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Paige

Uma morena alta se jogou em mim assim que entrou em meu quarto. Toquei seu cabelo cacheado sentindo seu perfume, nem muito doce e nem muito forte. Ela se afastou e observei seus olhos cheios de lágrimas. O grupo todo estava no meu quarto me avaliando, tentando ver se eu estava realmente bem

— Você não devia estar em Nova York agora, cachinhos? — Perguntei preocupada com sua gestação.

— Ela devia. Mas ela nunca me ouve — Nate falou carrancudo. Ana deu de ombros e ignorou seu noivo, e voltou se para mim.

— Como você está? — Perguntou-me. Dei de ombros.

— Me sinto bem melhor. Mas deviam parar de me dar soro. Não aguento mais esse negócio no meu braço — Levantei meu braço, agora com um jelco. De acordo com a enfermeira eu me movimento demais. Ela é que enfiava essas agulhas em mim. Já era o segundo soro só hoje.

— Você perdeu muito sangue, por conta dos ferimentos — Nicolas me informou.

— E os gêmeos? — Voltei a atenção para Ana. Ela sorriu e levou suas mãos até a barriga, não está tão grande como eu imaginava que estivesse já no terceiro mês de gestação.

— Estão bem. Foi só um susto — Eu não me perdoaria se ela tivesse perdido os bebês. Lisa era minha irmã, ela quer se vingar de mim.

— Já acharam alguma coisa sobre Lisa e Helena? — Perguntei me sentando. Logan assentiu com a cabeça.

— Helena tá na central da Interpol aqui em Florença. Lisa parece que está hospedada em um hotel, e pelo o que Beatrice conseguiu descobrir, ela tem uma viagem marcada às 16 horas para Cancun — Ela não vai voltar viva para lá, isso eu ia garantir.

— Eu vou matar Elisabeth Cassani — Afirmei. Todos me olharam espantados, como se isso fosse o fim do mundo.

—  Do que está falando Sirena? — Nate perguntou, tirei uma mecha do meu cabelo que caiu em meu rosto.

— Eu quero vê-la morta.

— Vai matar a sua irmã? — Minha irmã? Ela deixou de ser minha irmã quando tentou me matar

— Ana quase perdeu o bebê, Ela quase matou meus amigos. Tudo por culpa dela! Helena também não sairá impune — Afirmei.

— Eu te ajudarei — Ana me falou. Nate quase infartou.

— Não quero que se arrisque novamente- Apertei sua mão. Ela sorriu de lado.

— Eu não vou ficar parada aqui esperando receber alguma notícia.

— Ana — Nate a chamou. Ana o ignorou balançando a cabeça.

— Você não conseguiu que eu ficasse em Nova York, não vai ser agora que você vai conseguir alguma coisa — Eu conhecia ela. Ana não desistiria. Quando ela enfiava uma coisa na cabeça, era difícil tirar.

— Isso é loucura — Nate resmungou passando a mão pelo seu rosto, desistindo de tentar argumentar contra a noiva.

A enfermeira adentrou meu quarto e arregalou os olhos quando viu nove pessoas em meu quarto. Balançando a cabeça veio até mim e retirou o acesso do meu braço, mexi meu braço finalmente sentindo ele ligre. Nicolas tinha me contado que eu tinha passado dois dias desacordada. Eu teria tanto gosto de ver Reece morto.

— Prontinho. Senhorita Cassani...

—  Miller, me chame de Paige Miller — A enfermeira assentiu e saiu. Allie foi a primeira a questionar.

— Não mais Sirena?

— Ah eu amo meu nome. Não duvidem disso. Mas depois de tudo o que aconteceu eu meio que quero um tempo longe do sobrenome Cassani. É o sobrenome do meu pai, e eu o odeio. Ainda mais minha família que nem pode ser chamada de família. Meu pai era um idiota, machista e assassino, minha irmã quer me matar, minha mãe traiu meu pai mesmo sabendo que corria risco. Cassani só me trás péssimas lembranças — Todos pareceram me entender. Eu tinha passado um bom tempo pensando nisso.

— Agora o Miller — Sorrir — Me deu uma família. Vocês.

— Ela sabe ser fofa — Ana brincou enquanto limpava uma lágrima. Ela estava muito sentimental.

— Então Paige. Como está se sentindo agora? — Jade me perguntou, sorri para ela.

— Eu me sinto bem. Agora está tudo bem.

Ana

Peguei meu arco e puxei para testar. Algumas flechas estavam na aljava já prontas. Passamos o restante do dia pensando em um plano. Paige tinha se movimentado o bastante para que pudesse estar bem hoje a noite. Ela não queria esperar mais. Primeiro iríamos atrás da Helena. A questão era que ela estava buscando refúgio na Interpol. Nate estava encostado na grade da varanda de cabeça baixa. Me aproximei dele e o abracei pela cintura, beijando seu ombro.

— Se preferir, posso repensar em ir — Eu queria muito ir. Mas eu não podia só pensar em mim. Eu estava grávida e amava meus filhos e eu só estava no terceiro mês de gestação. E tinha o Nate.

— Não posso te proibir de nada, Ana. Ainda está cedo e o médico já tinha avisado que sua gravidez é segura. Mas eu ainda tenho medo. Medo de te perder e perder os bebês — Ele ainda não me olhava nos olhos.

— Eu me sinto bem, meu amor. Até melhor do que antes — Quando o médico me disse que eu quase perdi os gêmeos entrei em desespero. Ele pegou minha mão e a levou aos lábios e só então me olhou nos olhos.

— Esse plano é arriscado. Ainda mais porque vamos atacar um prédio de segurança máxima. Mas eu confio muito em uma arqueira que nunca erra — Ele forçou um sorriso.

— Eu já errei uma vez — Acabei rindo quando Nate arregalou os olhos se assustando.

— Relaxa, eu tinha dez anos — Bate de leve em seu peito o fazendo relaxar.

— Não brinque com coisa séria Ana — Iria responder de volta quando senti minha barriga se mexer.

— Mecheu!

— O quê? - Quando Nate colocou a mão, um dos bebês parou a movimentação. Nate sorriu frustrado. Ele nunca conseguia pegar os movimentos, porque os bebês sempre paravam quando ele tocava em minha barriga.

— Ana.

— Hum.

— Acho que meus filhos me odeiam.

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Bom sábado galera!

Um capítulo curtinho.

Eu pensei muito sobre essa "troca" do nome. Mas quando fui ver a personagem tomou conta.

Espero que tenham gostado desse capítulo ❤️

Até logo. Bjs. Ana

Um desejo incontrolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora