No escuro, sigo meu caminho, refazendo os passos anteriores que fiz para chegar às flores. Ando pelo vasto campo, indo pelas pequenas colinas, dobro a direita às costas do castelo, encontro a porta que seria a casa dos Irmãos Magale e com cuidado entro no salão, já todo decorado.
Um enorme tapete vermelho cobre todo o piso. Há 3 tronos, dois grandiosos, com a mesma coloração do chão em veludo e um outro ao lado direito, um tamanho médio em comparação com os ao lado. Olhando para a direita do castelo, noto um grupo de instrumentos musicais, no qual reconheço a harpa, um lindo instrumento de cordas com som mais belo ainda.
Me lembro bem de quando minha mãe insistiu em me dar aulas de harpa. Foi nesse momento que percebi... Música com toda certeza do mundo não é para mim! Os acordes que ela fazia haviam delicadeza, cada nota era um som majestoso e quando eu ia tentar... puxa, era um desastre sonoro.
No sentido contrário a esses aparelhos, vejo mesas enormes seguindo recheadas com tudo o que posso imaginar de comida.
— Marius! Graças aos deuses – ouço um homem chamar ao pé da escada que leva aos meus aposentos – lhe procurei por toda a cidade – ele vem andando em minha direção, até que se lembra de minha posição social – oh me perdoe a falta de educação, vossa alteza! – ele se inclina, reverenciando à mim.
O rapaz possui cachos do tom mais escuro existente, sua pele é clara como a neve do inverno mais frio e seus olhos de cor castanha me lembram o tronco das árvores na primavera. Suas roupas mostram ser um dos serviçais do castelo. Eu diria que tens a idade entre 17 e 20, nada muito assertivo, adivinhações não são meu forte. É um belo homem.
— Não é necessário formalidade – sorrio para ele.
— Não? – ele se levanta – que seja então – o rapaz se agarra ao meu braço me levando para o lugar de onde apareceu – o baile começará em minutos, fui designado para lhe ajudar a se preparar, serei seu Valete por todo o período que estiver em Pèm.
Acompanho ele pelas escadas, ainda com nossos braços entrelaçados. Conforme andamos, ouço-o falando sobre como havia preparado meu banho.
— Tem alergia à alguma essência? Eu não possuía noção sobre isso, apenas me lembrei depois de ter colocado todas em sua banhadeira.
— Não se incomode tanto – chegamos ao corredor e depressa sou levado para o quarto, a porta bate atrás de nós, o que me assusta pelo barulho – espera, você disse banhadeira?
Ele vai ao longo armário e retira algumas toalhas brancas e macias, acompanhado da roupa de raposa que irei usar pendurada em uma espécie de cabide de bambú.
— Sim, a banheira de madeira – ele aponta para o banheiro – banhadeira.
— Ah claro, gosto do seu jeito de pensar – deixo uma risada baixa escapar e vou até o local onde foi apontado, me preparando para tirar minha roupa.
Sem muita pressa, puxo para cima minhas vestes, retirando a parte de cima do conjunto. Logo depois retiro as partes de baixo e entro na água. A sensação de água quente na pele é uma delícia. Respiro fundo sentindo o aroma das essências que o Valete havia derramado. São muitos cheiros diferentes, alguns se dissociam, porém há outros que se misturaram tanto a ponto de criar uma agradável, nova e desconhecida essência.
— Senhor? É preciso que eu te ajude a se ensaboar? – ele grita do quarto.
— Ham... Acredito que não tenha necessidade – digo em tom mais alto para que me escute.
Pego um tipo de pano molhado que se encontrava ao meu lado junto com uma barra de sabão de cor rosada e esfrego ao meu corpo. Começando do pescoço, descendo devagar pelos ombros até minha mão entrar em contato com a água. Continuo a me limpar, descendo para meu estômago...
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Um Príncipe Para O Príncipe
RomanceMarius Mansel é o príncipe herdeiro do trono do reino de Calewia. Um pintor maravilhoso que ama seu povo com todo o coração. Consegue ser gentil mesmo com toda sua riqueza e faz o possível para conquistar a amizade de toda população de sua terra. Ma...