Paige Miller
— Mata ela.
— Mas é só uma prostituta — Fechei meus olhos tentando acalmar meus nervos.
— Mata ela — Falei novamente. Era difícil às vezes aturar a inocência da Cecília, às vezes acho que ela é de Lua, suas fases e tals. Ela é a minha melhor amiga de infância, estávamos sempre juntas na adolescência, nascidas na máfia, criadas na máfia e preparadas para ser esposa troféu, coisa que não fomos. Óbvio.
— Mas ela não teve culpa — Ela choramingou, ela tinha me ligado há meia hora dizendo que uma das prostitutas da Strip Car foi pega roubando cocaína do estoque da Camorra. Louca. Não era a primeira vez, e eu tinha a impressão de que não seria a última.
— O que acontece se uma pessoa trair a Camorra Cecília? — Perguntei. Escuto sua respiração mudar.
— Ela morre — Ela falou, posso até sentir ela erguendo o queixo.
— E se uma pessoa roubar da Camorra? — Eram apenas leis que todos que tinham juízo seguiam.
— Ela morre.
— Exato — Falei, meu tom sai mais animado do que antes. Perder uma das stripers não ia ser fácil, ainda mais a que estava devendo até os cabelos para a máfia.
— Ela disse que tinha metade do dinheiro — Cecília falou tentando fazer com que eu mudasse de ideia. Isso não iria mudar o fato dela ter roubado, pra mim ela nem era viciada
— Não quero metade Lia, quero tudo. Ela está devendo já faz seis meses — E isso já era um bom tempo. Na chamada pude escutar alguém chorando, provavelmente a prostituta.
— Carlos está aí? — Perguntei. Cecília bufou.
— O idiota saiu faz cinco horas e até agora não voltou — Revirei meus olhos. Carlos quando colocava uma coisa na cabeça, era difícil de tirar. E a nova obsessão dele era uma Italiana, que possivelmente agarrou o coração dele.
— Por favor não faça nada comigo — Ouvi novamente um choramingo. Porque as pessoas recorrem sempre ao choro quando se ferram?
— Eu não permiti que você falasse, calada! — Cecília gritou. Minha porta foi aberta novamente e Nicolas com todo seu esplendor de dono da revista entrou, de novo. Acenei pra ele e voltei minha atenção para a ligação.
— Mata ela logo Lia — Resmunguei. Não posso ser fraca com ninguém, mostraria uma visão errada para aqueles cretinos que estão esperando só um movimento meu errado para assumir meu lugar.
— Tá bom, se é pra matar, eu mato — Um silêncio surgiu, deixei o celular no viva voz e coloquei em cima da mesa na mesma hora que Nicolas se sentou na cadeira na minha frente. Ouvimos a prostituta chorar, pedindo perdão.
"Eu não vou mais roubar"
"Por favor, não me mate".
"Eu faço qualquer coisa".
"Eu pago tudo, eu prometo"Seis meses, devendo 20 mil, pagar tudo? coitada.
Sorri para meu chefe quando o tiro soou seguido por outro.
— Pobre mulher — Cecília estalou a língua.
— Está sabendo que Vladimir está difamando você por aqui, não sabe? — Ela me perguntou. Nicolas estreitou os olhos para mim.
— Me conte uma novidade — Revirei meus olhos. Não é de hoje que Vladimir tenta me derrubar, e tenho certeza que não será a última. Ele era um soldado leal, leal até demais para meu gosto. Queria ser capo, Afonso vivia dizendo que Vladimir não seria um bom líder, ele é inconsequente. E Afonso, como era consigliere do Logan, levou isso até ele, claro.
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Um desejo incontrolável
Romance2° livro da série "Um grupo em Nova York" Paige teve que aprender desde de muito nova a lutar. E quis ficar longe de seu pai logo o possível, a levando trabalhar para a máfia italiana, Logan liderava com firmeza e era um ótimo capo, até Nova York p...