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Após a compreensão de Granger, Draco esperava ser retirado de sua equipe de proteção e transferido para outra casa segura, longe dela. Por isso, foi uma grande surpresa, na manhã seguinte, quando ela o cumprimentou à mesa da cozinha com um leve sorriso e sentou-se à sua frente para tomar o café da manhã em paz.

Draco a observou enquanto ela mordia sua torrada e folheava o Profeta Diário. Como ela pôde fazer isso? Sentar-se em frente ao homem que quase a matou com tanta facilidade como se estivesse sentado com um amigo?

Colocando o café na mesa, ele limpou a garganta e os olhos dela se ergueram para seu rosto. — Você gostaria que eu falasse com Potter sobre assumir sua equipe de proteção? — ele ofereceu, forçando sua voz a permanecer firme e profissional.

Sua testa franziu e seus olhos percorreram seu rosto, nunca encontrando seus olhos. — O que você quer dizer?

— Certamente você não me quer...

— Ah — ela interrompeu. — Não, não há necessidade disso. Os detalhes de proteção podem permanecer os mesmos. — Ela voltou-se para o jornal com desdém.

— O que? — Draco respondeu incrédulo.

— A equipe de proteção pode...

— Não, eu ouvi você da primeira vez,— Draco retrucou. — Por que você ainda me quer no time?

Ela suspirou e fechou o jornal, olhando para ele mais uma vez. Olhando por cima do ombro em direção à área comum, ela puxou a varinha e murmurou um rápido Muffliato antes de se virar para ele. — Olha, a meu ver, você teria me matado meses atrás se quisesse. Inferno, você poderia ter feito isso naquele dia na rua, mas não fez. Se você fosse enviado aqui para me matar, eu já estaria a dois metros de profundidade e com frio.

— A menos que fosse minha missão obter informações de você primeiro — ressaltou.

A cabeça de Granger inclinou-se para o lado pensativamente por um momento antes de ela sacudi-la. — Eu imagino que obter informações não fosse sua responsabilidade dentro dos Comensais da Morte. Você não disse que todos têm funções específicas? Seu trabalho não era obter informações. Você não é um espião. Você é um assassino. — Ela fez uma breve pausa antes de acrescentar: — Era um assassino.

Ela estava certa, é claro. Ela sempre estava.

— Além disso, você passou nos testes de Kingsley e no interrogatório do Veritaserum — ela acrescentou antes de dar outra mordida na torrada.

Draco ficou pasmo enquanto ela terminava de mastigar e engolir o pedaço.

— Você também me disse que não me mataria — disse ela com um sorriso.

Draco zombou de sua ingenuidade. — E você acreditou em mim?

Granger encolheu os ombros. — Eu acreditei. Acho que... confio em você. — Ela fez uma careta como se o pensamento fosse um pouco ridículo. — Eu não sei como isso aconteceu, Malfoy, mas de alguma forma você é tão assustador para mim quanto um Puff Pigmeu. Sei que você é um homem perigoso, mas realmente não acho que esteja aqui para me machucar.

Confio. Ela confiava nele. Confiava nele como se ele fosse uma boa pessoa, como se fosse um homem decente.

Como se ele não fosse um assassino.

Draco não tinha certeza do porquê, mas a ideia de que de alguma forma ele havia conquistado a confiança dela na verdade o deixou irritado. Irracionalmente, talvez, mas com raiva mesmo assim.

Ele não fez absolutamente nada para provar sua confiabilidade para ela. Anos vivendo o tipo de vida que levava lhe ensinaram que a confiança só deveria ser reservada aos confidentes mais próximos. Confiar em alguém sem realmente conhecê-lo era completamente ridículo. E por que ela confiaria nele? Porque ela conhecia seus segredos? Na verdade, cada segredo dele que ela descobriu deveria ter sido um bom motivo para nunca confiar nele.

Dragon In The Dark | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora