C5 - Reino Pèm

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— Desçam a Âncora! Façam as amarrações... Subam as velas! – o capitão comandava enquanto eu ajeitava minhas coisas na cabine.

   A animação de conhecer um novo reino é sempre a mesma, todas as culturas são únicas e ser privilegiado ao ponto de conhecer cada uma delas é uma grande honra. Além de ter sido a primeira vez ouvindo sobre este pedaço de terra, ainda sim fico extasiado de visitá-lo.

— Filho, venha ao meu lado. Disseram que o Rei e a Rainha Ghellère nos esperam no cais – Caeso diz à porta do quarto – precisamos estar juntos, deixe que a bagagem os serviçais tragam!

— Certo – coloco no topo da cabeça minha coroa enfeitada com as esmeraldas e sigo o Rei até a rampa de saída do navio.

   Atrás de nós, em prontidão, vem 4 dos nossos guardas. Todos com postura de proteção. Papai à frente se mantém com cabeça erguida e um sorriso de agradecimento a todas as pessoas que nos aguardam abaixo. Me ponho ao seu lado e imito sua posição, colocando também um sorriso gentil em meu rosto, mas sem mostrar os dentes.

   O Rei Ghellère nos espera ao pé do navio com sua linda esposa ao lado, os dois bem vestidos com roupas combinando, de cor safira. A música dos flautistas começa a tocar com alegria para nos receberem.

   Tudo estava indo bem, quando meu pai notou melhor o rosto do Rei de Pèm. Ele parou, fechou o rosto com expressão séria e logo depois gritou bem alto:

— Rafael?!

   Aquilo assustou a todos, inclusive os músicos que pararam de tocar. O homem de azul safira à nossa frente apertou um pouco os olhos, então abriu um sorriso maior do que já estava no rosto.

— Caeso?! Não creio nisso!

   Meu pai gargalhou ao meu lado e correu de encontro ao outro rapaz. Os dois se abraçaram forte em meio a risadas altas.

   Ninguém ali naquela praia entendia o que estava acontecendo. Como reagir a uma situação dessa? Eu continuo a andar? Fico parado? Me junto aos guardas?

— Meu querido amigo, quanto tempo não o vejo! – Caeso disse se soltando – Então você é o Líder deste reino inteiro?!

— Eu nem acredito que voltamos a nos encontrar depois de todos esses anos! – Rafael tampou a boca surpreso – Quando disseram sobre um reino do continente querer fazer uma aliança conosco, jamais pensei ser você.

   Tudo bem, parecem ser apenas amigos de longa data. O que me deixa bastante curioso por eles descobrirem só agora que se conhecem!

— Aquele é o Marius? – Rafael contorna meu pai vindo em direção a mim com os braços abertos – Puxa! Como estás grande, garotão! Lembro quando era de colo.

   O grande homem me abraça forte quase quebrando meus ossos. Seu físico deixaria qualquer um assustado de longe.

— E essa é Isabela? Como está linda, minha amiga – meu pai abraça a rainha como se fossem da mesma família. Em alguns outros lugares esse gesto seria visto como um motivo para guerra.

— Caeso, quanto tempo. Não imaginava vê-lo por aqui, perdemos o contacto há tantos anos.

   As pessoas olhavam fixas para a situação, sem saber o que falar. Alguns sorriam, outros cochichavam e comentavam.

— O que há? Toquem a música, agora são convidados mais que especiais!

   A alegria voltou aos ouvidos de todos, o rei e a rainha levaram meu pai abraçados pelo caminho entre o povo. Eu segui atrás tentando entender todo esse acontecimento e nossa tripulação do navio terminava de descarregar para vir caminhando.

Um Príncipe Para O PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora