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A poeira e os destroços do último confronto ainda os rodeavam, recusando-se a assentar no chão e a ser esquecidos. O cheiro acobreado de sangue permeava cada respiração que Draco respirava enquanto estava com Bill, George e Angelina no hall de entrada. Por mais que Dean merecesse ser devidamente lamentado, Draco forçou sua mente a voltar ao terrível presente. Granger ainda estava aqui em algum lugar, e ele tinha que encontrá-la e mantê-la segura. E, pelo que ele sabia, Theo e Dolohov também estavam foragidos. Ele precisava encontrá-los... fazer o que fosse necessário para detê-los de uma vez por todas. Essas tarefas precisavam estar em primeiro plano em sua mente, livres de tristeza ou culpa.

— Devíamos ajudar os outros no porão — sugeriu Angelina, com os olhos um pouco vidrados de choque e tristeza.

— O porão está limpo! — Potter chamou quando saiu das escadas que subiam do nível inferior.

Draco se virou, esticando o pescoço para procurar Granger. Potter estava com um olho roxo e um lábio cortado. Ginny seguiu atrás dele, com sangue na perna da calça. Molly Weasley e Katie Bell também estavam com eles, junto com alguns outros membros da Ordem encarregados de varrer a casa.

Bill e Potter trocaram as palavras em código enquanto o grupo do andar de baixo se aproximava deles. Finnegan e Longbottom estavam com eles, ambos parecendo um pouco angustiados. O rosto de Longbottom estava inchado e roxo ao redor de um olho e Finnegan tinha um pouco de sangue endurecido na lateral do rosto, mas fora isso eles pareciam ilesos.

— Há um túnel lá embaixo — Potter disse a Bill. — Leva para fora da casa, além da linha de nossas proteções anti-aparatação. Não nos sentimos confortáveis ​​investigando isso apenas com nossa pequena equipe. O feitiço do mapa de Malfoy não conseguiu encontrar o fim. Pelo que sabemos, eles poderiam ter centenas lá embaixo.

Um túnel. Draco se lembrou dos túneis abaixo da Mansão Malfoy. Havia um profundo labirinto de corredores que se espalhavam em várias direções. Sem saber o caminho através deles, alguém poderia facilmente se perder por dias sob a Mansão.

Aconteceu com ele uma vez, quando ele era muito pequeno. A curiosidade levou a melhor sobre ele e, embora ele tenha se divertido no início explorando os túneis, logo se tornou assustador quando ele se perdeu. Quando sua mãe o localizou no labirinto, ele já chorava e gritava por socorro há mais de uma hora.

Os túneis foram construídos como medida de segurança caso o Senhor e a Senhora da Mansão precisassem fazer uma fuga rápida. Séculos atrás, eles eram usados ​​principalmente para contrabandear artefatos obscuros. Agora, havia apenas uma impressionante adega e o resto era usado principalmente como armazenamento.

No entanto, enquanto Draco ouvia Bill e Potter murmurarem um para o outro, ele começou a suspeitar que os túneis desta casa em particular poderiam conter algo muito mais sinistro do que vinhos vintage feitos por elfos.

Bill franziu as sobrancelhas pensativo enquanto expressava em voz alta os medos de Draco. — Ou eles poderiam estar usando isso para contrabandear os Comensais da Morte de alto escalão. Poderia explicar por que ainda não encontramos Dolohov.

— Exatamente. — Potter assentiu. — Coloquei alguns feitiços de detecção nele para que soubéssemos se alguém tentasse entrar por ali, mas não poderia fazer muita coisa sem mais tempo.

Pelo canto do olho, Draco viu Bill olhar ao redor, para o grupo de pessoas que se reuniram no hall de entrada. — Devíamos tentar montar uma equipe para investigar e ver aonde isso leva.

Enquanto Bill e Potter analisavam os detalhes, os olhos de Draco nunca se desviaram do topo dos degraus do porão. Ele observou a fila de pessoas subindo com bile na garganta, subindo cada vez mais com cada pessoa que cruzava a soleira. Quando o último chegou ao topo, seu estômago revirou.

Dragon In The Dark | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora