Cap. 16

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POV Maeve

Passei a noite relembrando do momento que tive com Ed na noite passada. Ele fez eu me sentir como mais nenhum garoto fez, especial. Eu gostava como Edvin era bom nas palavras, seu modo de começar conversas com facilidade me surpreendia e parece que ele sempre sabe o que falar, o que é algo que me intriga.

Infelizmente não vivo em um conto de fadas e há coisas com que me preocupar. Me perguntei como ele levaria isso para frente, se contaria á seus amigos, se deixaria público. Estranhamente eu não quero que as pessoas saibam, gosto de como é só eu e ele, ele e eu, temos nossos momentos sem se preocupar que alguém vá interferir.

Vou vê-lo na escola na segunda(amanhã) e não sei como agir, ele sabe que sou tímida pra isso então se eu não cumprimenta-lo ele vai entender. Eu espero.

- bom dia Mae! - falou meu pai na porta do meu quarto.

Eu me encontrava deitada na cama desde que acordei por pura preguiça.

- oi pai.

- vamos dar uma volta? queria ir no parque hoje. Podemos levar o Isaac Newton se você quiser.

Costumamos levar meu gato pra passear uma ou outra vez, só pra ele ver um pouco que não seja a casa.

- claro! - e eu adoro fazer isso.

- vai tomar café e a gente vai - disse e saiu me dando a deixa para levantar.

[...]

Na manhã seguinte Norah veio me buscar para ir á escola.

Tudo ocorreu normalmente durante o dia, incluindo Edvin não falar comigo. Não posso mentir que fiquei decepcionada, parte de mim gostaria de ficar com ele mesmo com pessoas olhando, mas aparentemente não era do seu gosto também.

Quando estava indo em direção á minha casa sozinha como de costume um carro parou ao meu lado e abaixou a janela. Ed estava dentro do carro com óculos escuros e um sorriso estampado.

- vem, eu te levo - disse ele fazendo um movimento com a cabeça indicando para eu entrar.

Eu aceitei a carona mesmo estando com um pé atrás. O que eu faria com alguém que não quer ser visto comigo?

Entrei no carro e ele seguiu caminho.

- eai Flor, como foi seu dia? - perguntou ele.

- bom - respondi sem dar muita satisfação.

Ele notou meu tom hesitante e virou sua cabeça em minha direção.

- aconteceu alguma coisa, docinho?

- não, o dia foi bom só isso - dei de ombros.

- tá bom então.

O loiro não se convenceu com minha resposta, mas não perguntou mais sobre.

Assim que chegamos em minha casa eu saio do carro carregando minha mochila e ele me segue.

- não precisa me acompanhar até a porta - eu resmunguei.

- sou um cavalheiro, senhorita.

Revirei os olhos e me virei para a porta, mas logo me arrependi. Norah estava na varanda de minha casa olhando para nós dois com a testa franzida.

- merda - murmurei. Me aproximei da mesma e abri um sorriso pequeno - oi Norah, tá fazendo o que aqui?

- a gente combinou de estudar juntas, não se lembra? - argumentou com uma feição desconfiada.

- a é? não lembro não - me fiz de sonsa.

- o que Edvin tá fazendo com você?

O loiro se mantinha um pouco distante, mas atento a toda a conversa e soltou um sorriso sem graça e retirou seus óculos escuros quando olhamos pra ele. O mesmo deu um pequeno ascendo com a mão inocentemente.

- ele me deu carona - explico.

- isso eu estou vendo, mas vocês nem são próximos.

Merda, merda, merda.

- é, mas é que... - vendo que eu estava sem palavras Ed interviu.

- eu só a vi no caminho de casa e como eu estava de carro achei que uma carona seria bom.

Responde entrando na conversa e se posicionando ao meu lado. Nossas mãos roçaram levemente e Norah parece ter percebido. Seu olhar cai diretamente para nossas mãos e volta a nossos rostos.

- vocês estão juntos - afirma mais para si mesma do que para nós - porque não me contou?

Pergunta para mim. Sua boca estava torcida em uma expressão de decepção e eu não sabia o que falar. Não queria mentir pra ela. Seus olhos começaram a marejar e os meus também.

- achei que éramos amigas - exclamou.

- nós somos - falo segurando as lágrimas.

- nós não mentimos uma pra outra Mae.

- eu sei, desculpa - minha voz estava falhando e meu rosto se encontrava molhado - eu queria te contar, mas achei que você ia ficar brava comigo já que vocês já tinham ficado.

Nossos olhos não se desviavam e por isso pude sentir a falta de confiança que tinha nos olhos de minha melhor amiga. O loiro estava ao meu lado apenas nos observando, calado, mas seus olhos expressavam culpa. Norah balançou a cabeça e falou:

- eu nunca ia ficar brava com você por um menino, Mae. Mas você não ter me contado? Como pôde não confiar em mim sobre o primeiro garoto com quem você tem algo?

- desculpa - sussurrei - me desculpa, Norah - tentei me aproximar, mas ela deu um passo para trás balançando a cabeça em negação.

- agora não - exclamou dando de costas para nós e saindo da varanda - agora não.

Repetiu indo embora me deixando sem saber o que fazer, eu precisava dar um tempo pra ela me perdoar. Eu me sentia a pior amiga de todas, nunca mentimos uma pra outra, nós confiamos em nós mesmas, mas eu não contei a ela dessa vez e não sei o porquê. Não posso perder ela, Norah é minha pessoa, o que vou fazer sem ela?

Meus olhos estavam marejados e eu me sentia mais culpada do que nunca. Me virei na direção de Edvin lembrando que ainda estava ali. O abracei com força, o abracei como nunca tinha feito e ele me segurou, ele me acolheu e me deu um abrigo para derramar as lágrimas sem julgamento. Seu silêncio me confortava assim como sua mão que fazia cafuné em minha cabeça e eu esqueci de que estava brava com ele, esqueci de tudo, só queria ficar ali pra sempre. Pra sempre em seus braços.

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⏰ Última atualização: Aug 13, 2022 ⏰

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