Cap. 2

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POV Maeve

Já era quarta feira e por sorte a aula passou rápido hoje.

- Oi pai! - disse chegando em casa.

Eu e meu pai moramos sozinhos, o que nunca foi um problema. Meus pais são separados mas minha mãe não aparece muito por aqui, ela diz que está sempre ocupada trabalhando. Meu pai é um doce de pessoa mas não deixa ninguém o fazer de besta e se tiver que arranjar um barraco ele arranja.

O nome dele é Thomas, que por mim é um nome muito bonito e combina muito com ele. Thomas trabalha como advogado e sempre que tem um caso interessante ele me conta enquanto comemos o jantar. Era como uma hora da fofoca, e cai entre nós, somos muito fofoqueiros.

Por esse motivo não tenho muito o que esconder do meu pai, além de que sua carreira o ajude a descobrir quando estou mentindo.

- Oi Maeve! como foi seu dia? - ao colocar minhas coisas no chão do lado da porta de entrada, vi ele na mesa da sala em frente ao computador, que eu julgo estar trabalhando - estou trabalhando querida - sabia! - pode ir no mercado comprar algo para fazermos o jantar?

- claro pai, mas me conta como foi seu dia! - sugeri sentando ao seu lado na mesa.

- um pouco cansativo, mas estou feliz que está em casa porque tenho a noite livre então podemos ver algum filme.

- sim sim sim, eu adoraria pai! Quero ver aquele novo filme com você já faz uma semana!

- ótimo, então compre um bom jantar para comermos enquanto assistimos.

- ok, vou só trocar de roupa.

Subi para o quarto e já fui abrindo meu armário. Troquei de roupa rápido, pois estava animada para passar um tempo a mais com meu pai. Desci as escadas correndo enquanto prendia meu cabelo com uma piranha.

- cuidado Maeve! você pode cair - meu pai advertiu.

- eu nunca caí nessa escada pai, pode ficar tranquilo.

- ainda um dia você cai e eu vou falar que avisei.

-credo pai! parece que tá jogando praga em mim - disse brincando com a cara dele.

- longe de mim fazer isso filha - disse com as mão para cima em forma de rendição - pegue o cartão na minha bolsa - apontou e assim o fiz.

- tchau pai!

Saí de casa e fui em direção ao mercado mais próximo, que ficava no fim da rua. Meu bairro era tranquilo, mas ficar alerta nunca é de mais, então nem trouxe o celular, vai que sou roubada.

Ao chegar no mercado, passei reto pelos corredores em direção a área de comidas. Enquanto olhava para os pães e tortas na minha frente, senti um par de olhos em minha direção. Levantei a cabeça e logo fechei a cara, um garoto da minha escola estava na minha frente do lado contrário da bancada e o pior é que eu odiava ele. Edvin era simplesmente um cretino! Um mal educado que esbarrava em mim de propósito para falar com a Norah. Só porque eu arrumo gente pra ela, não quer dizer que você pode me usar de capacho Edvin, eu não sou um acessório dela não!

Abaixei meu olhar novamente em busca de evitar qualquer contato com esse garoto. Peguei uma torta salgada bonita á minha frente e me dirigi ao caixa.

Quando cheguei em casa agradeci por não terem tentado me roubar, porque essa torta foi cara.

- cheguei pai! - avisei e me dirigi para a cozinha e coloquei a torta na geladeira. Ainda estava cedo então fui pro meu quarto.

Deitada na cama com o computador no colo, ouvi a porta sendo aberta mas ninguém entrou, apenas um rabo laranja empinado a atravessou e subiu na minha cama.

- oi Isaac newton! Como você tá em, lindinho? - falei com uma vozinha de quem fala com animal, porque, claro, ele era um animal.

Sua resposta foi um meado e um espreguiço, o que assumi como um "bem".

Voltei a minha atenção a tela na minha frente tentando encontrar inspiração para realizar o trabalho de biologia.

Quando eu vi já eram sete da noite e Thomas me chamava para jantar. Todo esse tempo foi dedicado a ficar olhando fotos bonitas no Pinterest e procurando livros para comprar, mesmo tendo vários encalhados na estante. E o meu trabalho? Adivinha! Foi adiado para fazer amanhã. Fonte: eu.

Durante o jantar barra noite de filme, meu pai tocou no assunto de comprar u piano. Eu logo me animei e olhei surpresa para ele.

- o que? - eu sempre quis um piano, sempre quis aprender a tocar um, assim como meu avô fazia antes de falecer. Venho falando sobre isso faz anos, desde que achei uma foto minha ao lado dele num piano quando eu era pequena. Meu avô costumava tocar para mim, mas infelizmente ou felizmente ele está descansando em paz agora. Sinto muita sua falta e queria aprender a tocar piano já que ele não teve tempo de me ensinar, mas meu pai diz que é muito caro, então não entendo o que fez ele mudar de pensamento.

-é, eu andei pesquisando sobre e juntei um dinheiro. Acho que você pode ter seu piano finalmente Maeve - meus olhos começaram a lacrimejar e eu apenas o abracei enquanto o filme rodava na tela.

- obrigada - sussurrei em seu ouvido.

Piano de Stravinsky - Edvin RydingOnde histórias criam vida. Descubra agora