18

5.5K 695 128
                                    

Paige

Fui arrastada para o camarim das meninas. Nicolas agarrava bem minha mão. Helena estava na boate, Ana se revelou, Nate e Adam também. Passo a passo todos estavam entrando de vez, como se estivessem cansados de se esconder. Eu entendia cada um deles, mas eu nunca tinha gostado de mudanças. Se estava mudando significava que eu perderia alguém, e eu não quero isso.
Iria chegar a hora de me revelar, o mundo iria conhecer a Sirena.

Assim que estávamos seguros no camarim, Nicolas me puxou e me beijou. Toquei seu cabelo, os fios loiros estavam crescendo. Um beijo repleto de medo.... não, talvez eu só estivesse vendo coisas.

"Por um momento eu pensei que você iria se revelar hoje também". Ele falou sem tirar os olhos de mim como se estivesse vendo se faltava algo em mim. Era só a Helena.

"Eu estou bem Nick". O avisei. Nicolas me encarou e sorriu. Eu sabia me cuidar, sempre soube.

"Você me chamou de Nick". Chamei? Seus olhos brilhavam.

"E o que que tem?". Balancei minha cabeça devagar.

"A última vez que você me chamou assim tínhamos dezesseis anos". Ele segurou meu rosto em suas mãos e me beijou novamente com força dessa vez.

"Eu não lembrava". Eu lembrava. Lembrava de tudo.

Eu tinha passado todos os dias pensando no que tínhamos, e passei a noite inteira olhando para ele.

"Poderíamos ter aquilo de novo?". Perguntei. Nicolas me encarou, piscou uma vez como se estivesse tentando me reconhecer. Não era a minha voz que tinha perguntado, e sim de uma garotinha que era apaixonada pelo melhor amigo.

"Paige.."

"Sirena, meu nome é Sirena".

Eu tinha passado o dia pensando. Horas e horas pensando como seria minha vida se eu tivesse ido atrás dele. Se eu me permitisse amar. Eu tinha tido uma escolha há muitos anos atrás, quando o vi no cemitério ao lado do túmulo da mãe dele, mas o que eu fiz foi virar as costas e ir embora.

"Sirena se acha que eu vou deixar você escapar dessa vez. Está muito enganada". Ele passou a mão pelo o meu rosto e só aí me dei conta de que eu estava chorando.

"Poderíamos ter tudo. Só me deixa se aproximar. Eu não quero uma noite, ou algo movido a tequila. Eu quero você por inteira. Cada pedacinho de você". Eu o beijei. Como se fosse a primeira vez. E dessa vez eu me permitiria isso.

Ser feliz.

Nicolas aos dezesseis anos

Apertei minhas mãos nos meus ouvidos, eu estava cansado de ouvir a briga do meu tio com meu pai. Era palavras duras. Eu não gostava do meu pai, mas ele parecia estar sofrendo com a morte da mamãe.

"Saia daqui! Olavo!". A voz do meu pai.

"Me escute Octávio, eu não tenho culpa disso. Eu não tenho nada haver, nem eu e nem a Avery". Avery? O que a mãe da Sirena tinha a ver com isso?

"Saia fora daqui antes que eu mate você!". Com isso, observei meu tio Olavo sair do escritório. Eu tinha que contar para Sirena sobre isso, precisava saber o que estava acontecendo.

"Nicolas!". Correu com o chamado de seu pai.

"Senhor". Falei assim que cheguei a seu escritório.

"A partir de hoje você está proibido de encontrar a Sirena e qualquer pessoa da família Cassani". O que? Ele não poderia estar falando sério.

"Mas pai....". Ele levantou a mão dizendo para parar quando comecei a falar e me assustei.

"Você ficou com medo? Nicolas eu nunca te bateria". Eu não consigo confiar em você pai, era o que queria dizer.

"Eu ainda acho que não devo me afastar da Sirena". Argumentei.

"Eu já falei Nicolas, não me desobedeça". Assenti e saí do escritório, tentando afastar as lágrimas. Mas assim que cheguei em meu quarto dei um jeito de pular a janela. Subi na minha bicicleta e fui até a casa dela.

Sua janela estava trancada, o carro do Jones não estava na garagem. Me escondi debaixo da janela, pensei em me levantar mas comecei a ouvir vozes.

"Meu irmão nunca vai me perdoar, e sabe o que é pior. Eu não tive culpa de nada". Era a voz do meu tio...

"Explica isso". Era uma segunda voz, mas de mulher.

"Liliana estava doente, era um câncer incurável. Mesmo com os tratamentos não ia ter resultados positivos. Mas ele me culpa, meu irmão amava ela demais". Mentira, então porque bateu nela naquele dia? Se amasse ela, não tinha feito o que fez.

"Liliana também o amava. Olavo, o que vamos fazer? E se Octávio nos entregar? Jones pode nos matar!". Essa voz...de onde eu conheço essa voz.

"Temos que esperar, as coisas se acalmarem". Meu tio falou.

Eu não estava entendendo nada daquela conversa. Me levantei um pouco para ver quem era aquela voz, e vi os dois de mãos dadas. Assim que vi quem era, caí de bunda no chão. Isso não podia ser verdade.

Paige

"Se estiver me enganando Sirena, juro para você que te jogo no rio mais próximo". Achei graça. Isso seria loucura.

"Não estou brincando". Sorri para ele mostrando que eu estava falando a verdade.

"Não sei se confio. Vai que você diz que tá brincando e me chame de idiota". Ele se afastou erguendo as mãos para cima.

"Pode confiar. Não vou fazer isso". Falei. Ele semicerrou os olhos para mim desconfiado.

"Continue....". Ele começou.

"A nadar". Completei.

Quando éramos crianças adoramos assistir filmes juntos, e um dia assistimos um desenho chamado procurando nemo. E passamos a usar essa frase para completamente tudo. Ano passado Nicolas me mostrou um livro que também continha essa frase de um jeito diferente.

Puxei ele pela a sua gravata e dei um leve beijo em seus lábios.

"Eu sempre estarei aqui, do seu lado. Espero que não tenha se esquecido disso". Sorri, nos afastamos rapidamente quando a porta se abriu. Ana olhou para nós dois, primeiro para o Nicolas e depois para mim. Com um sorrisos travesso no rosto falou:

"Helena já foi embora, o pessoal já está indo embora. Eu principalmente, estou louca para chegar em casa e me acabar em um brigadeiro que o Nate me prometeu".

"Então vamos, cachinhos, vamos embora". Passei meu braço pelo o seu ombro a abraçando.

"Já leu aquele livro..."

"Eu não leio". Interrompi ela.

"Ah claro".

"Mais que livro você está falando?". A curiosidade me venceu.

"Apenas amigos". Ah. Acho que eu não deveria ter perguntado.

"O que tem?". Engoli em seco esperando a resposta.

"Apenas amigos é o caralho".

--

Sou apaixonada pela a Ana kkkkkk

Gente, não duvidem do amor do Octávio pela Liliana, muitas coisas vão ser esclarecidas.

Quem não tem amigos que dizem que são só amigos, mas tem uma certa química exalando no ar?

Dia 23 desse mês tem revelação de capa, fiquem ligados. Vai ser no meu Instagram.

@karolinaana__

Espero que tenham gostado desse capítulo ❤️

Se der tudo certo amanhã tem outro.

Até logo. Bjs Ana.

Um desejo incontrolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora