que o assolou quando pisou no prédio onde morava, fez Jimin pensar se aquele fim de tarde não havia sido apenas um banquete antes do abate.

Pelo horário era esperado que Taemin já estivesse em casa e cada passo dado, cada andar mais próximo de seu apartamento, mais nervoso o rapaz ficava sobre o que aconteceria dali em diante.

Havia ensaiado bastante o que pretendia dizer ao Lee; as mudanças que pretendia impor dali em diante, uma vez cansado de ser tão passivo às exigências do marido quando no fim nada daquilo parecia adiantar. Estava disposto a não mais calar e ouvir, mas começar a agir.

Por precaução, usou das paredes espelhadas do elevador para dar uma nova checada em sua aparência, — seu lado bobo tão apaixonado pela imagem amorosa de Taemin que só existia agora em sua cabeça — acreditando que o marido fosse menos rigoroso consigo pelo valor gasto ao ver o quão bonito estava e o quanto ainda assim até mesmo a casa deveria estar impecável. A diarista contratada era realmente muito recomendada pelos vizinhos do condomínio.

Quando parou frente a porta, respirou fundo uma, duas, até três vezes. E só notou sua mão tremer tanto quando apertou forte a maçaneta para enfim girá-la devagar com todo o pesar do medo que corria por suas veias.