Cap. 11

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POV Maeve

- você não costuma vê-lo? - ele se virou em minha direção e seus olhos não demoraram muito para caírem para meu corpo. As roupas que ele me emprestou eram largas, mas por sorte o short tinha um cordão para que ajustasse na cintura.

- Edvin!

Tirei o garoto de seus devaneios enquanto seus olhos passeavam pelo meu corpo.

- só o vejo na hora do almoço - respondeu sem dar muita bola - ficaram bem grandes - disse apontando pras roupas.

- é que você tem cinco metros de altura né, aí fica difícil - riu com minha constatação.

Estávamos agindo como se fossemos amigos a muito tempo, o que era estranho, mas eu estou gostando da experiência. O loiro tem sido muito prestativo comigo hoje e eu sou muito grata a ele por isso, passei por uma situação que nunca pensei que iria passar e tenho sorte por ele ter aparecido. Desde então, ele tem sido paciente e respeitoso, além de me fazer rir e me sentir confortável.

Depois do que aconteceu na festa não achei que ele iria querer falar comigo, sei que seu amor por tocar piano não é algo que ele gostaria que as pessoas soubessem, mas nenhum de nós tem culpa pelo que aconteceu.

Não sei como as coisas vão continuar depois de hoje, não sei se ele vai continuar me dando aulas ou se vamos ficar mais próximos ou mais distantes. Vou apenas seguir e ver no que dá, vou deixar que o destino escolha o que fazer depois daqui.

Edvin havia arrumado sua cama e imaginei que dormiríamos nela. Vou ser sincera que isso vai ser muito estranho, mas ele está me ajudando muito e preciso retribuir sendo uma boa companhia.

Deitei na mesma e meu deus, como era confortável! me cobri com o grosso cobertor branco e o olhei parado em pé ao lado da cama.

- não vai deitar? - perguntei.

- posso? - não entendi a confusão que se formou em seu rosto.

- é claro, a cama é sua - respondi como se fosse óbvio. Ele se aproximou e relaxou ao meu lado.

Eu me encontrava de lado virada em sua direção e o mesmo de barriga para cima encarando o teto.

- Edvin - o chamei.

- hm? - respondeu se virando para mim.

- obrigada - disse sincera.

- de nada.

Dei um sorriso simples para ele e me virei para o lado contrário.

Não sei se contaria esse episódio para Norah, seria bem desconfortável já que eles já ficaram, mas ela é minha melhor amiga. Bem, teria que pensar melhor amanhã, agora estou cansada e querendo ao máximo esquecer o que aconteceu mais cedo.

Fico muito feliz de ter sido o loiro a me ajudar hoje, não sei se alguém poderia ter sido tão bom como ele foi. É uma situação complicada e embaraçosa, pois estávamos brigados até hoje de manhã, entretanto não vou reclamar.

Estava quase pegando no sono quando senti uma mão em minha cintura.

- boa noite, Flor.

E apaguei.

[...]

Acordei sentindo um peso em meu peito. Meus olhos se abriram lentamente, com dificuldade por causa do sol que vinha da janela sem cortinas. Olhei para o lado e vi uma cena que me fez dar um sorriso bobo: Edvin estava deitado em meu busto, com o rosto espremido e com a boca levemente aberta. Sua calmaria me tranquilizava e sua mão em volta do meu corpo me passava segurança.

Minha expressão mudou radicalmente ao lembrar o que aconteceu na noite anterior. Me senti desconfortável e tentei me retirar da posição na qual estava, mas o o garoto me segurou e se aconchegou mais em meu peito.

- não sai, Flor. Tá muito confortável - sua voz ainda está grogue e seus olhos nem se mexem.

- preciso ir, Edvin!

- nãoo - falou arrastando sua voz de sono.

- Edvin... - minha voz saiu falhada, eu estava prestes a chorar me lembrando de tudo. Me sentia suja, desconfortável.

Ao notar o tom da minha voz o loiro levantou sua cabeça e me olhou.

- Maeve, o que houve? - minhas lágrimas começaram a escorrer e não pararam. Ele segurou meu rosto entre as mãos para que eu focasse apenas nele - Maeve, olha pra mim! Maeve!

Encontrei seus olhos, mas sua imagem estava borrada por minhas lágrimas.

- tá tudo bem, tá tudo bem - ele me abraçou - tá tudo bem Maeve.

Meus olhos ardiam, inchado e vermelhos não paravam de cair lágrimas mesmo que não quisesse chorar. Meu coração batia rápido e eu não sabia o que fazer. Edvin continuou me abraçando até que eu me acalmasse, chegou a um ponto que estávamos deitados na cama apenas respirando acalmando um ao outro e eu recebendo um cafuné na cabeça.

- obrigada -  ele não me respondeu, apenas continuou a me abraçar.

Caímos no sono não muito tempo depois.

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cap mais curtinho p n ficarem sem nd 

bjjs

Piano de Stravinsky - Edvin RydingOnde histórias criam vida. Descubra agora