//Narrador
O que é o amor? Muitos diriam que é um sentimento que todos sentem por alguém, seja de sangue ou não. Também haveriam outros que citariam a química, quando ocorre a liberação da dopamina, mas para o príncipe Marius Mansel, o amor pode ser interpretado como uma forma de vivência e até mesmo algo palpável.
Iremos recordar a estória desse jovem príncipe herdeiro e ver do ponto de vista de um Nobre o que é viver o verdadeiro amor tão diferente em seu tempo e dimensão.
Vamos viajar para uma realidade totalmente diferente. Um mundo onde as pessoas não se preocupavam com os perigos, sejam eles noturnos ou diurnos. O reino de Calewia, a terra conhecida por ser fértil e prazerosa, onde a paz está em todos.
Governada por Caeso Mansel, segundo boatos, o melhor rei que já passou por aquele trono. Tem pulso firme e sabe lidar com as situações. Sua família é famosa pela grandiosa beleza, cabelos castanhos, que por mais que venha a idade, não desbotam e a postura perfeita.
Lucía Mansel, como esposa e rainha, está sempre ao lado de Caeso, tem uma sabedoria digna de prêmios. Cabelos longos , também castanhos, com ondulações.
Para completar essa família abençoada pelos deuses, o príncipe Marius, o personagem principal do nosso conto. O jovem herdara os lindos olhos cinzas de seu bisavô Perseu, o mais velho da corte de Calewia. Acreditavam-se que os deuses lhe deram esta característica cor de olhos para enxergarem tudo que há de bom nas pessoas que se aproximam.
Marius é dono de uma personalidade incrivelmente gentil e carinhosa. Seu sorriso consegue derreter o coração de quem ousa, se quer, o cumprimentar. E é desse jeito que ele quer e vai ser feliz com sua alma gêmea, que em breve aparecerá em sua vida. Ele sempre sentiu que sua hora chegaria mais cedo ou mais tarde.
No momento, nosso principeZinho se arruma em frente ao espelho enorme que há ao lado da janela que dá para o vilarejo principal ao longe..
— Vejo que voltou a pintar – a rainha Lucía, aparecendo do nada, assusta o garoto que pula ao ouví-la.
— Mamãe! Pelos deuses – ele coloca a mão sobre o peito e sorri.
A moça abre um sorriso desajeitado e vai até o rapaz, o ajudando arrumar sua coroa de um jeito que não atrapalhasse seus cachos.
— Perdão, querido! Então, vai me dizer o significado deste? – ela aponta para o belíssimo quadro deposto em cima da cama.
— São duas pombas brancas voando juntas pelo céu azul - o garoto se ajoelha em frente ao quadro e o toca sentindo a frieza da tinta fresca - a pomba significa esperança e as duas, dançando, é a esperança do amor.
— Oh, Marius! - a mãe segura o ombro do garoto - Você tem apenas 17 anos, tente ocupar sua mente com coisas que não sejam um relacionamento tão cedo.
Os dois sorriram e se abraçaram, aquelas palavras não ajudaram literalmente, mas já era alguma opinião.
A Rainha e seu filho desceram juntos, a escadaria, até a sala onde há uma enorme mesa com várias delícias sobre ela. Da porta eles já conseguem ver o rei sentado com os dentes a mostra, com a expressão de quem estava esperando pelo momento do café há muito tempo.
— Ah! Finalmente - o homem diz feliz ao vê-los - já ia começar sem vocês.
— Ham - o príncipe coloca a mão no peito como se estivesse sido ofendido - você não ousaria - ele se senta ao lado do pai.
Os serviçais se entreolharam e então tiraram as tampas esféricas de alumínio, revelando uma variedade a mais do que já estava à mostra.
— Uau! Ana, você se superou hoje. O cheiro está divino - Lucía toma seu lugar e anuncia à cozinheira que agradece o elogio com um sorriso.
Todos encheram os pratos de pães, bolos, frutas, panquecas e tudo o que há direito. Marius se serviu com um pouco de chá para acompanhar a refeição.
— Como foi a noite, filho? - o rei pergunta - dormiu bem?
— Como o bebê que sou, tranquilo e relaxado.
— Hum - a rainha limpa a boca com um lenço e entra no assunto - Caeso, nosso filho voltou finalmente a pintar. Não é uma ótima notícia?!
O olhar do marido se enche de alegria e o mesmo quase se engasga ao ouvir a novidade que tanto esperava.
— Mas isso é incrível - ele sorri - faz tempo que não vejo pinturas suas. Fico feliz que tenha voltado com sua criatividade. Iremos pendurá-la em um dos corredores assim que possível!
O príncipe tem o dom maravilhoso para pinturas, mas parou a muito tempo quando começou a ir em reuniões em outros reinos, acompanhando o rei e missões reais, fora os sentimentos de solidão que tirou toda sua criatividade.
— Aposto que o bisa Perseu também gostaria de saber - Marius corta um pedaço de bolo e leva até a boca.
— Prometo que a primeira coisa que ele fará depois que voltar do reino leste é ver sua obra - Caeso diz e solta um sorriso, alegrando mais ainda o garoto - por falar em visitas... Marcaram nosso encontro com os líderes do reino Pèm para amanhã assim que o sol nascer.
— Pèm? Nunca ouvi falar neste reino.
— Também não conhecia, parece que ele vem crescendo muito na costa da ilha Wolfshore. Iremos com o navio do vovô esta tarde para chegarmos a tempo da reunião amanhã de manhã.
Este Reino realmente era desconhecido. Por muito tempo foi concentrado em apenas uma parte do grande terreno Wolfshore. Com o passar dos anos, os sucessores do trono foram aumentando cada vez mais suas terras, até se tornarem visíveis nos mapas e ganhar finalmente o reconhecimento.
— A nossa corte acha viável firmarmos uma aliança com eles, já que estamos no começo da primavera que é a temporada dos eventos.
— Que interessante, pai. Claro que quero o acompanhar. Amo fazer contratos com outros reinos. Talvez possamos até dar uma volta por lá. Conhecer um território novo é sempre muito bom.
— Perfeito - Caeso se recosta na cadeira soltando um suspiro de alívio - se quiser pode levar alguns quadros em branco e tintas para se distrair no caminho de lá. É uma grande viagem, não quero que se sinta entediado.
— Bom - Lucía interrompe os rapazes - já que todos vocês tem compromisso, vou até a vila distribuir cestas com pão, mel e alguns condimentos para celebrar o começo da primavera.
Esta estação é sempre recheada de alegrias, músicas e danças por trazer comemorações como o aniversário do príncipe e do reino, o 17° ano de casamento do rei e da rainha e o dia das flores que é um dia levado muito a sério entre os reinos do continente.
— Maravilha! Deixe-os avisados que o baile que prometi montar na praça da cidade vai acontecer em breve - Marius diz entusiasmado.
— Já estou ansiosa para isso.
Em meio a muitas outras garfadas a família real Calewiana dá gargalhadas ao lembrar de momentos satisfatórios de seu passado.
• Capítulo com 1229 palavras •
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Um Príncipe Para O Príncipe
RomanceMarius Mansel é o príncipe herdeiro do trono do reino de Calewia. Um pintor maravilhoso que ama seu povo com todo o coração. Consegue ser gentil mesmo com toda sua riqueza e faz o possível para conquistar a amizade de toda população de sua terra. Ma...