C2 - Todos à bordo

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//Narrador


   O Arsenal de jóias de um príncipe, independente de seus ideais e humildade, deve ser grandioso para mostrar aos vizinhos o poder com os mínimos detalhes. Coroas para cada ocasião, cordões com iniciais específicas, dizem que quanto mais anéis na mão maior orgulho de sua nação.

   "Não tão grande para não parecer arrogante, mas também não tão fosco para não ser antiprofissional", era o quê Marius pensava enquanto arrumava sua bagagem.

— Que tal a que usou no ultimo baile? - Silas, o valete oficial do príncipe aconselha, como se estivesse lendo os pensamentos.

   O homem tem pelo menos a idade de seu pai, é baixo, mas seu sapato o mantém em uma altura ideal. Marius acredita que em algum momento ele e seu pai já foram grandes amigos.

— Não é uma ideia ruim - ele pega o objeto dourado.

   Com pequenos detalhes na base simulando heras, pontas afiadas e escassas pedras de Esmeralda é a escolhida para conhecer novos aliados.

— Ouvi dizer que voltou a pintar - Silas continua sua fala, encostado na parede ao lado da porta com as mãos para trás e postura ereta - Fiquei surpreso com os boatos. Faz tanto tempo depois de seu último quadro.

— Algo me diz - o príncipe sorri enquanto embrulha sua coroa - que estava no caminho certo, mas o medo me desmontou. Agora voltei a pensar como antes. A beleza está...

— ...Nos detalhes! - o serviçal completou e então deixou o garoto no silêncio confortável do quarto.

   Com rapidez, Marius caminha até o lado de fora do Castelo, sendo seguido por guardas que traziam suas malas. Seu pai o esperava à porta da carruagem com a esperança, de que uma nova aliança se formaria em breve, no olhar.

— A costa fica à alguns minutos daqui, vamos nos apressar. O navio já está carregado com os nossos presentes - ele se assusta ao ver 3 enormes malas sendo carregadas - Por que tantas bagagens?

— Nunca se sabe o que pode acontecer - o Príncipe esboça um sorriso.

   Os guardas, cocheiros e guias concordaram, então, foram para seus postos. O rei montou em seu cavalo e seu filho foi para dentro da condução.

— Tenho notado que está um tanto quanto triste recentemente - Caeso diz ao jovem da janela.

— Não estou triste, estou apenas à pensar muito.

   Ele não está mentindo completamente. É como dizem: quem muito tem, pouco se aproveita. A solidão mesmo estando rodeado de gente, congela o coração do pequeno pintor. Um fio de esperança ainda mantém de pé seu otimismo, mas em situações como essa não se sabe quanto tempo aguentará.

— Pedi para carregarem um baú com telas, pincéis e tintas para você - o rei oferece um sorriso de canto - assuntos reais costumam ser um pouco chatos para jovens da sua idade.

   Apesar do bloqueio que acompanhou Marius, ele não abandonaria seu dom como artista tão facilmente e o apoio de seus heróis com isso, o inspira.

— Agradeço, alteza! - ele diz, mostrando os dentes brancos.

— Gosto de vê-lo contente - o cavalo do rei pega velocidade e toma a frente da carruagem.

Um Príncipe Para O PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora